Opinião: Uma Perfeita Estranha é o segundo thriller de Megan Miranda e, devo confessar, ainda me atraiu mais do que Desaparecidas. Esta minha percepção deve-se a um aspecto: a estrutura da obra.
Enquanto que no livro antecessor, a trama desenrolava-se do fim para o início, esta mantém uma ordem cronológica mais regular, ainda que com recurso a alguns flashbacks de episódios passados.
Além disso, devo dizer que gostei do desenvolvimento da trama, em torno de uma amizade aparentemente perfeita. Emmy é uma boa samaritana que acolhe a amiga Leah na sua casa, para a proteger de um escândalo que rebentou quando a jornalista publicou um controverso artigo sobre um professor universitário.
O que parece ser um acto de boa vontade, começa a ter uns contornos estranhos quando Emmy desaparece.
Poder-se-á dizer, numa primeira análise, que este é um caso semelhante ao famigerado Gone Girl, em que a única diferença recai na natureza da relação: passámos de um casal para um par de amigas, uma relação que considero tão importante quanto os relacionamentos amorosos.
Apesar da amizade aparentemente perfeita, Emmy desapareceu ficando a dúvida se intencional (e neste caso, que razões teria para o fazer?) ou acidentalmente.
A narração sob a perspectiva da amiga da desaparecida, faz com que acompanhemos mais de perto as preocupações da narradora, Leah, perante este insólito acontecimento.
São narrados alguns episódios do passado que acentuam o quão próxima era a relação das amigas e, por conseguinte, aparenta ser incongruente com os acontecimentos actuais, razão pela qual considerei esta história como intrigante.
O que me leva ao ponto mais apreciado por mim na obra: foi, sem dúvida, a forma como pequenos segredos vão sendo desvendados. Senti-me sempre intrigada no que concerne ao paradeiro de Emmy e comecei a tecer algumas hipóteses. Acabei, evidentemente, por acertar no verdadeiro destino da amiga, embora não tivesse alcançado os motivos.
O enredo é bem mais intrincado do que aparenta, pejado de pormenores.
Uma Perfeita Estranha é, em suma, um livro convidativo à reflexão. Será que podemos confiar verdadeiramente na nossa melhor amiga? Que sacrifícios faríamos para ajudar um amigo?
Decerto que pensareis duas vezes nestas questões após ler esta história. Gostei!
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