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Opinião: Do criador, argumentista e produtor executivo da série True Detective, chega-nos Galveston, o novo livro a integrar a colecção O Fio da Navalha da Editorial Presença.
Embora aprecie séries deste género (afinal de contas prezo o policial tanto na literatura como na televisão), confesso que apenas vi o primeiro episódio de True Detective e tendo achado algo moroso, foi uma série que não acompanhei até ao final. Por isso estava sem saber o que esperar desta estreia e, finda a leitura, não consigo estabelecer comparações entre a obra e a série televisiva.
A história centra-se em Roy Cady, um homem a quem foi diagnosticado um cancro já em fase terminal. E é nesta perspectiva que o livro é narrado, apelando, sobretudo, a um poderoso sentimento de redenção, uma sensação que creio ser recorrente quando se enfrenta a morte.
Achei o livro muito sombrio. Relembrou-me, de certa forma, aqueles policiais mais clássicos em que há ajustes de contas dos mafiosos em resposta a vendettas. Geralmente nestas histórias, a violência é abundante em bares e outros locais mais ermos a fim de evitar testemunhas. Ora Galveston não foge à regra.
Por norma, tramas ao estilo de vinganças de agiotas costumam desinteressar-me mas este livro destaca-se devido ao confronto da tragicidade das personagens principais.
Acredito que o relato da vida da prostituta não deixará nenhum leitor indiferente e intensifica-se quando surge uma nova personagem, a sua irmã Tiffany de apenas três anos.
Acredito que o relato da vida da prostituta não deixará nenhum leitor indiferente e intensifica-se quando surge uma nova personagem, a sua irmã Tiffany de apenas três anos.
O livro está bem escrito e os diálogos extremamente interessantes e credíveis, talvez fruto da experiência de Pizzolatto como argumentista. Além disso, o autor recria com mestria, os cenários sombrios e apropriados destes ajustes de contas, sem fugir aos clichés em dois tempos distintos: em 1987 e posteriormente em 2008.
A história vai muito além de vinganças e ajustes de contas. As personagens são complexas e faz todo o sentido quando, para mim, o verdadeiro suspense reside nos destinos de Roy e Rocky e como os mesmos se irão desenvencilhar dos seus percalços. Creio que se Rocky impressiona pela dura história de vida, Roy emociona o leitor pela caracterização profunda da personagem. Alcóolico e fumador inveterado, inicialmente duro está agora a braços com uma sentença de morte que avizinha para breve.
A acção desenrola-se a um ritmo rápido e o livro lê-se rapidamente também devido ao reduzido número de páginas. Além disso, o final foi bastante intenso e algo inesperado se tivermos a forma como conhecemos Roy Cady.
Para ser sincera, o número 116 de uma das minhas colecções preferidas não foi, para mim, o mais marcante. Contudo, curiosamente, a leitura desta obra deu-me algum alento a prosseguir com a série televisiva True Detective para que possa então comparar a obra Galveston com a outra história da autoria de Pizolatto.
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Vi a série completa e foi das melhores que vi em TV nos últimos anos a par de Broadchurch. Recomendo-te.
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