Confesso que sou uma fervorosa fã de Douglas Preston. Já o conheço de outras andanças e realmente os seus romances de thriller escritos a duas mãos com Lincoln Child, ou individuais, são absolutamente fantásticos. Preston é. nada mais nada menos, que um dos criadores de uma das minhas personagens favoritas, Pendergast.
Mas não é disso que vos venho falar hoje. O Monstro de Florença, escrito com a colaboração de Mario Spezi, um afamado jornalista na área criminal, debruça-se sobre o mediático serial killer que aterrorizou esta cidade italiana durante cerca de 20 anos.
É portanto uma obra particular onde são relatados os homicídios e respectivos modus operandi, a identidade das vitimas e a investigação criminal tendo como pano de fundo, a inquieta sociedade florentina que temia os eventuais atentados.
Foi o segundo livro que li nestes moldes e devo dizer que esta foi uma obra desconcertante. Afinal de contas, quantos de nós não sentem desconforto quando lemos sobre os vários serial killers que compõem o lado mais negro da História: Jack o Estripador, Zodiac, O Assassino do Laser, o Estrangulador de Boston ou aqui tão perto de nós, Diogo Alves e mais recentemente, o Estripador de Lisboa. Infelizmente, nem na mais pacífica ou evoluída das cidades está imune o aparecimento de um assassino em série.
Este é um livro que, dentro do género policial, tem uma abordagem científica e objectiva, relatando os factos verídicos, sem qualquer floreado. Portanto a descrição dos cadáveres é bastante gráfica, explicitando o trabalho do Monstro que matava casais, incidindo sobretudo na mutilação sexual do corpo feminino.
O nível de realismo e veracidade dos factos narrados está patente em todo o livro e para garantir que estes não se desvaneçam, são inseridos um conjunto de fotografias alusivas ao caso referentes ao retrato robot do Monstro, algumas das vítimas e personalidades que de alguma forma, terão tido influência neste caso em particular.
Esta é a primeira parte do livro, narrada por Mario Spezi. Na segunda parte, é Douglas Preston que relata, numa fase inicial, a adaptação da sua família à Italia, passagens descritas com algum humor, que rapidamente se esmorece para dar lugar a uma descrição verdadeiramente angustiante: Spezi e Preston são considerados directamente envolvidos na história do Monstro, após várias pessoas inocentes presas. Numa tentativa absurda de abafar o caso (como se de uma ditadura se tratasse), policia e governo italianos lançam falsas acusações.
Por isso fiquei impressionada não só com este serial killer e os seus requintes de malvadez, como também a forma como o manuscrito deste livro desencadeou uma péssima experiência para os autores Douglas e Spezi.
Uma investigação criminal que terá sido deficientemente conduzida, a meu ver (tendo em conta que esta ainda seria arcaica nos anos 80), fez com que nunca tivessem apanhado este assassino, e tal como por exemplo Jack O Estripador ou Zodiac, nunca obtiveram a sua real identidade.
Um livro real e arrepiante que simplesmente adorei! Embora pertencendo à colecção Grandes Narrativas, poderia muito bem estar contemplado no Fio da Navalha ou nos Minutos Contados. Mais do que recomendá-lo aos amantes do policial, aconselho-o sobretudo aos curiosos e estudiosos da criminologia.
Mais informações sobre o livro aqui.
Mas não é disso que vos venho falar hoje. O Monstro de Florença, escrito com a colaboração de Mario Spezi, um afamado jornalista na área criminal, debruça-se sobre o mediático serial killer que aterrorizou esta cidade italiana durante cerca de 20 anos.
É portanto uma obra particular onde são relatados os homicídios e respectivos modus operandi, a identidade das vitimas e a investigação criminal tendo como pano de fundo, a inquieta sociedade florentina que temia os eventuais atentados.
Foi o segundo livro que li nestes moldes e devo dizer que esta foi uma obra desconcertante. Afinal de contas, quantos de nós não sentem desconforto quando lemos sobre os vários serial killers que compõem o lado mais negro da História: Jack o Estripador, Zodiac, O Assassino do Laser, o Estrangulador de Boston ou aqui tão perto de nós, Diogo Alves e mais recentemente, o Estripador de Lisboa. Infelizmente, nem na mais pacífica ou evoluída das cidades está imune o aparecimento de um assassino em série.
Este é um livro que, dentro do género policial, tem uma abordagem científica e objectiva, relatando os factos verídicos, sem qualquer floreado. Portanto a descrição dos cadáveres é bastante gráfica, explicitando o trabalho do Monstro que matava casais, incidindo sobretudo na mutilação sexual do corpo feminino.
O nível de realismo e veracidade dos factos narrados está patente em todo o livro e para garantir que estes não se desvaneçam, são inseridos um conjunto de fotografias alusivas ao caso referentes ao retrato robot do Monstro, algumas das vítimas e personalidades que de alguma forma, terão tido influência neste caso em particular.
Esta é a primeira parte do livro, narrada por Mario Spezi. Na segunda parte, é Douglas Preston que relata, numa fase inicial, a adaptação da sua família à Italia, passagens descritas com algum humor, que rapidamente se esmorece para dar lugar a uma descrição verdadeiramente angustiante: Spezi e Preston são considerados directamente envolvidos na história do Monstro, após várias pessoas inocentes presas. Numa tentativa absurda de abafar o caso (como se de uma ditadura se tratasse), policia e governo italianos lançam falsas acusações.
Por isso fiquei impressionada não só com este serial killer e os seus requintes de malvadez, como também a forma como o manuscrito deste livro desencadeou uma péssima experiência para os autores Douglas e Spezi.
