Ter lido Crueldade a Nu, o terceiro livro protagonizado por Carmine Delmonico, foi fulcral para ficar curiosa em ler Um Passo à Frente. Este sim, é o primeiro caso do tenente Delmonico e a estreia da autora, versada no romance, na escrita policial.
A trama inicia-se quando é feita uma descoberta macabra numa câmara frigorífica de um laboratório de investigação veterinária: um tronco de uma mulher encontrado junto dos animais mortos. Sem cabeça e membros.
Rapidamente o tenente Carmine Delmonico intervem junto com a sua equipa para investigar este caso. Sem deixar rasto, este temido serial killer será doravante designado por Fantasma e as suas vítimas irão amontoar-se de acordo com um modus operandi bastante cruel.
Se há algo que me apercebi nas tramas de McCullough é que os tempos narrativos das obras (falo das policiais) situam-se nos anos 60. É portanto expectável que a autora tenha dedicado algumas passagens aos confrontos sociais/raciais que ocorriam na altura em Connecticut (partindo do princípio que estas terão de facto ocorrido e confessando desde já, a minha falta de conhecimento sobre a história dos Estados Unidos da América), o que tornou a leitura um pouco mais morosa. No entanto, este facto é perfeitamente compreensível se tivermos em conta que McCullough é entendida na escrita do romance histórico.
Se há todo um contexto cultural desenvolvido, este irá coadunar-se com a investigação por parte de Carmine, que incide não só sobre a sua história de vida, como também um pouco da vida de várias personagens intervenientes da trama. São demasiadas personagens, bastante complexas, o que pode dificultar a retenção de nomes ou histórias de vida e o papel destes na trama. Depois penso que a autora teve um cuidado especial em dotar de diferentes formas as personagens, não tendo achado eu invulgar que uma das personagens seria cega (veja-se o caso das tramas de Karen Slaughter).
Como li Crueldade a Nu (terceira história de Delmonico) em primeiro lugar, houve factos que perdi e que pude acompanhar ao longo deste livro. Falo principalmente de como conheceu Desdemona Dupre e como se enamoraram, num contexto abalroado pelos sucessivos homicídios que vão ocorrendo. Algumas passagens em que achei forçadas as investidas românticas, o que contrariaram com a minha percepção sobre o casal em Crueldade a Nu.
A análise e caracterização psicológica das personagens é mais importante face à fisionomia das mesmas, exceptuando talvez as vítimas, em que a autora elabora um extenso quadro de características físicas afim de convencer o leitor que os crimes terão algum ponto em comum, nem que seja um racial. Fisicamente não sei como é Carmine Delmonico. E generalizando, não que seja um ponto fundamental mas faltou uma caracterização para que eu pudesse formular o retrato das personagens na minha cabeça.
Não há muitos(as) autores(as) que consigam chocar-me mas confesso que McCullough é uma delas. Em Crueldade a Nu com o grafismo das passagens de violação, em Um Passo à Frente é indescritível a crueldade com que os cadáveres são deixados e toda uma pormenorização forense (convincente mas bem sofisticada por sinal, tendo em conta que a história ocorre nos anos 60).
Um Passo à Frente foi uma leitura que iniciei com as expectativas demasiado altas, o que acabou por me desiludir o facto de achar que sim senhora, é um bom policial, mas já li livros muito mais emocionantes.
Neste livro não consegui entrar na história de forma, ou embrenhar-me na totalidade, com a sensação de estar ao lado de Delmonico na investigação criminal (como me acontece diversas vezes). De facto, senti-me antes a sobrevoar sobre Holloman e a assistir de cima, toda a trama, havendo um certo distanciamento entre mim e a trama (sem eu saber explicar porquê).
Ainda assim, gosto e acho interessante a forma como McCullough conduz as tramas policiais pela mão de Carmine Delmonico, e irei ler em breve o segundo livro da autora, O Dia de Todos os Pecados. Estou curiosa e aprecio a autora.
