Nunca tinha lido nenhum livro do canadiano Andrew Pyper, e penso que este terá sido o seu romance de estreia publicado na colecção Minutos Contados, da Editorial Presença. Se há adjectivo que possa caracterizar assim de chofre, este livro, então este será diferente. E porquê? O Circulo da Morte insere-se num género thriller muito psicológico onde a verdade se confunde com a mentira.
Pois eis que a leitura deste livro de estreia do canadiano Andrew Pyper foi assim por mim percepcionada:
Patrick Rush vê-se a braços com um filho quando a esposa morre. Com a árdua tarefa de educar o filho, Patrick sonha em ser um romancista. Assim ele começa a frequentar uma espécie de workshop de escrita, onde conhece um grupo estranho de pessoas. Angela conta a história bizarra de vários raptos de crianças, o que leva o autor a plagiá-la afim de ganhar alguma notoriedade no mundo literário.
Gradualmente as pessoas que integravam este circulo começam a desaparecer e cabe a Patrick descobrir afinal que motivações há por detrás deste grupo de potenciais escritores.
Esta história, que se insere mais no foro do terror do que propriamente um thriller ou um policial, é mais uma no que concerne à existência do boogeyman, que neste caso não necessita de aterrorizar as crianças quando estas fazem judarias nem entrar no domínio do sobrenatural.
E mais, diria que este papão, mais do que aterrorizar miúdos, afecta adultos e os seus pais.
Desta forma, é incutida a existência de uma "entidade" que rapta as crianças num mito contado por Angela. A descrição e sentimento que residem neste relato são aparentemente tão genuínos a ponto de confundir o leitor que luta na distinção entre a realidade e o sobrenatural, ou em última análise, se o boogeyman vai além do mito sendo de facto antropófago e real. Será este o papão mitológico ou um traumático homem de mente distorcida que rapta crianças a seu bel-prazer?
Se por um lado temos esta vertente da história, mais fictícia mas dúbia, por outro, o autor incorre numa reflexão decorrente dos limites da criatividade do autor e os louros que injustamente recebe quando plagia histórias de autoria alheia.
E este é o mote da história que conta com algumas mortes, sem grande grafismo ou violência e um rapto angustiante de Sam, tudo numa corrida contra o tempo para, primeiro investigar as sucessivas mortes dos escritores amadores, segundo, lidar com a história de plágio. É portanto uma trama bastante emocionante, com muita acção e claro está, pautado de dramatismo que assenta no facto de Patrick estar a educar o seu filho sozinho. E penso que terá feito um excelente trabalho: a personagem infantil, é bastante precoce, dada a sua tenra idade (quatro anos, numa primeira fase do conto, na segunda parte ele estaria com oito), manifestando diálogos maduros e coerentes.
Sinceramente esta foi a personagem que me cativou e explico-vos porquê: sim, há que valorizar o trabalho de Patrick em educar um filho por sua conta mas fiquei deveras irritada com a história do plágio! Há que ser criativo por conta própria, não? E todo o desenvolvimento, embora a curto prazo com o aproveitamento dos loucos que surgiram da história plagiada. Confrontada, a personagem pouco fez para se redimir e foi este aspecto que me fez desdenhar de Patrick, embora admito que ele se tenha desenrascado bem na caça da verdade.
Como um bom thriller psicológico que é, O Círculo da Morte oferece uma história intrincada e complexa, pois como disse, difícil é distinguir o que é real da ficção. Este efeito é enaltecido com uma dose de terror e acção, fazendo do livro uma leitura rápida e emocionante.
Em suma, este é um conto que abarca muitos aspectos conhecidos pelos apaixonados dos livros, como criatividade literária e plágio, auferindo uma estranha familiaridade àqueles que autodidacticamente escrevinham histórias, ou como eu, enveredam pelo mundo da escrita de opiniões.
Juntando a esta fórmula os aspectos intrínsecos de um thriller, a existência ou não do boogeyman, O Círculo da Morte é o seu resultado. Pessoalmente não sou grande fã de contos de terror com papões mas este livro foi cativante à maneira e proporcionou-me bons momentos de leitura.
Para os que procuram uma leitura diferente, até para sair da rotina dos policiais, recomendo então O Círculo da Morte.
