quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Louise Penny - Mística Fatal [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Mística Fatal é o segundo livro protagonizado por Armand Gamache, inspector da Sûreté do Quebec, Canadá, personagem familiar aos leitores de Natureza Morta.
À semelhança do livro antecessor, a trama tem lugar novamente em Three Pines, um local aparentemente pacato e convidativo. No entanto, e a meu ver, o ambiente torna-se ainda mais cativante dado que a acção ocorre na época natalícia, uma das minhas preferidas.
Além disso, pude constatar algumas tradições de Natal na região francófona do Canadá.

Confesso que o policial numa linha mais clássica, como é o caso, não me agrada tanto quanto os contemporâneos que transbordam, em norma, de pormenores gráficos e procedimentos forenses. Daí que estava algo reticente em iniciar esta leitura. Reconheço que os meus receios eram infundados: gostei ainda mais desta obra que a antecessora e tentarei ser o mais objectiva ao explicar porquê.

Em Natureza Morta, recordo-me que o mote era o possível suicídio de Jane Neal e, por conseguinte, a investigação da morte não foi tão concisa quanto na presente história. Ora em Mística Fatal, a equipa de Gamache estava, desde o início, determinada em desvendar o autor do assassinato de C.C. de Pointers bem como as suas motivações, traduzindo-se numa investigação mais concentrada.
Em oposição a Natureza Morta em que a vítima era afável e adorada por todos, na presente obra Louise Penny caracterizou a vítima de forma tão negativa que até o leitor a deseja ver morta.

Antes de mais, e já que menciono a caracterização da vítima, devo dizer que a mesma está perfeita. C.C. de Pointers é simplesmente desprezível pelo que acaba por ser uma personagem odiada por todos em Three Pines, amplificando o número de suspeitos do crime. Além disso, devo dizer que achei deveras inteligente o planeamento e execução do homicídio.

A própria história em si é bastante intrigante na medida em que desvenda, gradualmente, uma série de segredos sobre de Pointers e a sua relação com a comunidade em geral, abordando temas como a oposição de ideais filosóficos, negligência parental e a manipulação dos populares por parte da vítima. Alguns homicídios que não esperava de todo intensificam a trama.

Sendo uma história numa linha mais clássica, esta desenvolve-se num ritmo algo moroso. Além disso, como é usual neste subgénero policial, a investigação é feita a partir dos inúmeros interrogatórios às personagens que tinham contacto com a vítima, garantindo alguma profundidade na caracterização das personagens suspeitas.

Estamos perante um livro praticamente isento de elementos gráficos, no entanto, existe uma alusão (bastante interessante, diria) à autópsia de C.C. de Pointers, aspecto que normalmente é descurado nos livros do subgénero.

Em suma, embora não me tenha proporcionado uma leitura ávida, foi com bastante interesse que segui a investigação que Mística Fatal nos oferece. Reunindo todos os pontos que mencionei anteriormente, creio que este livro supera o antecessor.
Fico particularmente curiosa em regressar a Three Pines.




1 comentário:

  1. Bom dia , adoro as suas criticas.
    o segundo livro é a estátua assassina publicado também em 2014. Vai gostar muito de certeza. Obrigado. Paula

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