O livro que vos apresento hoje foi escrito por uma das rainhas do thriller. Mary Higgins Clark conta já com uma vasta carreira, publicando a solo ou com a colaboração da sua filha, Carol Higgins Clark, inúmeros romances de suspense.
Já adaptada em filme, inquestionavelmente, esta é uma boa história de suspense, embora não se foque propriamente no crime. O início da trama apresenta-nos o psicopata com uns contornos na sua personalidade extremamente macabros, que quer-me fazer parecer, se relacionam com um exacerbado fetiche de pés e sapatos. As vítimas são encontradas com calçado diferente em cada pé: um sapato da própria num pé e o outro, um sapatinho adequado para dançar.
O que este homem tem de doentio, tem também de determinação: ele definiu um plano, que tenciona seguir à risca. Por isso ele estrangula Nan Sheridan sem remorsos para grande consternação do irmão gémeo Chris e da mãe. Quinze anos depois, a proeza repete-se, ficando o leitor na dúvida: será que Charley voltou ou terá sido um outro homem que copia o seu modus operandi?
A autora escreve de uma forma soberba, atenuando todos e quaisquer eventuais elementos violentos, lançando suspeitas sobre todas as personagens masculinas: claro que, ainda assim, a identidade do psicopata constituirá uma surpresa. Está eminente a dualidade que coexiste dentro de um homem entre o mal e a aparente harmonia que ele demonstra para com outros.
Penso que facilmente o leitor terá afinidade com Darcy. Gostei desta personagem apesar de achar que há algures uma contradição: Darcy está consciente que a sua amiga Erin foi morta por um homem num encontro com um desconhecido, porque é que a mesma não tem medo e pára com estas saídas? No entanto, este comportamento assumidamente de risco, será fulcral para que a narrativa tenha corpo.
A autora desenvolve o enredo dentro destes contornos, e explorando ao limite cada saída com um desconhecido, mesmo sendo este apresentável e aparentemente digno de confiança. Assim, estamos perante um famigerado médico, um homem casado e pai de família que quer fugir à rotina, uma pessoa com problemas mentais, sendo estes uma amostra de um vasto role de indivíduos, que aparentemente apresentáveis, mas descritos pela autora como não sendo de confiança. Desta forma, a autora estabelece e assegura uma sensação genuína de desconfiança e temor por Darcy face aos seus encontros. É desta forma que o suspense, o thriller e o mistério toma forma, numa linha psicológica.
À medida que vamos conhecendo os vários homens, vamos estabelecendo um inevitável paralelismo, de forma a tentar deslindar se a identidade verdadeira será Charley. Sem grande sucesso devo dizer!
Trata-se de uma trama, cuja acção é dita lenta, por não ter picos de adrenalina no seu desenvolvimento. Há um ênfase numa componente comportamental das demais personagens. Quando Erin morre há um pesar que facilmente é transmitido ao leitor. A parte da investigação policial poderia estar mais intensa, a meu ver. No entanto, o clímax está repleto de emoções fortes. É revelada finalmente a identidade de Charley e é aqui que torcemos para que Darcy se consiga salvar. No entanto, e apresento como maior fragilidade do enredo, gostaria que tivessem sido mais aprofundadas as justificações para a tão íntima sociopatia de Charley. Apenas nos é revelado, sob o relato do nosso psicopata, a estranha interacção familiar dele, que certamente contribuiu para o seu retrato psicológico sombrio.
Um livro que alerta, ainda que da forma arcaica em jornal, os perigos que ainda existem actualmente (mais comuns em Internet), dos blind dates, explorando os seus limites. Não sou experimente em encontros desta natureza, mas uma coisa é certa: doravante vou considerar estas situações como assustadoras!
E Mary Higgins Clark é, sem qualquer sombra de dúvidas, uma autora que vou querer conhecer melhor. Recomendo.
Já adaptada em filme, inquestionavelmente, esta é uma boa história de suspense, embora não se foque propriamente no crime. O início da trama apresenta-nos o psicopata com uns contornos na sua personalidade extremamente macabros, que quer-me fazer parecer, se relacionam com um exacerbado fetiche de pés e sapatos. As vítimas são encontradas com calçado diferente em cada pé: um sapato da própria num pé e o outro, um sapatinho adequado para dançar.
O que este homem tem de doentio, tem também de determinação: ele definiu um plano, que tenciona seguir à risca. Por isso ele estrangula Nan Sheridan sem remorsos para grande consternação do irmão gémeo Chris e da mãe. Quinze anos depois, a proeza repete-se, ficando o leitor na dúvida: será que Charley voltou ou terá sido um outro homem que copia o seu modus operandi?
A autora escreve de uma forma soberba, atenuando todos e quaisquer eventuais elementos violentos, lançando suspeitas sobre todas as personagens masculinas: claro que, ainda assim, a identidade do psicopata constituirá uma surpresa. Está eminente a dualidade que coexiste dentro de um homem entre o mal e a aparente harmonia que ele demonstra para com outros.
Penso que facilmente o leitor terá afinidade com Darcy. Gostei desta personagem apesar de achar que há algures uma contradição: Darcy está consciente que a sua amiga Erin foi morta por um homem num encontro com um desconhecido, porque é que a mesma não tem medo e pára com estas saídas? No entanto, este comportamento assumidamente de risco, será fulcral para que a narrativa tenha corpo.
A autora desenvolve o enredo dentro destes contornos, e explorando ao limite cada saída com um desconhecido, mesmo sendo este apresentável e aparentemente digno de confiança. Assim, estamos perante um famigerado médico, um homem casado e pai de família que quer fugir à rotina, uma pessoa com problemas mentais, sendo estes uma amostra de um vasto role de indivíduos, que aparentemente apresentáveis, mas descritos pela autora como não sendo de confiança. Desta forma, a autora estabelece e assegura uma sensação genuína de desconfiança e temor por Darcy face aos seus encontros. É desta forma que o suspense, o thriller e o mistério toma forma, numa linha psicológica.
À medida que vamos conhecendo os vários homens, vamos estabelecendo um inevitável paralelismo, de forma a tentar deslindar se a identidade verdadeira será Charley. Sem grande sucesso devo dizer!
Trata-se de uma trama, cuja acção é dita lenta, por não ter picos de adrenalina no seu desenvolvimento. Há um ênfase numa componente comportamental das demais personagens. Quando Erin morre há um pesar que facilmente é transmitido ao leitor. A parte da investigação policial poderia estar mais intensa, a meu ver. No entanto, o clímax está repleto de emoções fortes. É revelada finalmente a identidade de Charley e é aqui que torcemos para que Darcy se consiga salvar. No entanto, e apresento como maior fragilidade do enredo, gostaria que tivessem sido mais aprofundadas as justificações para a tão íntima sociopatia de Charley. Apenas nos é revelado, sob o relato do nosso psicopata, a estranha interacção familiar dele, que certamente contribuiu para o seu retrato psicológico sombrio.
Um livro que alerta, ainda que da forma arcaica em jornal, os perigos que ainda existem actualmente (mais comuns em Internet), dos blind dates, explorando os seus limites. Não sou experimente em encontros desta natureza, mas uma coisa é certa: doravante vou considerar estas situações como assustadoras!
E Mary Higgins Clark é, sem qualquer sombra de dúvidas, uma autora que vou querer conhecer melhor. Recomendo.
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