Mais informações sobre este livro aqui.
Pois eis que a leitura deste livro de estreia do canadiano Andrew Pyper foi assim por mim percepcionada:
Patrick Rush vê-se a braços com um filho quando a esposa morre. Com a árdua tarefa de educar o filho, Patrick sonha em ser um romancista. Assim ele começa a frequentar uma espécie de workshop de escrita, onde conhece um grupo estranho de pessoas. Angela conta a história bizarra de vários raptos de crianças, o que leva o autor a plagiá-la afim de ganhar alguma notoriedade no mundo literário.
Gradualmente as pessoas que integravam este circulo começam a desaparecer e cabe a Patrick descobrir afinal que motivações há por detrás deste grupo de potenciais escritores.
Esta história, que se insere mais no foro do terror do que propriamente um thriller ou um policial, é mais uma no que concerne à existência do boogeyman, que neste caso não necessita de aterrorizar as crianças quando estas fazem judarias nem entrar no domínio do sobrenatural.
E mais, diria que este papão, mais do que aterrorizar miúdos, afecta adultos e os seus pais.
Desta forma, é incutida a existência de uma "entidade" que rapta as crianças num mito contado por Angela. A descrição e sentimento que residem neste relato são aparentemente tão genuínos a ponto de confundir o leitor que luta na distinção entre a realidade e o sobrenatural, ou em última análise, se o boogeyman vai além do mito sendo de facto antropófago e real. Será este o papão mitológico ou um traumático homem de mente distorcida que rapta crianças a seu bel-prazer?
Se por um lado temos esta vertente da história, mais fictícia mas dúbia, por outro, o autor incorre numa reflexão decorrente dos limites da criatividade do autor e os louros que injustamente recebe quando plagia histórias de autoria alheia.
E este é o mote da história que conta com algumas mortes, sem grande grafismo ou violência e um rapto angustiante de Sam, tudo numa corrida contra o tempo para, primeiro investigar as sucessivas mortes dos escritores amadores, segundo, lidar com a história de plágio. É portanto uma trama bastante emocionante, com muita acção e claro está, pautado de dramatismo que assenta no facto de Patrick estar a educar o seu filho sozinho. E penso que terá feito um excelente trabalho: a personagem infantil, é bastante precoce, dada a sua tenra idade (quatro anos, numa primeira fase do conto, na segunda parte ele estaria com oito), manifestando diálogos maduros e coerentes.
Sinceramente esta foi a personagem que me cativou e explico-vos porquê: sim, há que valorizar o trabalho de Patrick em educar um filho por sua conta mas fiquei deveras irritada com a história do plágio! Há que ser criativo por conta própria, não? E todo o desenvolvimento, embora a curto prazo com o aproveitamento dos loucos que surgiram da história plagiada. Confrontada, a personagem pouco fez para se redimir e foi este aspecto que me fez desdenhar de Patrick, embora admito que ele se tenha desenrascado bem na caça da verdade.
Como um bom thriller psicológico que é, O Círculo da Morte oferece uma história intrincada e complexa, pois como disse, difícil é distinguir o que é real da ficção. Este efeito é enaltecido com uma dose de terror e acção, fazendo do livro uma leitura rápida e emocionante.
Em suma, este é um conto que abarca muitos aspectos conhecidos pelos apaixonados dos livros, como criatividade literária e plágio, auferindo uma estranha familiaridade àqueles que autodidacticamente escrevinham histórias, ou como eu, enveredam pelo mundo da escrita de opiniões.
Juntando a esta fórmula os aspectos intrínsecos de um thriller, a existência ou não do boogeyman, O Círculo da Morte é o seu resultado. Pessoalmente não sou grande fã de contos de terror com papões mas este livro foi cativante à maneira e proporcionou-me bons momentos de leitura.
Para os que procuram uma leitura diferente, até para sair da rotina dos policiais, recomendo então O Círculo da Morte.
Mais informações sobre este livro aqui.
Estou a ler e estou a adorar! É realmente de nos pôr a olhar por cima do ombro. Espero que o final seja a altura de toda a narrativa. Recomendo. :)
ResponderEliminarFico muito contente que esteja a gostar. É um livro diferente ;) Continuação de boas leituras!
ResponderEliminarUm grande beijinho