Pena é, uma vez mais, o facto do término da editora Difel que tem publicado bons policiais, sendo este um exemplo.
A trama inicia-se quando é feita uma descoberta macabra numa câmara frigorífica de um laboratório de investigação veterinária: um tronco de uma mulher encontrado junto dos animais mortos. Sem cabeça e membros.
Rapidamente o tenente Carmine Delmonico intervem junto com a sua equipa para investigar este caso. Sem deixar rasto, este temido serial killer será doravante designado por Fantasma e as suas vítimas irão amontoar-se de acordo com um modus operandi bastante cruel.
Se há algo que me apercebi nas tramas de McCullough é que os tempos narrativos das obras (falo das policiais) situam-se nos anos 60. É portanto expectável que a autora tenha dedicado algumas passagens aos confrontos sociais/raciais que ocorriam na altura em Connecticut (partindo do princípio que estas terão de facto ocorrido e confessando desde já, a minha falta de conhecimento sobre a história dos Estados Unidos da América), o que tornou a leitura um pouco mais morosa. No entanto, este facto é perfeitamente compreensível se tivermos em conta que McCullough é entendida na escrita do romance histórico.
Se há todo um contexto cultural desenvolvido, este irá coadunar-se com a investigação por parte de Carmine, que incide não só sobre a sua história de vida, como também um pouco da vida de várias personagens intervenientes da trama. São demasiadas personagens, bastante complexas, o que pode dificultar a retenção de nomes ou histórias de vida e o papel destes na trama. Depois penso que a autora teve um cuidado especial em dotar de diferentes formas as personagens, não tendo achado eu invulgar que uma das personagens seria cega (veja-se o caso das tramas de Karen Slaughter).
Como li Crueldade a Nu (terceira história de Delmonico) em primeiro lugar, houve factos que perdi e que pude acompanhar ao longo deste livro. Falo principalmente de como conheceu Desdemona Dupre e como se enamoraram, num contexto abalroado pelos sucessivos homicídios que vão ocorrendo. Algumas passagens em que achei forçadas as investidas românticas, o que contrariaram com a minha percepção sobre o casal em Crueldade a Nu.
A análise e caracterização psicológica das personagens é mais importante face à fisionomia das mesmas, exceptuando talvez as vítimas, em que a autora elabora um extenso quadro de características físicas afim de convencer o leitor que os crimes terão algum ponto em comum, nem que seja um racial. Fisicamente não sei como é Carmine Delmonico. E generalizando, não que seja um ponto fundamental mas faltou uma caracterização para que eu pudesse formular o retrato das personagens na minha cabeça.
Não há muitos(as) autores(as) que consigam chocar-me mas confesso que McCullough é uma delas. Em Crueldade a Nu com o grafismo das passagens de violação, em Um Passo à Frente é indescritível a crueldade com que os cadáveres são deixados e toda uma pormenorização forense (convincente mas bem sofisticada por sinal, tendo em conta que a história ocorre nos anos 60).
Um Passo à Frente foi uma leitura que iniciei com as expectativas demasiado altas, o que acabou por me desiludir o facto de achar que sim senhora, é um bom policial, mas já li livros muito mais emocionantes.
Neste livro não consegui entrar na história de forma, ou embrenhar-me na totalidade, com a sensação de estar ao lado de Delmonico na investigação criminal (como me acontece diversas vezes). De facto, senti-me antes a sobrevoar sobre Holloman e a assistir de cima, toda a trama, havendo um certo distanciamento entre mim e a trama (sem eu saber explicar porquê).
Ainda assim, gosto e acho interessante a forma como McCullough conduz as tramas policiais pela mão de Carmine Delmonico, e irei ler em breve o segundo livro da autora, O Dia de Todos os Pecados. Estou curiosa e aprecio a autora.
Pena é, uma vez mais, o facto do término da editora Difel que tem publicado bons policiais, sendo este um exemplo.
Sem comentários:
Enviar um comentário