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Opinião: É consensual afirmar que a trilogia Millennium de Stieg Larsson revolucionou a literatura policial nórdica. Todavia, as opiniões divergem no que concerne à continuação da série por David Lagercrantz. Quanto a mim, valorizo que o autor mantenha viva não só a trama, como, principalmente, as personagens. Em especial, uma das mais carismáticas e irreverentes da literatura, Lisbeth Salander, por quem nutro um carinho especial.
Posto isto, e seguindo a linha do livro antecessor, Lisbeth encontra-se numa prisão feminina de alta segurança a cumprir pena.
Gostei de ver a garra da personagem feminina, protagonizando alguns episódios tensos. Não obstante ter-me parecido que, posteriormente, Lisbeth começa a esmorecer. No final do livro, a hacker pareceu-me menos intrépida. Como balanço geral, teria gostado de ver Lisbeth mais activa na trama pois consegui identificar algumas personagens que disputam o protagonismo na trama: Lisbeth, Mikael e duas novas personagens que explicarão devidamente o rumo proposto por Lagercrantz sobre a vida pessoal da protagonista feminina.
Nunca saberemos se seria intenção de Larsson prosseguir com a série Millennium, incidindo em alguns aspectos sobre Salander que nos pareciam, até ver, indecifráveis. Um dos quais, sem dúvida, a tatuagem do dragão cujo significado é desmistificado.
O outro é sobre a família da protagonista feminina, alicerçado sobre um estudo sobre gémeos bem como a situação relativa a Holger Palmgren, o ex tutor de Lisbeth.
No entanto, face ao desenvolvimento sobre esta faceta de Lisbeth, tive a percepção de que a parceria entre esta e Mikael poderia ter sido mais explorada. Senti falta da interacção entre estes como a que nos foi outrora apresentada no primeiro volume da série.
Além disso, creio que o autor poderia ter desenvolvido com mais afinco a situação relativa à personagem Faria Kazi, remetendo-nos para a temática do Islamismo. Creio que esta foi parcamente abordada e teria sido interessante caso tivesse sido mais explorada.
Tirando estes pontos, menos positivos na minha opinião, é um livro que não deixa de ter valor justamente pela continuação do crescimento destas personagens tão carismáticas. O meu maior prazer nesta leitura residiu neste ponto (rever Lisbeth e Mikael), bem como ver desvendados alguns mistérios relativos à hacker. Para mim, esta será sempre uma personagem icónica.
Notei que O Homem Que Perseguia A Sua Sombra é, até então, o volume com menos páginas. Talvez por isso, dei por mim a terminar a leitura cedo demais. Pessoalmente teria gostado de me deliciar com mais algumas páginas. A sensação de saudade das personagens rapidamente se instalou.
É um livro interessante, esclarecedor sobre alguns pontos sobre a hacker mas não me deixou rendida como acontecera com os livros anteriores da série. Não obstante, enquanto o autor David Lagercrantz prosseguir com a série, tenciono lê-la com o mesmo interesse.
Nunca li esta saga porque sempre receei adorar as histórias do Larsson e depois sofrer uma grande desilusão com a continuação por parte do Lagercrantz...
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