sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Especial MOTELx 2015: I am Here [Opinião Cinematográfica]


Sinopse: Maria é uma empresária de sucesso, a lutar para realizar o seu maior desejo de todos: trazer uma criança ao mundo. Depois de sofrer outro aborto espontâneo, o médico informa Maria que ela é demasiado velha para aguentar uma gravidez. Todo o seu mundo desaba. Devastada e incapaz de aceitar o seu destino, Maria lança-se numa desesperada e perigosa missão para concretizar o seu sonho. Nada nem ninguém a vai impedir de ser mãe.
Quarto filme do multifacetado Anders Morgenthaler, que a Twitch definiu como um “thriller biológico” aquando da sua estreia no Fantastic Fest. Destaque para a melhor interpretação de Kim Basinger desde «LA Confidential» que lhe valeu um Oscar em 1997.

Opinião: I am Here é, como a sinopse indica, uma história em torno da maternidade, um tema pouco inovador mas bastante sensível sobretudo ao público feminino. Qualquer interpretação que se faça sobre a obsessão em ser mãe acaba por, regra geral, ser bastante assustadora. Numa situação limite, creio que as pessoas são capazes de tudo. 

E é basicamente este o caso de Maria, uma mulher impossibilitada de ter filhos. Kim Basinger, detentora de papéis variados mostrando ser uma actriz versátil, encarna a pele desta personagem conturbada que tenta a todo o custo ser mãe.

Diria que este filme é pautado por um ritmo moroso devido essencialmente ao dramatismo que se instala na vida de Maria. Nenhuma das gravidezes vingou e a última colocou em risco a sua própria vida. Evidentemente que uma situação tão complicada como esta afecta não só a saúde mental da personagem bem como a relação entre esta e o marido, Peter.
Portanto, a protagonista é psicologicamente complexa e bastante determinada em atingir o seu principal objectivo, deixando antever que a sua missão será bastante perigosa.

No entanto, creio que as minhas expectativas foram deitadas por terra. Não que tenha achado o filme entediante mas acho que a trama apenas se tornou verdadeiramente emocionante a partir dos 50 minutos mais coisa menos coisa. Já nos momentos finais da película é que se sente com mais intensidade a dita componente de terror. Fiquei com a sensação que se esta parte fosse mais explorada, o filme teria proporcionado mais emoções fortes. 
Assim sendo, cabe a mim julgar este filme como um drama com uns laivos de thriller, género que se distancia do terror. Não é, portanto, um filme assustador, apelando sobretudo a uma reflexão devido à história perturbadora. 

Dado que a temática do filme é de cariz psicológico, I Am Here é praticamente isento de imagens gráficas e as (poucas) cenas de violência não foram explícitas. Ainda que a trama seja sobre uma ambição desmesurada pela maternidade (ultrapassando os limites éticos para a concretizar), o filme é uma chamada de atenção para o flagelo da prostituição infantil.

Em suma, é um filme interessante pela temática abordada que naturalmente causa alguma angústia no telespectador, mas em matéria de terror existem filmes mais tenebrosos.
Vale também pela fabulosa interpretação de Basinger.

Sessões MOTELx
13/09 - 19h

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