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Opinião: Nesta minha recensão crítica começo por confessar que não acompanho regularmente os títulos do autor Jeff Abbott. Uma vez que já li alguns dos seus livros, sei que estes se debruçam essencialmente sobre tramas de acção, um subgénero que não me estimula particularmente e, como tal, fui-me desligando da série protagonizada por Sam Capra.
No entanto, quando me apercebi que o autor enveredou pela escrita de um thriller psicológico, fiquei bastante curiosa para ler este título. Como terão percebido, este subgénero, provavelmente, tem sido o meu preferido nos últimos tempos.
A história debruça-se sobre Jane Norton, uma jovem que sobreviveu a um acidente de viação mas apresenta algumas mazelas, nomeadamente a nível neurológico: a jovem não se recorda dos momentos que antecederam o acidente, impossibilitando-a de explicar a razão pela qual David se encontrava com ela. Este jovem morreu e Jane é responsabilizada, por amigos e familiares, pelo sucedido.
Agradou-me que a acção se tenha desenvolvido num ambiente de paranóia e desconfiança. Creio que será consensual afirmar que o leitor se questiona se Jane é uma personagem confiável e se, por conseguinte, acredita que esta, de facto, não se recorda do acidente. Talvez por este motivo, a empatia com esta personagem não é imediata, denotando-se, desde início, um fosso entre Jane e o leitor, o que, na minha opinião, intensifica o interesse em saber mais sobre esta personagem enigmática.
Já constatei nalguns livros do subgénero de thriller psicológico que as personagens não fiáveis intensificam o mistério associado e Culpa não foi excepção.
Tendo em conta a faixa etária das personagens, esta história poder-se-ia encaixar na
categoria dos YA, embora esta trama esteja pejada de suspense. Contudo, confesso que nem atentei à
idade das personagens visto que me pareceram bastante mais maduras, facto que atribuí às consequências do acidente que vitimou David, bem como às marcas que deixou na comunidade.
À medida que a trama se desenrola, o ritmo vai-se tornando mais frenético e denota-se o estilo do autor caracterizado pelo género de acção com uns laivos da temática de conspiração. Porém, a natureza do narrador, bem como o suspense que é levantado, remete-nos para o subgénero do thriller psicológico. Devo ainda destacar que me surpreenderam as inúmeras revelações sobre as personagens e os segredos que estas encerravam.
Em suma, estamos perante uma trama bem articulada que prima pelo ritmo estonteante na segunda parte da história, bem como revelações surpreendentes e um final chocante. É, portanto, uma obra de grande entretenimento que impele a uma leitura voraz.
Para mim, Culpa supera os demais livros da série de Sam Capra. O autor, tendo saído da sua zona de conforto, creio que foi extremamente bem sucedido.
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