Stephen Booth é um autor já anteriormente falado nestes meus posts de críticas literárias. Após ter lido Ossos, o autor consagrou-se como um dos meus favoritos com o livro Um Último Suspiro.
Em O Lugar Morto, o autor coloca os protagonistas Ben Cooper e Diane Fry, britânicos oriundos de Peak District, numa trama em que a morte é um tema fulcral. Todo o enredo centra-se em demasia na morte (quase obsessivamente), na forma como são enfatizados aspectos como o processo físico da decomposição de cadáveres quando estes são enterrados ou cremados, crenças religiosas e até a forma como a morte pode enaltecer o negócio de cangalheiros.
A fórmula para tão bons policiais de Booth relaciona-se com a metodologia de criação de duas ou mais subtramas e as mesmas vão convergindo para um final surpreendente.
Pois se por um lado, há uma história referente a um negócio de cangalheiros em que se descobre ali uma intrujice que se relaciona com um estranho roubo de cadáveres, por outro há um estranho serial killer que alerta telefonicamente a polícia que irá matar... de novo!
O autor dá uma injecção de adrenalina logo às primeiras páginas, e através de algumas reviravoltas no enredo, o ritmo mantém-se constante e empolgante. Li este livro, de quatrocentas e algumas páginas em apenas três dias.
Por isso se há adjectivo que melhor caracteriza este livro é: mórbido! É um livro pesado, na verdadeira ascensão da palavra, na forma como aborda a morte. A tanatologia (estudo dos processos associados à morte) é fortemente supracitada e de uma forma até bastante detalhada, de modo a que poderá deixar desconfortável o mais corajoso dos leitores.
Até eu, estou quase versada no que poderá ser susceptível na literatura policial, me senti impressionada com o teor de algumas passagens, e inevitavelmente fechei o livro por várias vezes, para meditar no que tinha acabado de ler.
No entanto, e o fascinante do livro reside neste aspecto: é que Booth nem tem de recorrer a elementos gráficos de violência. O que eventualmente pode chocar os leitores reside apenas no conteúdo descritivo sobre o final da vida.
Mas Booth esmera-se em pormenores que vão além do mórbido. Ele é um verdadeiro artista na forma como descreve Peak District e a forma como os moradores se fecham em copas perante tal sucessão de acontecimentos trágicos. Perante este cenário gótico, cada uma das personagens parece esconder algo, ingrediente fulcral para o fantástico desfecho desta história. Afinal de contas, nunca soubemos verdadeiramente as intenções de cada personagem.
Bem... tirando claro, Diane e Ben. Eu sempre desejei que estes tivessem um envolvimento amoroso, confesso. Há uma química tão natural entre eles que fiquei desiludida pois a relação deles arrefeceu bastante desde Um Último Suspiro, sem que o motivo seja realmente grave a ponto de justificar este afastamento.
Ambas as personagens estão dotadas de problemas familiares, e a forma como harmoniosamente estes são conjugados na narrativa é enriquecedora no contexto da história. Sim, com isto quero dizer que será importante a meu ver, ler as obras por ordem, a ponto de perceber o que terá acontecido ao pai de Ben ou à irmã de Diane.
Acho que é neste livro que Booth mostra verdadeiramente a sua versatilidade na escrita. Os relatos duros e quiçá chocantes naquilo que ele criou como "O Meu Diário dos Mortos", cujos conteúdos são verdadeiramente arrepiantes são conjugados com uma fluidez descritiva nas situações, cenários e personagens. Ainda assim, nos relatos descriminados como "O Meu Diário dos Mortos", Booth tenta quase como de forma poética mas igualmente macabra e real, enaltecer os aspectos alusivos à decomposição dos cadáveres.
Em geral, aspecto que já realcei anteriormente, gosto do estilo de Booth, na forma como no gótico cenário de Peak District, o crime é resolvido pelo deslindar das subtramas paralelas (e originais) que o autor concebe.
O Lugar Morto é um livro muito bom, conseguindo-me surpreender, no entanto confesso que Um Último Suspiro é até agora, o meu favorito da saga. Fica a curiosidade e enorme vontade de ler os livros seguintes e acompanhar a saga de Cooper e Fry.
Um livro fascinante, a quem recomendo aos fãs de policiais mais pesados e aos curiosos sobre o tema da mortalidade (pois desmistifica, ainda que de uma forma crua, os mais variados aspectos sobre a morte). Gostei bastante!
