segunda-feira, 8 de abril de 2019

Søren Sveistrup - O Homem das Castanhas [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: O Homem das Castanhas é o thriller de estreia do argumentista da série The Killing, uma das melhores séries do género que vi e, por este motivo, tinha grandes expectativas com esta obra. Posso desde já dizer que estas foram largamente superadas. 
Diria que este título é uma combinação ardilosa de investigação criminal e drama familiar  com uma pitada de intriga política. 

A história desenrola-se a partir de uma premissa assaz interessante: num espaço de recreio de um colégio, uma jovem é encontrada brutalmente assassinada e perto do corpo está um sinistro boneco feito com castanhas. A trama adensa-se quando são descobertas impressões digitais nas castanhas, pertencentes à filha da primeira-ministra que se encontra desaparecida há 1 ano.

Devo referir que, sendo eu uma entusiasta de romances policiais que não se coíbem no que concerne a pormenores gráficos, fiquei bastante impressionada com a descrição dos crimes, não sendo, portanto, no meu ponto de vista, um livro que me pareça adequado a leitores mais susceptíveis.
Crimes com estes contornos mais sádicos despertam-me um especial interesse, sobretudo nas motivações do serial killer que, juntamente com a sua identidade, constituem o principal mistério da trama.

Naia Thulin é a detective que será responsável pela investigação deste caso juntamente com Mark Hess que foi afastado da Europol. Achei curioso o facto de haver um agente policial que, numa primeira análise, pontuasse na trama sob uma capa de mistério, motivo pelo qual, me fui deixando levar, gradualmente, pela interacção entre os dois. Ao contrário dos demais livros do género, nos quais o protagonismo era detido pelo detective, em O Homem das Castanhas há uma rede de personagens credíveis que se desdobram em múltiplas subtramas e que, directa ou indirectamente, estão ligadas aos crimes. Gostaria igualmente de referir que os temas intrínsecos à sociedade escandinava são tão fascinantes quanto a própria investigação criminal. Esta será uma percepção muito pessoal uma vez que certos aspectos dessa mesma cultura nórdica me despertam um especial interesse. Tocaram-me, em especial, as abordagens à institucionalização da criança e a violência contra as mulheres, algo que me levou a fazer constantemente um exercício de paralelismo com a nossa realidade no decorrer da leitura.

Se os temas, bem como a agilidade dos acontecimentos e consequentes reviravoltas me entusiasmaram, creio que a minha voracidade em ler esta obra também se deve à própria organização da narrativa, em capítulos curtos. Um claro incentivo à leitura rápida e entusiasmante.

Se poucas dúvidas restavam quanto à eleição do meu subgénero de ficção policial favorito, O Homem das Castanhas veio reforçar que são os thrillers oriundos da Escandinávia. Decididamente esta obra é uma das melhores dentro do género de ficção policial nórdica. Ficarei, portanto, a aguardar por mais trabalhos do autor. 

 

2 comentários:

  1. Parabéns, mais uma vez. Você tem o dom de nos cativar com suas observações. Elas despertam em nos imediato desejo de ler a obra que você tão bem resenha. Grata.

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    1. Eu é que agradeço pelo teu simpático comentário. Fico super feliz de conseguir angariar mais leitores para este género que tanto adoro! Um grande beijinho e boas leituras!

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