Fiquei grande fã deste autor após a leitura de Sangue Vermelho em Campo de Neve. Terminada esta leitura, rapidamente me tornei determinada em acompanhar esta tetralogia sueca.
Malin Fors, a protagonista comum a esta saga, encontra-se agora sozinha: o seu marido Janne levou a filha Tove de férias. Ocorre então aquele que é o caso deste livro: uma rapariga nua, coberta de sangue aparece num parque. Possivelmente violada e agredida, devido ao choque, a rapariga não consegue expressar-se, informando apenas a polícia do seu nome: Josefin Davidsson. Por esta altura, e na cidade onde Malin cresceu, desaparece uma rapariga, de seu nome Theresa Eckeved. Estão os dois acontecimentos, de algum modo, relacionados? O que terá acontecido às raparigas?
Uma das maiores críticas a Kallentoft no que diz respeito ao primeiro volume da sua tetralogia, foi a estrutura do livro, intercalando testemunhos em primeira mão do cadáver com o relato da investigação. Esta fórmula não se mantém na íntegra, até porque o leitor desconhece inicialmente o destino de Theresa. Esta não está necessariamente morta. Apesar destas nuances, estes registos, na minha opinião, quebram bastante a monotonia, podendo o leitor sentir na pele o papel de "presa" ou "predador". Sim, neste livro também há as narrações por parte do vilão, deitando antever um pouco do perfil psicológico extremamente perturbado da personagem.
Com um arranque relativamente lento, o autor coloca em perspectiva a vida de Malin Fors, fazendo com que a leitura deste Anjos Perdidos em Terra Queimada possa ser independente do 1º volume da tetralogia. São explorados os medos de uma mulher que, ainda na casa dos 30s, já passou por um casamento e praticamente é mãe solteira. E é este facto que se destaca na narrativa e faz com que o desconforto de Malin na investigação do caso seja extremamente credível. É que esta tem uma filha, sensivelmente da idade da vítima, o que faz com que a detective se envolva profundamente e expresse toda uma angústia ao leitor, de uma forma perfeitamente realista. Este autor, Mons Kallentoft, de sexo masculino, tem uma sensibilidade mais fina em escrever sobre temáticas de amor e ao sexo.
Um enredo intrincado e complexo, relembrando os livros de Camilla Lackberg, na forma harmoniosa com que o autor sueco incorpora componentes de acção passada como factores explicativos do presente.
Na minha honesta opinião, há apenas um aspecto nada credível, relacionado com acessórios sexuais (não que seja entendida no assunto, mas aquela teoria dos vibradores não convence ninguém!). Um outro ponto negativo, pertencente a um plano secundário e mais filosófico prende-se com a incorporação de duas personagens suspeitas, dados os seus antecedentes criminais, Behzad Karami e Ali Shakbar. Estamos a falar portanto, de um indivíduo de ascendência iraniana e outro árabe. O livro é de 2008 mas não deixou de fazer com que reflectisse num aspecto: estes pequenos pormenores poderão contribuir para o forte espírito nacionalista norueguês e potencializando o fenómeno de racismo num grau mais extremo. Atrevo-me a perguntar se terá sido esta mentalidade que poderá ter conduzido aos atentados de Anders Breivik. Polémico, não vos parece?
Um livro que, na minha modesta opinião, cativa mais do que Sangue Vermelho em Campo de Neve, cujo foco era o homicídio de um homem obeso. Neste livro, a temática choca-me mais (crimes com crianças ou até adolescentes), sendo que estes causam em mim uma maior angústia. Também denotou-se uma evolução a nível de enredo por parte do autor que conseguiu arquitectar uma história bem mais complexa, apresentando um desenlace convincente e surpreendente.
Daí que recomendo vivamente este livro! Imprescindível aos adeptos de policiais nórdicos.
Uma das maiores críticas a Kallentoft no que diz respeito ao primeiro volume da sua tetralogia, foi a estrutura do livro, intercalando testemunhos em primeira mão do cadáver com o relato da investigação. Esta fórmula não se mantém na íntegra, até porque o leitor desconhece inicialmente o destino de Theresa. Esta não está necessariamente morta. Apesar destas nuances, estes registos, na minha opinião, quebram bastante a monotonia, podendo o leitor sentir na pele o papel de "presa" ou "predador". Sim, neste livro também há as narrações por parte do vilão, deitando antever um pouco do perfil psicológico extremamente perturbado da personagem.
Com um arranque relativamente lento, o autor coloca em perspectiva a vida de Malin Fors, fazendo com que a leitura deste Anjos Perdidos em Terra Queimada possa ser independente do 1º volume da tetralogia. São explorados os medos de uma mulher que, ainda na casa dos 30s, já passou por um casamento e praticamente é mãe solteira. E é este facto que se destaca na narrativa e faz com que o desconforto de Malin na investigação do caso seja extremamente credível. É que esta tem uma filha, sensivelmente da idade da vítima, o que faz com que a detective se envolva profundamente e expresse toda uma angústia ao leitor, de uma forma perfeitamente realista. Este autor, Mons Kallentoft, de sexo masculino, tem uma sensibilidade mais fina em escrever sobre temáticas de amor e ao sexo.
