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Opinião: Foi com muita satisfação que recebi o exemplar de leitura avançada de O Pântano dos Sacrifícios. Antes de mais, gostaria de congratular a editora TopSeller pelo esmero nestes exemplares de avanço. Coladas ao livro, vinham duas moedas de 10 coroas suecas, um pormenor deveras original e alusivo à história.
Além disso, por ser uma curiosa em literatura policial escandinava, já ouvira falar da autora Susanne Jansson, pelo que foi com grande entusiasmo que comecei a ler a presente obra.
Agradou-me muito que a narrativa se tenha desenvolvido em torno do cenário pantanoso de uma região sueca. Normalmente os thrillers têm ambientes mais urbanos pelo que O Pântano dos Sacrifícios se destaca pelo seu cenário peculiar. Considero que, geralmente, o pântano é um local intimidante, o que intensifica a componente de suspense.
Achei interessante o entrosamento com o folclore pois, aparentemente, as turfeiras e os pântanos do Norte da Europa eram locais de enterro e de sacrifício na antiguidade. Sendo uma entusiasta da cultura escandinava, gostei de ter lido estas passagens e dei por mim a pesquisar sobre uma referência que desconhecia, A Rapariga do Arando. Confesso que a cultura egípcia me deslumbra pelos seus metódicos processos de mumificação, embora tenha conhecimento que estes também se faziam em temperaturas frias, como o Otzi na Rússia e agora esta menina nas zonas pantanosas.
Posso afiançar-vos que não há muitos livros que suscitem este interesse em mim a ponto de ir investigar avidamente sobre estas alusões nas narrativas.
Posso afiançar-vos que não há muitos livros que suscitem este interesse em mim a ponto de ir investigar avidamente sobre estas alusões nas narrativas.
Posso afirmar que, de certa forma, esta obra recordou-me a trilogia de Baztán de Dolores Redondo.
Outro aspecto que me ficou na retina e este muito pessoal, a bióloga Nathalie faz diversas considerações com cariz científico. Ora, sendo eu da área das Ciências fiquei deliciada com a descrição de alguns dos processos químicos que decorrem num pântano.
Além disso, gosto de personagens com passados conturbados, daí ter apreciado a caracterização da protagonista. A forte conotação feminina é intensificada pela personagem Maya, que tem um papel igualmente fulcral na trama.
Embora tenha considerado o ritmo da trama moroso, achei igualmente que foi bastante intrincada. Ainda que a história apresente alguns traços de sobrenatural, uma componente que não me seduz particularmente, creio que esta se inseriu bem na trama. Agradou-me que o mistério tenha surgido em várias frentes: no aparecimento de cadáveres no pântano,bem como na identidade do agressor de
Johannes, um jovem que se envolve com a bióloga. Uma terceira componente da narrativa refere-se ainda ao passado de Nathalie.
Em suma, a representação dos autores nórdicos no nosso país fica, sem dúvida, mais rica com a publicação d´O Pântano dos Sacrifícios. Uma excelente aposta que alia o misticismo da zona rural da Suécia com o thriller nórdico, para mim, indubitavelmente, um dos melhores na literatura actual.
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