Em O Lugar Morto, o autor coloca os protagonistas Ben Cooper e Diane Fry, britânicos oriundos de Peak District, numa trama em que a morte é um tema fulcral. Todo o enredo centra-se em demasia na morte (quase obsessivamente), na forma como são enfatizados aspectos como o processo físico da decomposição de cadáveres quando estes são enterrados ou cremados, crenças religiosas e até a forma como a morte pode enaltecer o negócio de cangalheiros.
A fórmula para tão bons policiais de Booth relaciona-se com a metodologia de criação de duas ou mais subtramas e as mesmas vão convergindo para um final surpreendente.
Pois se por um lado, há uma história referente a um negócio de cangalheiros em que se descobre ali uma intrujice que se relaciona com um estranho roubo de cadáveres, por outro há um estranho serial killer que alerta telefonicamente a polícia que irá matar... de novo!
O autor dá uma injecção de adrenalina logo às primeiras páginas, e através de algumas reviravoltas no enredo, o ritmo mantém-se constante e empolgante. Li este livro, de quatrocentas e algumas páginas em apenas três dias.
Por isso se há adjectivo que melhor caracteriza este livro é: mórbido! É um livro pesado, na verdadeira ascensão da palavra, na forma como aborda a morte. A tanatologia (estudo dos processos associados à morte) é fortemente supracitada e de uma forma até bastante detalhada, de modo a que poderá deixar desconfortável o mais corajoso dos leitores.
Até eu, estou quase versada no que poderá ser susceptível na literatura policial, me senti impressionada com o teor de algumas passagens, e inevitavelmente fechei o livro por várias vezes, para meditar no que tinha acabado de ler.
No entanto, e o fascinante do livro reside neste aspecto: é que Booth nem tem de recorrer a elementos gráficos de violência. O que eventualmente pode chocar os leitores reside apenas no conteúdo descritivo sobre o final da vida.
Mas Booth esmera-se em pormenores que vão além do mórbido. Ele é um verdadeiro artista na forma como descreve Peak District e a forma como os moradores se fecham em copas perante tal sucessão de acontecimentos trágicos. Perante este cenário gótico, cada uma das personagens parece esconder algo, ingrediente fulcral para o fantástico desfecho desta história. Afinal de contas, nunca soubemos verdadeiramente as intenções de cada personagem.
Bem... tirando claro, Diane e Ben. Eu sempre desejei que estes tivessem um envolvimento amoroso, confesso. Há uma química tão natural entre eles que fiquei desiludida pois a relação deles arrefeceu bastante desde Um Último Suspiro, sem que o motivo seja realmente grave a ponto de justificar este afastamento.
Ambas as personagens estão dotadas de problemas familiares, e a forma como harmoniosamente estes são conjugados na narrativa é enriquecedora no contexto da história. Sim, com isto quero dizer que será importante a meu ver, ler as obras por ordem, a ponto de perceber o que terá acontecido ao pai de Ben ou à irmã de Diane.
Acho que é neste livro que Booth mostra verdadeiramente a sua versatilidade na escrita. Os relatos duros e quiçá chocantes naquilo que ele criou como "O Meu Diário dos Mortos", cujos conteúdos são verdadeiramente arrepiantes são conjugados com uma fluidez descritiva nas situações, cenários e personagens. Ainda assim, nos relatos descriminados como "O Meu Diário dos Mortos", Booth tenta quase como de forma poética mas igualmente macabra e real, enaltecer os aspectos alusivos à decomposição dos cadáveres.
Em geral, aspecto que já realcei anteriormente, gosto do estilo de Booth, na forma como no gótico cenário de Peak District, o crime é resolvido pelo deslindar das subtramas paralelas (e originais) que o autor concebe.
O Lugar Morto é um livro muito bom, conseguindo-me surpreender, no entanto confesso que Um Último Suspiro é até agora, o meu favorito da saga. Fica a curiosidade e enorme vontade de ler os livros seguintes e acompanhar a saga de Cooper e Fry.
Um livro fascinante, a quem recomendo aos fãs de policiais mais pesados e aos curiosos sobre o tema da mortalidade (pois desmistifica, ainda que de uma forma crua, os mais variados aspectos sobre a morte). Gostei bastante!
Deve ser interessante, mas os preços dos livros deste autor são um exagero.
ResponderEliminarPois é Marco, concordo contigo... é geral, é este autor e mais uns quantos que a editora publica. Por isso é que opto sempre por esperar por promoções para adquirir os seus livros.
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