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Opinião: Este é então o segundo livro da trilogia protagonizada por Bill Hodges, iniciada com Sr. Mercedes, livro que, como sabeis, me deixou bastante impressionada. Apesar de ter gostado também desta continuação tenho para mim que a mesma não superou o primeiro da trilogia. Explicar-vos-ei as razões desta minha percepção, recorrendo a algumas inevitáveis comparações com o Sr. Mercedes.
A história lembrou-me, nos primeiros instantes, uma outra história do autor, Misery, na medida em que se debruça sobre um fã de um determinado escritor que, inconformado com o desfecho do protagonista de uma série que aprecia, acaba por matar o autor da mesma. Esta relação entre escritor e leitor fez-me lembrar, automaticamente, a que é estabelecida entre as afamadas personagens criadas por Stephen King, Paul Sheldon e Annie Wilkes, uma das minhas vilãs preferidas!
No caso da obra em apreço surge-nos a personagem Bellamy, um oportunista que rouba o cofre do autor, levando o conteúdo com dinheiro e manuscritos por publicar e escondendo-os num certo local, não acabando, contudo, por usufruir do feito uma vez que é preso. Acaba por ser um menino, Peter Saubers, a descobrir o cofre e, trinta e cinco anos depois, quando Bellamy é solto, vai ter que ajustar contas com o autor do crime.
Como é hábito nas obras de King o título debruça-se, nas primeiras páginas, numa exaustiva caracterização das personagens, uma circunstância que aprecio pois facilita a conexão do leitor com todos os protagonistas. A ponte com o livro anterior é feita através da profundidade da personagem do pai de Peter que se viu envolvido no acidente do Mercedes contudo e tirando esse facto não vislumbrei mais nenhuma ligação ao livro antecessor da trilogia até porque a presença do protagonista, Bill Hodges, é ínfima. Para quem ficou fã do detective devo dizer que este surge somente numa fase tardia da trama, envolvendo-se no caso, devo dizer que, com muita pena minha, pois confesso que esperava que o mesmo tivesse uma participação mais activa na obra.
No entanto gostei de o "rever" assim como Holly, uma personagem que transitou igualmente de Sr. Mercedes e que teve uma grande evolução.
A par das personagens, agradou-me a subtil reflexão que é feita em torno dos livros raros, do coleccionismo destes objectos e mesmo da relação que os leitores estabelecem com os autores uma vez eu própria sou fascinada pelo mundo da literatura.
A meu ver, na presente obra, o confronto entre herói/vilão poderia ter sido muito mais emocionante do que no livro antecessor na medida em que Peter parece alguém inofensivo face à perseguição que lhe é movida. Além disso, apesar de considerar Perdido e Achado uma obra desafiante, confesso que esperava mais reviravoltas. A partir de um certo ponto, o presente título acaba por se tornar previsível e creio ser esse o ingrediente que mais se destacou em Sr. Mercedes e, por conseguinte, ter-me-à feito com que apreciasse mais o primeiro livro da trilogia do que o segundo.
Ainda que tenha gostado da caracterização do presente antagonista,
Morris Bellamy, este não tira o destaque ao malévolo Brady Hartsfield
que não teve mais do que uma alusão já no final da obra, com grande pena
minha. Achei este antagonista tão interessante na primeira obra que esperava revê-lo no
segundo livro da trilogia. Aparentemente, este só voltará no terceiro título.
O desfecho da obra deixou-me deveras entusiasmada por terminar em jeito de cliffhanger, uma situação que terá maior desenvolvimento no último livro da trilogia, O Fim de Turno, cuja leitura será iniciada já no próximo mês de Maio. Estou ansiosa!
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