segunda-feira, 24 de março de 2014

Alan Bradley - Flavia de Luce e o Mistério do Bosque de Gibbet [Opinião]


Sinopse: Flavia irá confrontar-se com duas mortes misteriosas, separadas pelo tempo, mas relacionadas. Para agravar a situação ainda tem que lidar com a sua vida familiar agitada, complicada pela difícil convivência com as irmãs.
O fim da Segunda Guerra vai encontrar Dieter, o deslumbrante prisioneiro de guerra alemão, a trabalhar na quinta de Culverhouse que é propriedade do casal Ingleby e fica situada perto da bucólica Bishop's Lacey. Certa tarde, o filho dos Ingleby desaparece e Dieter irá descobri-lo enforcado num antigo patíbulo, na clareira do Bosque de Gibbet, onde a Meg Louca passa os seus dias.
Cinco anos mais tarde chega a Bishop's Lacey um casal de artistas - ele é um bonecreiro de génio, estrela do público infantil da BBC, ela a sua fiel ajudante. A indómita Flavia De Luce, 11 anos de enorme talento, é encarregada de os ajudar a instalarem-se na terra. Mas o ambiente adensa-se na aldeia quando um dos espectáculos de marionetas, apresentado pelo famoso bonecreiro, termina de forma trágica. E Flavia De Luce terá, uma vez mais, de dar provas das enormes capacidades dedutivas na descoberta do que liga o passado ao presente.

Opinião: Li A Talentosa Flavia de Luce  há cerca de dois anos e nunca me esquecera da protagonista nem do tipo invulgar de policial que Bradley escreve. Passado nos anos 1900´s e tendo uns laivos de investigação clássica, onde o inquérito e a dedução eram fundamentais para analisar e consequentemente chegar a uma conclusão, mistura um chorrilho de curiosidades sobre Química, uma das ciências que mais me fascina. Tudo isto pela mão da invulgar protagonista Flavia de Luce, uma menina de apenas 11 anos.

Flavia de Luce e o Mistério do Bosque de Gibbet é, à semelhança do livro antecessor, um policial marcado pelo humor, desde as primeiras páginas, onde a jovem idealiza a sua própria lápide e referências (macabras) dos seus familiares, em torno da sua morte precoce. Um sonho, portanto, Flavia de Luce está viva e pronta para solucionar o caso que é retratado neste livro.

A par da protagonista, que por si é especial, existe um leque de personagens excêntricas inglesas (que dão uns excelentes suspeitos) no refúgio rural de Bishop´s Lacey, mas o que se destaca é sem dúvida, o carismático titereiro que acaba morto e alvo das investigações da menina detective. A premissa para um livro muito bem escrito, cheio de humor negro e mistério, com uma breve reminiscência histórica da Segunda Guerra Mundial, sendo por isso um livro de rápida e interessante leitura.

Apesar de haver um salto temporal entre as acções do primeiro livro e este, não notei nenhuma evolução na personagem principal Flavia, que mantém a sua idade e a ingenuidade. Apesar de ser inteiramente independente do primeiro livro, recomendaria a sua leitura prévia afim do leitor se aperceber da ligação de Flavia com a sua família, especialmente com as suas irmãs. No presente livro, esta interacção é abordada, ainda que com menos profundidade.

Em suma, a série protagonizada por Flavia de Luce são policiais peculiares, que farão não só as delícias dos amantes do mistério clássico bem como aqueles que procuram uma leitura mais ligeira. Gosto muito de crianças e como tal, a pequena Flavia cativou-me. O terceiro volume desta série já foi publicado pela Planeta e chama-se Flavia de Luce e a Bola de Cristal da Cigana. Uma das próximas leituras, assim o espero!


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