Opinião: Escrito
na Água é publicado, a nível mundial, dia 2 de Maio mas por aqui já foi
lido. Confesso que estava empolgadíssima desde a altura em que o livro
foi anunciado, afinal de contas, gostei de A Rapariga no Comboio e tinha
a autora debaixo de mira.
Devo também agradecer e congratular a editora TopSeller na aposta destes Exemplares de Avanço, uma iniciativa que, à semelhança do livro anterior, permitiu-me ler atempadamente a segunda obra de Paula Hawkins.
Posto isto, passemos então ao meu parecer. Não vou desvendar nada sobre a história, a sinopse até está bastante esclarecedora, afim de evitar qualquer spoiler. Em cima incluo, como já é hábito, a hiperligação para que vós a possais ler.
Vou ter que, como é evidente, mencionar alguns factos e percepções aquando da minha leitura de A Rapariga no Comboio, em jeito de uma comparação entre esta obra e a anteriormente publicada.
Posto isto, passemos então ao meu parecer. Não vou desvendar nada sobre a história, a sinopse até está bastante esclarecedora, afim de evitar qualquer spoiler. Em cima incluo, como já é hábito, a hiperligação para que vós a possais ler.
Vou ter que, como é evidente, mencionar alguns factos e percepções aquando da minha leitura de A Rapariga no Comboio, em jeito de uma comparação entre esta obra e a anteriormente publicada.
Apesar
de A Rapariga no Comboio ter sido um estrondoso sucesso, denoto que
existe uma maturação, a nível de história, em Escrito na Água. A trama
é, a meu ver, mais complexa, não obstante haver uma característica em
comum: as personagens em camadas. No género de thriller psicológico essa é a forma mais óbvia de levantar suspeitas e desconfianças relativamente à identidade dos antagonistas.
De um circulo restrito de personagens em A Rapariga do Comboio, passamos para um elenco bem mais abrangente e é precisamente nesse ponto que reside a minha única crítica negativa ao livro: a forma como este se apresenta, sob múltiplos POV (os chamados point of view) que, numa primeira análise, comprometem a agilidade da trama. Durante as primeiras páginas denotei alguma confusão no que concerne à atribuição de uma igual importância aos protagonistas da história, ainda que esse mesmo papel pudesse ser meramente circunstancial. Entendo que a autora queira incutir no leitor um sentimento de dúvida, extensível a todos os participantes na história, contudo, devo confessar que não apreciei particularmente esse aspecto.
Daí que tenha achado algo moroso os primeiros momentos da narrativa, embora sem que tal tenha comprometido o interesse na história. Desde o primeiro instante que considerei a morte da Nel bastante suspeita ao ponto de ficar bastante curiosa em conhecer a história da personagem feminina, tendo considerado assaz estimulante a introdução de acções temporais mais antigas. Agora é a parte que vocês dizem: "Mas oh Verovsky, isso também acontecia n´A Rapariga do Comboio". Eu sei, leitores, mas haver um elemento tão trágico como O Poço das Afogadas que remete, primeiro para o ano de 1679 e posteriormente para 1983, já me pareceu bem mais intrincado e achei interessante a forma como uma situação, que decorre na actualidade, se entrelaçou com um acontecimento passado no século XVII. Teria gostado, pessoalmente, de ver mais desenvolvido o relato de Libby, a menina que se afogara nesta altura. Creio que a menção desta personagem serve meramente para reforçar os suicídios que ocorreram naquele local.
De um circulo restrito de personagens em A Rapariga do Comboio, passamos para um elenco bem mais abrangente e é precisamente nesse ponto que reside a minha única crítica negativa ao livro: a forma como este se apresenta, sob múltiplos POV (os chamados point of view) que, numa primeira análise, comprometem a agilidade da trama. Durante as primeiras páginas denotei alguma confusão no que concerne à atribuição de uma igual importância aos protagonistas da história, ainda que esse mesmo papel pudesse ser meramente circunstancial. Entendo que a autora queira incutir no leitor um sentimento de dúvida, extensível a todos os participantes na história, contudo, devo confessar que não apreciei particularmente esse aspecto.
Daí que tenha achado algo moroso os primeiros momentos da narrativa, embora sem que tal tenha comprometido o interesse na história. Desde o primeiro instante que considerei a morte da Nel bastante suspeita ao ponto de ficar bastante curiosa em conhecer a história da personagem feminina, tendo considerado assaz estimulante a introdução de acções temporais mais antigas. Agora é a parte que vocês dizem: "Mas oh Verovsky, isso também acontecia n´A Rapariga do Comboio". Eu sei, leitores, mas haver um elemento tão trágico como O Poço das Afogadas que remete, primeiro para o ano de 1679 e posteriormente para 1983, já me pareceu bem mais intrincado e achei interessante a forma como uma situação, que decorre na actualidade, se entrelaçou com um acontecimento passado no século XVII. Teria gostado, pessoalmente, de ver mais desenvolvido o relato de Libby, a menina que se afogara nesta altura. Creio que a menção desta personagem serve meramente para reforçar os suicídios que ocorreram naquele local.
E claro, a autora refere alguns episódios decorridos num passado mais recente, em 1993 para ser precisa, episódios esses que relatam situações incómodas das irmãs Jules e Nel, ainda estas eram adolescentes. Aqui pego num outro ponto que considero sempre bastante interessante em tramas deste género: o desvendar de segredos. Os intervenientes da história têm algo a esconder e o timing das revelações foi bastante inteligente. A partir da terceira parte do livro, fiquei mesmo agarrada à história. Um efeito tardio mas que valeu a pena.
Não posso deixar de referir que esta minha experiência de leitura foi oposta à da Rapariga do Comboio, em que li a obra avidamente, não obstante reconhecer, agora que li os dois trabalhos da autora, que a trama é mais simplista relativamente à da presente obra. Tal como na obra antecessora, a autora quis levantar alguns temas controversos, sendo o mais pertinente o do suicídio. O papel da mulher continua, como já denotara em A Rapariga do Comboio, a ter um principal destaque. Escrito na Água é, sem dúvida, um livro muito intenso.
Posto isto, prevejo que Escrito na Água possa também agradar aos leitores que ficaram descontentes com A Rapariga no Comboio. É uma história interessante e, acima de tudo, maturada.
Paula
Hawkins estará este ano na Feira do Livro de Lisboa nos dias 10 e 11 de
Junho. Até lá podeis ler Escrito na Água. Estará nas livrarias a partir
de 2 de Maio.
Olá Vera
ResponderEliminarComo gostei muito d' A Rapariga do Comboio estava curiosa pela tua opinião, para ver se todo o " hype" e a contagem decrescente se justificariam. E pelo que li - sim! Vera Maria mais uma desgraceira para estes lados.
Beijinhos e boas leituras
Olá! Acabei ontem de ler "Escrito na água" e o sentimento que resume a leitura é de desilusão... Gostei, prendeu-me à narrativa, mas o final... "mas então é isto?" E acabou? Não fiquei convencida. Boas leituras!!
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