Um enredo intrincado e complexo, relembrando os livros de Camilla Lackberg, na forma harmoniosa com que o autor sueco incorpora componentes de acção passada como factores explicativos do presente.
Na minha honesta opinião, há apenas um aspecto nada credível, relacionado com acessórios sexuais (não que seja entendida no assunto, mas aquela teoria dos vibradores não convence ninguém!). Um outro ponto negativo, pertencente a um plano secundário e mais filosófico prende-se com a incorporação de duas personagens suspeitas, dados os seus antecedentes criminais, Behzad Karami e Ali Shakbar. Estamos a falar portanto, de um indivíduo de ascendência iraniana e outro árabe. O livro é de 2008 mas não deixou de fazer com que reflectisse num aspecto: estes pequenos pormenores poderão contribuir para o forte espírito nacionalista norueguês e potencializando o fenómeno de racismo num grau mais extremo. Atrevo-me a perguntar se terá sido esta mentalidade que poderá ter conduzido aos atentados de Anders Breivik. Polémico, não vos parece?
Um livro que, na minha modesta opinião, cativa mais do que Sangue Vermelho em Campo de Neve, cujo foco era o homicídio de um homem obeso. Neste livro, a temática choca-me mais (crimes com crianças ou até adolescentes), sendo que estes causam em mim uma maior angústia. Também denotou-se uma evolução a nível de enredo por parte do autor que conseguiu arquitectar uma história bem mais complexa, apresentando um desenlace convincente e surpreendente.
Daí que recomendo vivamente este livro! Imprescindível aos adeptos de policiais nórdicos.
Li o primeiro do Mons Kallentoft, tive dificuldade em engrenar, aquele monólogo do morto parecia muito pouco adequado, não por falta de hábito de ler monólogos de mortos, afinal de contas um dos primeiros policiais que li foi: "Vocês que nunca foram mortos", onde isto acontecia em todo o livro. Mas ao fim de muitas páginas, parece que o livro ganhou alma e acabou por me agradar bastante. Já comprei este mas ainda não comecei a ler, quando o fizer, darei a minha opinião, neste espaço. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarVerdade Psipsina. Por ter sido tão sob o ponto de vista de alguém que supostamente está morto é que me despertou tanto interesse :) Quebrava um pouco a monotonia da acção. Mas olha, garanto-te que vais adorar este livro, francamente melhor que o 1º volume, choca muito mais a violência deste e penso que a história está bem mais arquitectada!
ResponderEliminarUm grande beijinho e um muito obrigada pelo feedback (adoro estas partilhas literárias!)
Boas leituras!!!
Eu estou a ler este livro neste momento.
ResponderEliminarVou a meio. Estou a gostar, mas este autor não me conquistou totalmente.
Estou para ver o que vai sair daquelas mortes...quem foi e porque?
A protagonista - Malin - é uma mulher muito complicada e nada perfeita...
olá,
ResponderEliminartambém já li este e também gostei mais que o outro do autor. Os monólogos dos mortos são menos extensos e mais objectivos. mas achei um pouco forçado o motivo dos crimes. Os meus policiais preferidos são aqueles em que o assassino aparece cedo, no desenrolar do enredo. Gosto de me sentir enganada e gosto de escritos que sabem controlar muito bem aquilo que nos vão dizendo sobre as personagens.
Olá! Acabei de ler este livro e gostei bem mais do que do primeiro! Mesmo assim, ainda não entrei na onda deste escritor. Tenho de confessar que sou grande adepta da Camilla Lackberg e foi o facto de ela recomendar este autor que me fez comprar o primeiro livro. Fiquei bastante desiludida. As personagens não me convencem, não as sinto tão familiares como a Erika ou o Patrick, por exemplo. ODEIO os monólogos dos mortos, parecem-me completamente despropositados e tenho sempre a tentação de os passar à frente.
ResponderEliminarFiquei um bocadinho mais animada com este segundo livro, vamos lá ver o terceiro ;)
Patrícia
Pois, são diferentes pontos de vista. Eu achei os monólogos bastante invulgares e dá um ar de sobrenatural. Este segundo livro, também achei melhor que o primeiro! E o quarto está para sair em breve :)
ResponderEliminarBeijinho, boas leituras
Acabei agora este segundo volume da saga Malin Fors e francamente gostei mais que do primeiro. Se quanto à trama dos crimes ele não traz nada de novo, é a evolução das personagens que me cativa ainda mais. Depois de uma adaptação no primeiro livro à forma de escrita do autor, este já li sem qualquer problema. Estou já a ponderar começar a 3ª parte ainda este fim de semana ;).
ResponderEliminarOlá :D
EliminarSempre começaste a ler? Este fim de semana, que eu tinha destinado para leituras, foram por água abaixo... :/
Sim, a evolução das personagens é cativante :D Adoro esta saga!