Opinião: Já li o thriller sensação que será publicado em 2018 pela Suma de Letras, mais concretamente no próximo dia 2. E eis o que penso sobre o mesmo:
A sinopse omite o acontecimento que transforma num pesadelo aquilo que era uma simples visita ao Jardim Zoológico. Não é uma situação completamente original e o único aspecto inovador relaciona-se com o local onde o mesmo acontece, que é o Zoo.
Portanto, para estar coerente com a sinopse, vou também evitar falar sobre essa situação em particular.
Na minha opinião, o ponto forte reside na premissa da trama, que se alicerça na poderosa relação entre uma mãe, Joan, e o seu filho de 4 anos, Lincoln. quando estes se vêem numa situação delicada.
Pelo que pude apurar a priori, uma das questões mais polémicas desta história seria a violência contra os animais. No entanto, creio que esta componente não sobressai na trama e está perfeitamente contextualizada na acção. Não julgo, portanto, que choque os leitores como temia. Poderão ser mais impressionáveis as cenas relacionadas com animais decorrentes das memórias do vilão, aspecto que, a meu ver, reforça a psicopatia do antagonista. Embora não seja original, agrada-me que exista uma construção da personagem recorrendo a episódios do passado.
O aspecto que considerei igualmente tenso foi o desenvolvimento da trama. Temi genuinamente pela vida da mãe e do filho, embora considere que Joan teve atitudes menos coerentes, como a má utilização de um telemóvel naquelas circunstâncias. Eu, que vejo imensos filmes de terror, há um cliché frequente que é a inutilização de um telemóvel seja por falta de bateria ou rede. Aqui havia o poder de utilizar essa tecnologia e não foi bem sucedida, de todo.
A trama é narrada maioritariamente por Joan contudo, na minha opinião, teria funcionado melhor caso fosse esta a única narradora. Exceptuando os capítulos referentes ao vilão, não creio que personagens mais secundárias, como a adolescente ou a professora, tenham algum destaque com os seus capítulos pois, a meu ver, estas careciam de um maior desenvolvimento. O livro é curto, debruçando-se mormente sobre a acção mas não particularmente sobre as personagens, o que justificará também o facto de não ter respondido devidamente a alguns aspectos que se tornaram pontas soltas no enredo.
Não sendo um thriller que me tenha deslumbrado (a fasquia que a Suma de Letras impôs no género está muito alta devido ao último livro da autoria de Hjorth & Rosenfeldt), Reino de Feras acaba por proporcionar uma reflexão profunda sobre a relação entre mãe e filho.
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