sexta-feira, 11 de maio de 2012

Jessica Bird - Diz-me Quem És [Opinião]

Jessica Bird é, nada mais nada menos, que um pseudónimo de J.R. Ward, uma autora versada na literatura romântica e do fantástico, daí que esta tenha sido a minha estreia nas obras de Ward. Mas a autora quer ingressar no mundo dos policiais e este Diz-me Quem És é o primeiro livro de uma saga criada pela autora que se insere no género de suspense romântico.

Grace Hall é uma senhora do jet-set que vê algumas amigas do meio morrerem às mãos de um assassino impiedoso. Receando pela sua vida, as circunstâncias levam-na a conhecer John Smith, um segurança da empresa privada Black Watch.
Mas Grace tem um charme especial e cativa Smith, alheado das relações românticas, preferindo one night stands. Será que ele vai ceder aos encantos de Grace?

Esta é a premissa para uma história simples (algo semelhante à do filme Guarda Costas, protagonizado por Whitney Houston e Kevin Costner) mas empolgante e cativante. E reparem no nome John Smith, que não é por sombras, desconhecido em Hollywood (sim, estou a falar de Brad Pitt em Mr and Mrs Smith). Qualquer semelhança é claro, uma pura coincidência!
Tirando algumas nuances claro. Afinal de contas temos um guarda costas, ainda que aqui é um bad boy, com imensas marcas de guerra e um passado conturbado. É um ex militar e como tal um homem duro e à partida um pouco rude. Ela é uma ex condessa, uma mulher que sabe estar na vida, que gere o negócio do pai. São dois protagonistas com fortes personalidades, de certa forma, quase antagónicas, aspectos justificativos dos constantes arrufos entre o casal, que ignora a forte atracção que existe entre ambos.

Este é um livro que está à altura de um bom suspense romântico a que a Quinta Essência já nos habituou. Tendo inicialmente sido catalogado como "semelhante a Sandra Brown", não acho de todo, que a autora faça concorrência a Ward. Quer-me fazer parecer que a componente policial em Diz-me Quem És é mais difusa e leve do que nas obras de Brown.
Pessoalmente achei que teria sido mais interessante se houvesse mais investidas do serial killer em atacar a própria da Grace. Realço também a própria descrição dos crimes, com pouco detalhe, querendo-me fazer parecer que são meramente secundários face à trama. E o teor dito policial reside precisamente aqui, numa percentagem menor e quase como deixado para segundo plano, visto que o enredo está amplamente impregnado com romance.

O desfecho é talvez um pouco previsível, pois num típico romance buscar-se-á o verdadeiro final feliz. Como existem poucos suspeitos possíveis de praticar tais crimes, também não se revelou surpresa o desvendar a identidade do serial killer, que é dos menos maléficos que "conheci" nestas andanças literárias.

A mistura de desencontros românticos, romance sensual e uns laivos de policial, faz com que este livro seja genuinamente prazeroso.
Gostei, apesar de não ser o meu género de eleição. E claro, um livro destes faz-nos sempre sonhar. Com homens fisicamente perfeitos ainda que rudes, atracções desenfreadas, libidos em alta, enfim... emoções que não são nada comuns em livros do género policial. Existe uma dose tão esmerada de sensualidade e de calor no livro, que é lido na totalidade rapidamente quase sem que nos apercebamos. Facto devido não só à simplicidade da história, como também à própria escrita da autora, muito simples e fluída.
No entanto é um livro inadequado para quem busca um policial duro e cru. Recomendo principalmente ao público apreciador de romance e que procura uma pitada de emoções fortes.

1 comentário:

  1. Este livro vale pelo romance escaldante do que propriamente pela parte policial. Aliás ela é quase inexistente (chega-se facilmente ao "mau") e só esta lá mesmo para dar um empurrão na história romantica.

    ResponderEliminar