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Opinião: Traz-me de Volta é o terceiro livro de B.A. Paris, autora que me deixou rendida após a leitura de Ao Fechar A Porta, um dos thrillers psicológicos mais desconcertantes que li até à data. Escusado será dizer que me encontrava, portanto, demasiado expectante com a publicação deste livro.
Devido à fasquia tão elevada com que fiquei, finda a leitura do primeiro livro da autora, devo confessar que nem o segundo livro, À Beira do Colapso, nem o presente título me deixaram tão extasiada quanto a obra de estreia.
A trama centra-se em Finn, um jovem cuja namorada, Layla, desaparecera em Paris há 12 anos. Sabemos que aquando deste acontecimento, o protagonista deu parte às autoridades locais, todavia a investigação revela-se infrutífera. Volvidos 12 anos, quando Finn decide casar com a actual parceira, Ellen, a irmã de Layla, começam a surgir pequenas pistas que desencadeiam nele algumas reacções levando-o a reviver os acontecimentos do passado.
A par da história, que me deixou extremamente curiosa, sobretudo quando ao destino de Layla, o que mais apreciei foi a construção da narrativa.
Esta é feita não só sob a perspectiva de Finn como também de Layla, sobretudo a partir de uma determinada fase da narrativa, alternando ainda entre dois momentos temporais: o passado e o presente. Devo dizer que gosto das histórias contadas nesta forma pois permitem-nos saber, regra geral, os pensamentos mais íntimos das personagens sendo que, no caso em apreço, achei que o estilo estava bastante semelhante ao de Gone Girl por nos fazer duvidar o carácter da personagem feminina.
A história é pautada por alguns momentos tensos, sobretudo quando Finn recebe alguns emails sinistros, ao mesmo tempo que começam a aparecer alguns objectos simbólicos, factos que contribuem para o instalar de um clima de paranóia, transportando o sentimento de angústia para o leitor, por outro lado, estes acontecimentos abalam também a relação de Finn com Ellen.
Portanto, considerei toda a história bastante viciante e devo confessar-vos que li o livro, quase na sua totalidade, numa só noite, tal a curiosidade com que estava face ao rumo da narrativa, sem que o meu interesse na trama esmorecesse um segundo que fosse. Porém, pessoalmente, devo dizer que não fiquei satisfeita com o desfecho da história, embora compreenda que a autora tenha sentido necessidade de criar um clímax inesperado, no entanto, considerei que a reviravolta final foi altamente inverossímil.
Em suma, continuarei a recomendar o grandioso livro de estreia de B.A. Paris. Ao Fechar A Porta é uma obra que tenho em tão grande consideração que, mesmo pondo um pouco de parte qualquer paralelismo entre as obras, é inevitável considerar as duas seguintes um pouco inferiores.
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