Sinopse: AQUI
Opinião: É com alguma vergonha que revelo nunca ter lido nada (ainda) de Rex Stout. Na realidade, deixo-me fascinar pelas novidades editoriais que os clássicos vão ficando para trás, com muita pena minha.
Por isso, foi com O Caso de Nero Wolfe que tive contacto, pela primeira vez, com as personagens icónicas criadas por Rex Stout. Poder-se-ia até dizer que este livro funciona como uma prequela da série desenvolvida por Stout uma vez que recria o encontro de Archie Goodwin com Nero Wolfe, originando a parceria que eles desenvolvem no decorrer dos casos criados por um dos clássicos mestres policiais.
Como tal, e dadas as circunstâncias, basear-me-ei apenas na presente obra para fazer algumas observações referentes às personagens centrais. Creio que estarão fidedignas com o registo de Stout.
O Caso de Nero Wolfe é um cozy mystery muito simpático que integra a colecção Crime à Hora do Chá. Apesar de ser uma obra publicada em 2012, está muitíssimo bem contextualizada na época.
A descrição primorosa sobre o ambiente do autor transportou-me para a sociedade nova-iorquina dos anos 30, altura em que se sentiram os efeitos da Grande Depressão.
Relativamente ao caso policial, este começa por ser um sequestro de uma criança, o Tommie de apenas oito anos. Senti-me surpreendida quando foi revelada, a poucas páginas do início, a resolução deste caso e temi que a trama não voltasse a surpreender até ao final. Contudo, este rapto trouxe algumas implicações que me agradaram.
Um outro aspecto que me satisfez foi a descrição da família de Tommie. Talvez por já não haver esta tradição, a dinâmica na casa da criança, com toda uma interacção entre os serviçais, mordomo e donos da casa fez-me lembrar a afamada série Downton Abbey.
Gostei de conhecer o emblemático Nero Wolfe e questiono-me se a personagem também não participa tão activamente como na presente trama. Refiro-me a ele nesta forma pois Wolfe cinge-se a ficar em casa, a analisar e relacionar factos decorrentes dos testemunhos de Archie.
Apercebi-me que Wolfe é excêntrico e só me apetece comprovar e ler um livro escrito por Rex Stout. Creio que a publicação desta obra poderá potenciar a leitura dos clássicos policiais do autor que criou a personagem.
O ritmo da história é lento, à semelhança dos policiais ditos clássicos, e a investigação do caso entrelaça com um enquadramento da época. A trama é desprovida de elementos chocantes. Como certamente sabeis, sou uma leitora que dá primazia às tramas mais violentas com pormenores mais sórdidos.
No entanto, ler um mistério destes é um guilty pleasure. São histórias que primam pela dedução lógica na resolução dos casos e tenho para mim que é apreciar a literatura policial na sua essência.
Tem que ler todos. Wolf não é apenas excêntrico, é genialmente comodista e guloso. Eu comprei hoje este Goldsborough, com muito medo. Não gosto que mexam nos meus heróis, no entanto tenho tantas saudades de os encontrar que não resisti.
ResponderEliminarPois tenho Paula! E já comprei uma série deles, alguns antigos da Circulo de Leitores, lindos! Vou dedicar-me mais ao clássico, em particular este autor. Um beijinho grande e boas leituras!
EliminarTem que ler todos. Wolf não é apenas excêntrico, é genialmente comodista e guloso. Eu comprei hoje este Goldsborough, com muito medo. Não gosto que mexam nos meus heróis, no entanto tenho tantas saudades de os encontrar que não resisti.
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