terça-feira, 30 de junho de 2020

Javier Castillo - O Dia em Que Perdemos o Amor [Opinião]

Sinopse: AQUI

Opinião: O Dia Em Que Perdemos o Amor é o desfecho de O Dia Em Que Perdemos A Cabeça, uma obra muito pouco consensual na medida em que apresenta opiniões díspares. Eu pessoalmente gostei da obra de estreia do autor castelhano e, neste período de compasso de espera, equacionei, por diversas vezes, quando teria a oportunidade de ler o presente título. Mal o livro chegou a casa, nem hesitei em começar a sua leitura. Já esperava por este momento há mais de um ano.

Nas páginas iniciais, o autor apresenta, em linhas gerais, os factos importantes decorrentes do primeiro livro, pelo que tive uma percepção algo incomum. Estranhamente, lembrava-me da história de O Dia em que Perdemos a Cabeça com alguma clareza, pelo que, numa análise inicial, achei que a trama estava a ser algo repetitiva. Talvez este resumo alargado tenha como intuito a possibilidade de ler este título sem recorrer ao primeiro não obstante considerar pertinente a leitura do título antecessor. Desta forma temos um maior descernimento sobre as personagens e, principalmente, dos acontecimentos novamente narrados com um maior grau de pormenor.
Este sentimento, no entanto, rapidamente se desvaneceu e consegui render-me à obra. Devo confessar, no entanto, que considerei o primeiro título mais viciante. Creio que devo atribuir esta percepção ao efeito surpresa da primeira narrativa, realçando que o presente título serve para fechar a história. Já sabia, portanto, o que iria encontrar à priori.

Agrada-me muito o estilo do autor, a escrita, num registo noir e a forma como a narrativa se desenvolve, uma vez mais, sob a forma de alternância entre personagens e momentos temporais. Como referi anteriormente, desta forma o leitor tem um conhecimento simultâneo das várias subnarrativas. Parece-me que tal estrutura funciona como um puzzle, em que lentamente montamos as peças e esperamos, com grande expectativa, o resultado final. As subnarrativas, de facto, convergem para um final inquietante e foi ao encontro das minhas expectativas.

Para uma entusiasta do universo criado por Castillo, como eu, é delicioso rever algumas das personagens que tanto me intrigaram no primeiro momento em que as conheci embora não acredite que haja um maior desenvolvimento das mesmas. Este livro visa, sobretudo, atar algumas pontas soltas decorrentes da história anterior.

Algo que preciso de salientar na presente obra foi a forma como me soou mais emotiva. Realmente, se for a atentar no título, a narrativa pretende atender mais a um lado mais obscuro do amor. 
Devo confessar que nesta leitura até apontei algumas expressões, como a inicial, que considerei particularmente impactante: "No fim do caminho descobrirás que só há duas coisas que mudam na tua vida: o amor, porque a melhora e a morte, porque a termina". Note-se que não costumo, por norma, apontar passagens que considere mais inspiradoras pois, convenhamos, um thriller não atende muito a este estilo. Por consequente, não me recordo de fazer um levantamento de expressões aquando a leitura da primeira parte da história e dei por mim a fazê-lo agora.

Para quem é fã do autor, como é o meu caso, creio que a presente obra, estando na linha do livro antecessor, será de agrado geral. Como referi anteriormente, nem todos os leitores apreciaram o primeiro título, pelo que, creio, os mais descrentes não encontrarão, nesta narrativa, a sua redenção visto que estamos perante uma sequência da primeira obra.

Portanto e em suma, foi com bastante prazer que revi este autor cuja história, minha opinião, é munida de uma originalidade ímpar. Pretendo acompanhar as suas futuras obras, esperando, portanto, que estas sejam publicadas no nosso país. 


2 comentários:

  1. Vou ter que ler o primeiro ou n achas necessário visto que este já faz várias menções do primeiro?
    Obrigada pela opinião verovki 💗

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    1. Olá Sandra! Eu acho que é importante ler o primeiro para ter uma versão mais pormenorizada dos factos. Este serve para fechar a história que começa justamente no livro antecessor.
      Beijinho e boas leituras

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