Uma investigação criminal que terá sido deficientemente conduzida, a meu ver (tendo em conta que esta ainda seria arcaica nos anos 80), fez com que nunca tivessem apanhado este assassino, e tal como por exemplo Jack O Estripador ou Zodiac, nunca obtiveram a sua real identidade.
Um livro real e arrepiante que simplesmente adorei! Embora pertencendo à colecção Grandes Narrativas, poderia muito bem estar contemplado no Fio da Navalha ou nos Minutos Contados. Mais do que recomendá-lo aos amantes do policial, aconselho-o sobretudo aos curiosos e estudiosos da criminologia.
Mais informações sobre o livro aqui.
Reparei neste livro quando me fui registar no site da presença por causa do codigo que me deram na Hora H :) la' vou ter de comprar mais uns livros com o credito que ganhei :)
ResponderEliminarAlguma recomendacao?
Eu adorei este livro! Mas da Presença são muitos os Fios da Navalha e Minutos Contados que gostei!
ResponderEliminarEstive recentemente em Florença e em várias livrarias chamou-me a atenção alguns livros policiais do Michele Giutiari (um dos inspectores que indiciaram o Mário Spezi no envolvimento no caso Monstro)... Após pesquisa na net reparei muitas ligações a este caso e entretanto a presença edita este livro... Estou a finaliza-lo e estou a adorar... e estando recentemente em sitios semelhantes aos que ocorreram os crimes dá-me um arrepio na espinha...
ResponderEliminarJá li este livro e gostei muito. Também sou um grande fã do Douglas Preston e da série "Pendergast"! Sinceramente não percebo como é que é bastante desconhecido entre o meu grupo de amigos leitores. Por acaso não saberás onde encontrar o "Dança da Morte" em português? Não teria problemas em lê-lo em inglês mas é corresponder com o resto da colecção que está em português.
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarés cá dos meus! Eu adoro Douglas Preston e Lincoln Child :D Por acaso arranjei esses no El Corte Inglés. Vá se lá saber porquê, mas a minha tara é tanta que quando colecciono alguma coisa tem que ser da mesma colecção. por acaso tinha arranjado o Enxofre da versão mais antiga da Ulisseia (agora tens a mais recente da Babel), e procurei pelas mesmas edições da Dança da Morte e o Livro dos Mortos (este até tem o Akhenaton na capa, que gosto mais e tudo). Se fores de Lx, passa no El Corte Inglés ;) Ou tenta entrar em contacto com a Babel para adquirires esses mesmos livros. Tenha ideia que os vi na feira do livro tb ;)
Um beijinho, dispõe sempre (e desculpa o testamento...). Boas leituras :))
Olá! Obrigado pela resposta. O personagem Pendergast é realmente outra coisa! :)
ResponderEliminarCuriosamente a minha versão do Enxofre também não corresponde aos restantes, mas quando o encomendei supostamente era da mesma colecção. Como estava impaciente para o ler não me incomodou muito. É muito chato não ter este livro porque tenho os seguintes, mas não os posso ler porque este é o 2º da trilogia Diogenese e não encontro em lado nenhum. Vou passar pelo El Corte Inglés então, talvez eles tenham :)
Vou estar atento ao blog para mais sugestões de leitura.
Beijinhos e boas leituras!
Estava com algumas dúvidas em relação a este livro porque estou habituada a ler os livros de ficção do Douglas Preston e não sabia como se sairia a escrever livros reais. Mas a discrição convenceu-me.
ResponderEliminarAproveito para comentar que tal como referido também tive muitas dificuldades em encontrar o "Dança da Morte", finalmente há cerca de 2 semanas encontrei o livro :) Falta divulgação em Portugal destes autores, na minha procura deste livro apercebi-me que são muito pouco conhecidos. Entre os meus amigos ainda nao encontrei ninguém que conheça estes dois fantásticos autores.
Olá Merit! Esse nome sugere-me algo... és aficionada pelo antigo Egipto, certo? ;) Somos duas!
EliminarAinda não leste este livro? Gostei muito, se bem que sou fã do Douglas com o Lincoln Child! (li o codex Maia a solo dele e não gostei tanto como os do Pendergast). Se puderes experimentar, é diferente mas isso dá que pensar no quão distorcidos estão certos aspectos na sociedade. Lembro-me que houve alguma censura no decorrer da investigação e que isso chocou-me muito. Nada melhor do que experimentares. Eu acho que vais gostar!
É verdade, há pouca divulgação sobre estes autores, e na minha opinião, são mesmo bons! Tenho poucos amigos que os conhecem...
Gostei muito de te ter "conhecido" quer pelo gosto em comum com o DP e LC, quer pela civilização egípcia ;)
Beijinho grande e boas leituras!
Olá Verovsky!
ResponderEliminarFiquei surpreendida por teres associado o meu nick ao Antigo Egipto, normalmente as pessoas não fazem ideia de onde fui buscar este nome ;) Estou a ver que encontrei alguém com os mesmos gostos :)
Já estou convencida em ler este livro, já está na lista das minhas próximas aquisições, gosto muito de histórias verídicas e ficar a conhecer um pouco mais situações que às vezes nem sonhamos...
E estou à espera para ver a tua opinião sobre o novo livro da dupla DP/LC :)
Beijinho!
Olá Merit!
ResponderEliminarehehehe é verdade, já percebi que temos alguns gostos em comum para além da literatura! ;)
Em relação a este livro, tenho a certeza que vais gostar! Pelo menos vais sentir-te chocada com alguns aspectos daquela investigação.
Em relação ao Vírus do Apocalipse, já estou a ler. Arrasta um pouco a começar mas está a ser interessante! Coitada é da personagem feminina que se chama Susana Cabeza de Vaca. Ninguém merece um nome destes... lol
Um grande beijinho e continuação de boas leituras ;)