Sinopse: Doze horas depois do corpo de uma mulher de 31 anos dar à costa numa zona deserta do sul de Inglaterra, a filha da vítima, de três anos de idade, é encontrada a vaguear pelas ruas de uma cidade situada a vários quilómetros do local do crime. Katte Summer fora violada, estrangulada e torturada antes de ser atirada à água e as suspeitas recaiem sobre três principais suspeitos: o marido de Kate, William Summr, um homem torturado e sexualmente frustrado; Steven Harding, um jovem actor atraente e charmoso mas também perturbado, cujo barco se encontra ancorado muito perto do sítio em que a filha de Katte foi encontrada e Tony Bridges, um professor cuja amizade por Harding se vinha a deteriorar há já algum tempo. Porque razão teria sido Katte assassinada e porque é que a sua filha, para todos os efeitos uma testemunha, teria sido autorizada a viver? E porque é que sempre que o pai tentava agora pegar-lhe ao colo gritava de medo?
Opinião: Recordo-me perfeitamente do entusiasmo com que comprei este livro, há uns anos, numa feira de alfarrabistas. Como sabeis, aprecio obras que se desenvolvam a partir de um tema chocante, como é o caso dos crimes sexuais. Há uns dias, estava a contemplar a colecção O Fio da Navalha - escrevi até um post na altura, com a listagem completa dos títulos - quando se instalou a nostalgia e tirei, assim sem grande premeditação, este exemplar da estante. Já há muito que não lia uma obra desta autora britânica.
Opinião: Recordo-me perfeitamente do entusiasmo com que comprei este livro, há uns anos, numa feira de alfarrabistas. Como sabeis, aprecio obras que se desenvolvam a partir de um tema chocante, como é o caso dos crimes sexuais. Há uns dias, estava a contemplar a colecção O Fio da Navalha - escrevi até um post na altura, com a listagem completa dos títulos - quando se instalou a nostalgia e tirei, assim sem grande premeditação, este exemplar da estante. Já há muito que não lia uma obra desta autora britânica.
O que indubitavelmente marca esta obra é a estrutura dinâmica da história: o desenvolvimento da narrativa é complementado com depoimentos de testemunhas ou relatórios forenses, tendo-me sugado para a história. Esta estrutura tão invulgar fez-me sentir que eu própria participei na investigação criminal, tendo acesso aos documentos para que eu mesma pudesse formular a minha teoria sobre este crime. Confere, igualmente, uma base mais verosímil à trama.
Existindo apenas dois suspeitos do crime, estava na expectativa sobre quem recaía a culpa de ter violado e morto Kate. Temia, pois, que a descoberta da identidade do homicida fosse demasiado evidente, percepção que, felizmente, foi deitada por terra. Ainda que nos pareça óbvia a identidade do perpetrador, a trama não é tão linear como aparenta e fui surpreendida, em diversos momentos, com revelações interessantes que foram surgindo no decurso da investigação.
Gostei da caracterização das personagens, em especial a da vítima, que é bem mais complexa do que nos dá, inicialmente, a entender. E o curioso é que este profundo desenvolvimento de Kate é feito numa situação post mortem, a meu ver, mais interessante do que se fosse por analepses.
Se a violação seguida de homicídio é, por si, uma situação já chocante, a trama adensa-se quando se descobre que a babé Hannah, filha de Kate, é encontrada a deambular, desorientada. Sendo uma personagem de tão tenra idade, faz bastante confusão imaginar uma bebé nesta situação. O enquadramento familiar da vítima acaba por trazer uma tensão ainda maior.
Em suma, O Violador é uma obra que se debruça sobre um crime perturbador, com contornos bastante fortes, narrada sob uma estrutura original e convincente. Apesar de ser um livro com já 20 anos, não achei que a história fosse datada.
Foi com grande interesse que acompanhei esta investigação policial e espero que a próxima visita à colecção O Fio da Navalha me proporcione uma leitura igualmente plazerosa.
Nunca tinha ouvido falar da autora, mas já adicionei a leitura à minha lista no Goodreads. Costumo gostar deste tipo de livros.
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