Sou fã de Mary Higgins Clark e cada vez mais me sinto fascinada pelas suas obras. Este ano já li da autora Gosta de Música, Gosta de Dançar, Enquanto o meu Amor Dorme, este e desconfio que não ficarei por aqui. As suas tramas prendem verdadeiramente o leitor em histórias misteriosas e cativantes.
Este livro está publicado em português sob dois títulos: O Berço da Morte (das Publicações Europa América) ou a Clínica do Terror (da colecção Mestres policiais da Visão ou anteriormente publicado também pela PEA na colecção de bolso Pêndulo).
Particularizando para este livro: a promotora de justiça Katie DeMaio chega ao hospital após um acidente de carro. Ainda sonolenta, ela vê pela janela um homem a carregar um cadáver para a bagageira da sua viatura.
Paralela (e aparentemente) uma mulher comete suicídio. Ela chama-se Vangie Lewis e está grávida, embora o seu casamento com Chris esteja à beira do abismo.
A polícia inicia uma investigação e potenciais suspeitos começam a aparecer mortos, tornando-se uma corrida contra o tempo para apanhar o verdadeiro culpado.
Como já é costume, a autora encaixa estas subtramas numa convergência para um ponto comum. Desde cedo o leitor percebe qual será uma vez que a autora imediatamente desvenda o autor do crime.
Os leitores mais cépticos poderão equacionar se o livro tem o tal factor surpresa que é já quase a fórmula da leitura policial. E na minha opinião, sim, o livro consegue surpreender pelo suspense e entusiasmo que a autora induz na história e por algumas reviravoltas. Afinal de contas o homicida tem um estatuto social que à partida exclui características psicopatas.
Diria que o objectivo da trama é saber apenas como esta é deslindada, embora a autora coloque sempre a dúvida no marido de Vangie nos olhos da polícia, o que é perfeitamente dispensável pois o leitor sabe quem é na verdade o autor da sua sentença de morte.
Nesta novela, ao contrário de tantas outras, é quase impossível definir um protagonista. Ora oscilamos entre o "mau da fita", que desfruta das suas refeições como do ávido prazer de matar e Katie DeMaio, a nossa infeliz vítima viúva que ainda hoje sofre por não ter tido um filho do juiz John DeMaio.
Um outro ingrediente já conhecido nas histórias de Higgins Clark é o romance, discreto, sob a trama misteriosa. Por isso a autora emparelha esta personagem vulnerável ao dr. Richard Carroll, uma outra personagem com grande peso na resolução do caso.
Outro aspecto que condicionou a minha ávida leitura foi o facto da autora ter conciliado (e muito bem, devo desde já dizer) elementos como a medicina e a psicopatia. Este livro vai além do mero thriller ou policial, estando quase à altura do autor Robin Cook e as suas arrepiantes narrativas de natureza médica. Em particular, a trama debruça-se sobre as temáticas de infertilidade e experiências médicas em prole de uma gravidez bem sucedida.
Note-se que este livro data de 1980 e incide em temáticas que, nos nossos dias, continuam a ser assuntos actuais, como gravidezes não desejadas, paternidade, fertilizações in vitro ou negligência médica.
Este conto pode ser aclamado como do género de terror na medida em que a autora explicita várias experiências com fetos abortados, claramente de índole mais fantasiosa mas que impõe grande respeito dado que o cenário abrange pouco mais do que um hospital.
Tal como no clássico policial, a autora recorre a descrições de mortes mais subtis, que não chocam o leitor, numa trama até bastante simples mas igualmente cativante.
Em suma, O Berço da Morte é uma novela extremamente bem construída e que me deixou em suspense até finalizar a sua leitura. Esta é, decididamente, uma das histórias da autora que mais gostei, embora me seja muito difícil eleger a preferida.
Mary Higgins Clark uma vez mais demonstra o porquê de se ter consagrado numa das minhas autoras preferidas. Gostei muito e recomendo, principalmente aos fãs de thrillers médicos.
Mais informações sobre o livro aqui.
Este livro está publicado em português sob dois títulos: O Berço da Morte (das Publicações Europa América) ou a Clínica do Terror (da colecção Mestres policiais da Visão ou anteriormente publicado também pela PEA na colecção de bolso Pêndulo).
Particularizando para este livro: a promotora de justiça Katie DeMaio chega ao hospital após um acidente de carro. Ainda sonolenta, ela vê pela janela um homem a carregar um cadáver para a bagageira da sua viatura.
Paralela (e aparentemente) uma mulher comete suicídio. Ela chama-se Vangie Lewis e está grávida, embora o seu casamento com Chris esteja à beira do abismo.
A polícia inicia uma investigação e potenciais suspeitos começam a aparecer mortos, tornando-se uma corrida contra o tempo para apanhar o verdadeiro culpado.
Como já é costume, a autora encaixa estas subtramas numa convergência para um ponto comum. Desde cedo o leitor percebe qual será uma vez que a autora imediatamente desvenda o autor do crime.
Os leitores mais cépticos poderão equacionar se o livro tem o tal factor surpresa que é já quase a fórmula da leitura policial. E na minha opinião, sim, o livro consegue surpreender pelo suspense e entusiasmo que a autora induz na história e por algumas reviravoltas. Afinal de contas o homicida tem um estatuto social que à partida exclui características psicopatas.
Diria que o objectivo da trama é saber apenas como esta é deslindada, embora a autora coloque sempre a dúvida no marido de Vangie nos olhos da polícia, o que é perfeitamente dispensável pois o leitor sabe quem é na verdade o autor da sua sentença de morte.
Nesta novela, ao contrário de tantas outras, é quase impossível definir um protagonista. Ora oscilamos entre o "mau da fita", que desfruta das suas refeições como do ávido prazer de matar e Katie DeMaio, a nossa infeliz vítima viúva que ainda hoje sofre por não ter tido um filho do juiz John DeMaio.
Um outro ingrediente já conhecido nas histórias de Higgins Clark é o romance, discreto, sob a trama misteriosa. Por isso a autora emparelha esta personagem vulnerável ao dr. Richard Carroll, uma outra personagem com grande peso na resolução do caso.
Outro aspecto que condicionou a minha ávida leitura foi o facto da autora ter conciliado (e muito bem, devo desde já dizer) elementos como a medicina e a psicopatia. Este livro vai além do mero thriller ou policial, estando quase à altura do autor Robin Cook e as suas arrepiantes narrativas de natureza médica. Em particular, a trama debruça-se sobre as temáticas de infertilidade e experiências médicas em prole de uma gravidez bem sucedida.
Note-se que este livro data de 1980 e incide em temáticas que, nos nossos dias, continuam a ser assuntos actuais, como gravidezes não desejadas, paternidade, fertilizações in vitro ou negligência médica.
Este conto pode ser aclamado como do género de terror na medida em que a autora explicita várias experiências com fetos abortados, claramente de índole mais fantasiosa mas que impõe grande respeito dado que o cenário abrange pouco mais do que um hospital.
Tal como no clássico policial, a autora recorre a descrições de mortes mais subtis, que não chocam o leitor, numa trama até bastante simples mas igualmente cativante.
Em suma, O Berço da Morte é uma novela extremamente bem construída e que me deixou em suspense até finalizar a sua leitura. Esta é, decididamente, uma das histórias da autora que mais gostei, embora me seja muito difícil eleger a preferida.
Mary Higgins Clark uma vez mais demonstra o porquê de se ter consagrado numa das minhas autoras preferidas. Gostei muito e recomendo, principalmente aos fãs de thrillers médicos.
Mais informações sobre o livro aqui.
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