domingo, 19 de junho de 2016

L.S. Hilton - Maestra [Opinião]


Sinopse: AQUI 

Opinião: Maestra é o romance de estreia de L.S. Hilton e agradou-me particularmente a menção de "o thriller mais chocante do ano". No entanto, como leitora inveterada do género, creio que existem livros do género mais chocantes do que este. Penso que o adjectivo mais adequado será 'diferente'. Este livro é, efectivamente, um thriller diferente dos que estamos habituados porque, em primeira análise, contém cenas explícitas de sexo (daí também a comparação com As Cinquenta Sombras de Grey que vi algures na internet, embora não concorde de todo). Segundo, estamos perante uma protagonista muito peculiar. Mas já lá vamos...

Maestra é, indubitavelmente, uma ode ao glamour: uma enumeração de roupas de marca caras, obras de arte valiosíssimas e uma intensa sensação de que vamos viajando por várias cidades europeias sem, no entanto, sair do sofá. Os locais exóticos e convidativos como Roma ou a Riviera Francesa estão tão realisticamente descritos que gostei tanto dos cenários como da história em si. Não vou revelar nada sobre a trama mas gostaria que pensassem na seguinte questão: quais são os limites das vossas ambições? Para Judith, a fronteira entre a ética e o amoralismo é muito difusa.

No entanto, e como já mencionei anteriormente, esta protagonista é bastante especial uma vez que funciona como uma fusão da heroína da história e simultaneamente a antagonista. Nunca tendo lido a obra O Talentoso Mr. Ripley de Patrícia Highsmith (tenciono fazê-lo ainda este ano), conheço minimamente a personagem principal, o Tom Ripley, pelo papel interpretado por Matt Damon na adaptação cinematográfica. Tal como lera numa crítica da imprensa, achei Judith muito parecida com o Ripley na medida em que é um bon vivant e extremamente calculista, não tendo problemas em matar.

Além disso, tenho a vaga ideia que o Mr. Ripley passou por alguns cenários bem exóticos e esteve envolvido em falcatruas relacionadas com dinheiro. (a reminder to myself: ler a obra O Talentoso Mr. Ripley sem falta para poder fundamentar melhor esta minha percepção)

Mas voltando à protagonista de Maestra, Judith trabalha numa leiloeira em Londres, demonstrando extensos conhecimentos sobre obras de arte (área na qual sou leiga, confesso), não obstante ser acompanhante de luxo como segunda ocupação profissional. A protagonista tem uma relação bastante liberal no que concerne ao sexo. Daí que algumas cenas bastante explícitas de sexo (recorrendo a uma linguagem de cariz mais escatológico) pautam a trama. Terá sido esta componente que proclamou a obra como 'o thriller mais chocante do ano'?

Seja como for, o ingrediente do thriller assume-se pelo bodycount da trama. Mais do que a abundância dos crimes, a questão fulcral é o seu planeamento e há várias questões que estão subjacentes aos mesmos e tratadas de forma bastante interessante. Rapidamente damos por nós numa posição duvidosa: devemos nós torcer (ou não) pela Judith? Portanto, diria que o grosso do suspense advém precisamente pelo cerco que se aperta em torno da protagonista. Além disso, esta componente debruça-se sobre a máfia e questões fraudulentas, numa abordagem curiosa.

Em suma, o livro proporcionou-me uma rápida leitura (durou apenas dois dias). Como percepção geral, creio que os momentos lascivos apimentam a trama que é intrigante. O desfecho, embora resolva a situação chave da trama, termina com 'Continua', pelo que fiquei a pensar se virá aí alguma sequela da história. Vamos aguardar por mais notícias de L.S. Hilton no meio editorial.
Na minha opinião, Maestra é um thriller diferente, audaz e interessante. Gostei!

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