Confesso que desconhecia Alastair Campbell, autor de um livro publicado pela Bizâncio, Está Tudo na Cabeça. Não li esta obra mas assim que foi publicado Maya, fiquei curiosíssima em ler este livro, dado que na sinopse, este seria catalogado como um drama/thriller. E então no post de hoje vou fazer algumas considerações sobre este livro.
Uma capa bonita mas simples que é essencialmente o retrato do enredo deste livro. Steve Watkins conta em primeira mão, a história da sua melhor amiga Maya Lowe. A amizade deles recua desde há vinte anos, altura em que Steve achava que estava apaixonado pela amiga, e com receio de deitar tudo a perder, nunca o confessou. Agora que tantos anos se passaram, Steve é casado com Vanessa e prestes a ser pai. Por sua vez, Maya é uma bem sucedida estrela de cinema, também casada com um homem das artes do entretenimento, Dan Chivers. O que Steve relata é basicamente, uma sequência de acontecimentos que explora ao limite a obscuridade associada ao poder excessivo da amizade, abordando o cruel mundo da fama.
Escrito na primeira pessoa, o leitor faz os seus juízos a partir do que é relatado e eu penso que esta é uma personagem dúbia. Sim, neste livro o protagonista é altamente duvidoso: se por um lado é compreensível toda a sua preocupação pela amiga, por outro é incoerente a forma como ele faz precipitar os podres sobre a relação de Maya com Dan. Será este um bom amigo? Aquele que elabora diversos esquemas menos éticos para que a verdade venha ao de cima?
A meio do enredo pensava para mim própria como era possível ser descurada a relação com a esposa em detrimento de Maya e como Steve, um homem aparentemente com valores, começa a agir na ausência de ética, para ajudar, se é assim que podemos dizer, a amiga. Por isso à medida que nos deparamos com quase uma obsessão pouco saudável por Maya, a empatia que se gerou inicialmente por Steve fácil e gradualmente se transforma em desagrado.
Este é Steve, casado com Vanessa que vai desculpando os mais esfarrapados esquemas do marido, que de certa forma, o esquivam da responsabilidade de ser pai, afastando-o de Vanessa mas aproximando-o de Maya. E esta por outro lado demonstra a sua fragilidade face às inúmeras situações sobre Dan e não só. O próprio mediatismo sobre a sua pessoa abafa-a da felicidade pessoal.
No meio de tantas personagens vulgo fictícias, o autor insere umas quantas personalidades numa tentativa de tornar a trama o mais realista possível.
Numa escrita fluída, inicialmente mais morosa com as inúmeras descrições que gradualmente convergem numa leitura compulsiva e cheia de acção, o autor explora o mundo da fama e ao que lhe traz associado como a falta de privacidade através de constantes assédios por parte de jornalistas ou paparazzis e pressões várias face aos media. Para enriquecer a trama, descreve com brilhantismo, aquela que poderá ser uma relação compulsiva e quase que obsessivamente doentia, dentro dos limites da amizade.
Não há violência, a trama é praticamente desenvolvida num registo de tensão psicológica.
Muitas manipulações, intrigas, mentiras e acções que à partida agoiram um final menos colorido para Steve são os ingredientes base de uma trama que não se engendra propriamente nas minhas preferências literárias, mas que gostei de ler.
Uma capa bonita mas simples que é essencialmente o retrato do enredo deste livro. Steve Watkins conta em primeira mão, a história da sua melhor amiga Maya Lowe. A amizade deles recua desde há vinte anos, altura em que Steve achava que estava apaixonado pela amiga, e com receio de deitar tudo a perder, nunca o confessou. Agora que tantos anos se passaram, Steve é casado com Vanessa e prestes a ser pai. Por sua vez, Maya é uma bem sucedida estrela de cinema, também casada com um homem das artes do entretenimento, Dan Chivers. O que Steve relata é basicamente, uma sequência de acontecimentos que explora ao limite a obscuridade associada ao poder excessivo da amizade, abordando o cruel mundo da fama.
Escrito na primeira pessoa, o leitor faz os seus juízos a partir do que é relatado e eu penso que esta é uma personagem dúbia. Sim, neste livro o protagonista é altamente duvidoso: se por um lado é compreensível toda a sua preocupação pela amiga, por outro é incoerente a forma como ele faz precipitar os podres sobre a relação de Maya com Dan. Será este um bom amigo? Aquele que elabora diversos esquemas menos éticos para que a verdade venha ao de cima?
A meio do enredo pensava para mim própria como era possível ser descurada a relação com a esposa em detrimento de Maya e como Steve, um homem aparentemente com valores, começa a agir na ausência de ética, para ajudar, se é assim que podemos dizer, a amiga. Por isso à medida que nos deparamos com quase uma obsessão pouco saudável por Maya, a empatia que se gerou inicialmente por Steve fácil e gradualmente se transforma em desagrado.
Este é Steve, casado com Vanessa que vai desculpando os mais esfarrapados esquemas do marido, que de certa forma, o esquivam da responsabilidade de ser pai, afastando-o de Vanessa mas aproximando-o de Maya. E esta por outro lado demonstra a sua fragilidade face às inúmeras situações sobre Dan e não só. O próprio mediatismo sobre a sua pessoa abafa-a da felicidade pessoal.
No meio de tantas personagens vulgo fictícias, o autor insere umas quantas personalidades numa tentativa de tornar a trama o mais realista possível.
Numa escrita fluída, inicialmente mais morosa com as inúmeras descrições que gradualmente convergem numa leitura compulsiva e cheia de acção, o autor explora o mundo da fama e ao que lhe traz associado como a falta de privacidade através de constantes assédios por parte de jornalistas ou paparazzis e pressões várias face aos media. Para enriquecer a trama, descreve com brilhantismo, aquela que poderá ser uma relação compulsiva e quase que obsessivamente doentia, dentro dos limites da amizade.
Não há violência, a trama é praticamente desenvolvida num registo de tensão psicológica.
Muitas manipulações, intrigas, mentiras e acções que à partida agoiram um final menos colorido para Steve são os ingredientes base de uma trama que não se engendra propriamente nas minhas preferências literárias, mas que gostei de ler.
Sem comentários:
Enviar um comentário