Sinopse: AQUI
Opinião: Linda Como no Homicídio Linda é o primeiro livro de uma nova trilogia oriunda da Suécia. Relembro que no ano passado a Bertrand brindou-nos com uma trilogia de exímia qualidade, elevando a fasquia dos policiais nórdicos. Sim, ainda hoje falo da trilogia As Faces de Victoria Bergman, uma série inesquecível e que me fez tecer comparações, ainda que inadvertidamente. E nesta óptica, Linda Como No Homicídio Linda ficou aquém.
O caso de investigação debruça-se sobre o homicídio de uma estudante da academia de polícia, Linda Wallin. Um crime que, por ter implicações sexuais e consequentemente bastante mórbido, teve bastantes pontos interessantes. Contudo, o ritmo é algo moroso. A investigação dispersa-se sob o calor atípico de Julho na Suécia. As descrições dos locais, das influências do calor sobre as personagens e pormenores sobre estas são informações desnecessárias. Não me senti rendida a esta Suécia tão diferente do que costuma ser retratada nos policiais oriundos do mesmo país em que retratam um clima mais frio e uma atmosfera mais tensa.
Além disso, penso que algumas passagens podem ser maçudas. Creio que um policial que se cinja à investigação de um crime não deverá ascender às 500 páginas, salvo certas excepções em que há uma multiplicidade de subtramas. Não é o caso em Linda Como no Homicídio Linda.
No entanto, penso que é consensual, o elemento controverso desta obra reside no protagonista: Evert Bäckström é, de facto, bastante peculiar. É extremamente sarcástico, arrogante, misógino, homofóbico, racista, egocêntrico e algo individualista (só qualidades, não?)
Diria que é impossível sentir empatia por esta personagem. Todavia, a personagem é tão ridícula que protagoniza uma série de passagens que me fizeram rir, algo que é pouco usual na literatura policial.
Dada a caracterização desta personagem tão extrema a ponto de se tornar insuportável, os restantes pareceram-me um pouco apagados.
Curiosamente após a leitura deste livro fui espreitar o primeiro episódio da série Backstrom (em que o protagonista é precisamente este da obra) e como gostei do que vi, penso que é uma série a acompanhar doravante. Parece-me (a avaliar pelo primeiro episódio) que a série não adapta este livro, apenas usa a personagem para deslindar outros casos, à semelhança da série Rizzolli and Isles.
Em suma, este título é deveras atípico dentro da literatura escandinava.
Não foi um dos meus preferidos até à data, confesso, pois impliquei com o ritmo
moroso da trama bem como com o protagonista. No entanto, não fiquei indiferente a alguns momentos espirituosos graças às tiradas deste personagem bem como a sua caracterização ímpar nos detectives com que me deparei até hoje.
Fica a dúvida de como será o resto da trilogia.
Sem comentários:
Enviar um comentário