Depois de ter ficado literalmente hipocondríaca com os livros Anjo da Morte e Epidemia de Robin Cook, resolvi pegar neste Mutação que há muito aguardava a sua vez de ser lido.
O dr. Victor Frank e a esposa Marsha recorrem a uma barriga de aluguer para dar à luz o segundo filho, Victor Jr, mais conhecido por VJ. E o bebé vai para casa onde o espera David, o filho mais velho do casal e a ama Janice. Passado uns anos estes morrem, com uma forma rara de um cancro do fígado. E este é apenas o início de um pesadelo...
Se há algo que mais deve afligir a um casal que deseja ter filhos, é sem dúvida o problema da infertilidade. Esta é uma trama claramente fantasiosa (pelo menos assim o espero!) mas igualmente aterradora. Afinal de contas, a narrativa centra-se num homem que faz experiências genéticas aquando a fertilização in vitro, tornando as crianças muito "diferentes".
Na narrativa de Cook, a acção estabelece-se nos anos 80 e como tal, há a noção que estas experiências são de facto mutações. E é neste pressuposto que a presente trama de Robin Cook se desenvolve, mais concretamente, na manipulação genética de fetos, centrando-se num anormal desenvolvimento intelectual das crianças passado três anos e num caso muito concreto, o de VJ aos dez anos de idade.
Desconheço se a manipulação genética pode influenciar factores como inteligência infantil, a ponto de torná-la precoce bem ao nível de um Einstein.
Esta história é quase o conto de Frankenstein do final dos anos 80 (e reparem na analogia dos nomes das personagens criadas por Robin Cook e por Mary Shelley: Victor Frank/Victor Frankenstein). Tudo leva-me a crer que o autor terá baseado na personagem criada por Shelley para recriar um perfil semelhante no protagonista.
Por isso o dr Victor Frank vive no mundo da ciência, em vez de dar ouvidos à sua racional esposa Marsha que começa a investigar se as mortes de David e Janice terão sido meramente coincidência. E nisto depara-se com uma rede de revelações e mais homicídios que têm uma explicação, numa fase adiantada do livro.
Mas até a aparente dócil criança de dez anos VJ tem um papel de destaque na narrativa. VJ é interessado em ler calhamaços de matemática, deduzindo várias equações que só aprendi na faculdade e, tal como o pai, é um rato de laboratório, manejando todas as técnicas laboratoriais com grande perícia e astúcia. E dado este nível de inteligência e cultura, é criado um papel sociopata que dificulta a relação com outras crianças da mesma idade de VJ.
Dado que o próprio sr Robin Cook é médico, há umas passagens directamente relacionadas com engenharia genética, os papéis do DNA e RNA, constituindo quase uma aula desta temática. Não muito maçuda, claro. Afinal de contas o autor quer é contar esta narrativa, tornando-a mais realista possível, tendo como base estes pressupostos.
À medida que a história caminha para o final, ganha contornos cada vez mais previsíveis mas não deixa de perder a sua piada. O autor descreve os acontecimentos com uma veemência tal, que o leitor só descansa enquanto terminar o livro. E quando isso acontece, há um vazio, afinal poderia haver mais... Desconheço se a personagem Marsha Frank será protagonista em mais novelas de Cook, até porque o autor termina Mutação em aberto, podendo cada leitor tirar a sua própria ilação.
Num conto que mistura o thriller médico a que Cook nos habituou com o terror, este é quase uma fábula bem ao jeito de Omen, exceptuando claro, as crenças no Diabo e no Anticristo, substituindo-as por consequências mal medidas do uso indevido da engenharia genética.
Juntamente com Anjo da Morte, este Mutação consagra-se como um dos meus favoritos do autor até à data. Foi com muita ansiedade que li este livro, reconheço.
É um livro arrepiante que não deve deixar de ler! Recomendo sem reservas!
O dr. Victor Frank e a esposa Marsha recorrem a uma barriga de aluguer para dar à luz o segundo filho, Victor Jr, mais conhecido por VJ. E o bebé vai para casa onde o espera David, o filho mais velho do casal e a ama Janice. Passado uns anos estes morrem, com uma forma rara de um cancro do fígado. E este é apenas o início de um pesadelo...
Se há algo que mais deve afligir a um casal que deseja ter filhos, é sem dúvida o problema da infertilidade. Esta é uma trama claramente fantasiosa (pelo menos assim o espero!) mas igualmente aterradora. Afinal de contas, a narrativa centra-se num homem que faz experiências genéticas aquando a fertilização in vitro, tornando as crianças muito "diferentes".
Na narrativa de Cook, a acção estabelece-se nos anos 80 e como tal, há a noção que estas experiências são de facto mutações. E é neste pressuposto que a presente trama de Robin Cook se desenvolve, mais concretamente, na manipulação genética de fetos, centrando-se num anormal desenvolvimento intelectual das crianças passado três anos e num caso muito concreto, o de VJ aos dez anos de idade.
Desconheço se a manipulação genética pode influenciar factores como inteligência infantil, a ponto de torná-la precoce bem ao nível de um Einstein.
Esta história é quase o conto de Frankenstein do final dos anos 80 (e reparem na analogia dos nomes das personagens criadas por Robin Cook e por Mary Shelley: Victor Frank/Victor Frankenstein). Tudo leva-me a crer que o autor terá baseado na personagem criada por Shelley para recriar um perfil semelhante no protagonista.
Por isso o dr Victor Frank vive no mundo da ciência, em vez de dar ouvidos à sua racional esposa Marsha que começa a investigar se as mortes de David e Janice terão sido meramente coincidência. E nisto depara-se com uma rede de revelações e mais homicídios que têm uma explicação, numa fase adiantada do livro.
Mas até a aparente dócil criança de dez anos VJ tem um papel de destaque na narrativa. VJ é interessado em ler calhamaços de matemática, deduzindo várias equações que só aprendi na faculdade e, tal como o pai, é um rato de laboratório, manejando todas as técnicas laboratoriais com grande perícia e astúcia. E dado este nível de inteligência e cultura, é criado um papel sociopata que dificulta a relação com outras crianças da mesma idade de VJ.
Dado que o próprio sr Robin Cook é médico, há umas passagens directamente relacionadas com engenharia genética, os papéis do DNA e RNA, constituindo quase uma aula desta temática. Não muito maçuda, claro. Afinal de contas o autor quer é contar esta narrativa, tornando-a mais realista possível, tendo como base estes pressupostos.
À medida que a história caminha para o final, ganha contornos cada vez mais previsíveis mas não deixa de perder a sua piada. O autor descreve os acontecimentos com uma veemência tal, que o leitor só descansa enquanto terminar o livro. E quando isso acontece, há um vazio, afinal poderia haver mais... Desconheço se a personagem Marsha Frank será protagonista em mais novelas de Cook, até porque o autor termina Mutação em aberto, podendo cada leitor tirar a sua própria ilação.
Num conto que mistura o thriller médico a que Cook nos habituou com o terror, este é quase uma fábula bem ao jeito de Omen, exceptuando claro, as crenças no Diabo e no Anticristo, substituindo-as por consequências mal medidas do uso indevido da engenharia genética.
Juntamente com Anjo da Morte, este Mutação consagra-se como um dos meus favoritos do autor até à data. Foi com muita ansiedade que li este livro, reconheço.
É um livro arrepiante que não deve deixar de ler! Recomendo sem reservas!
Robin Cook foi o autor que me fez voltar a ler aos 18 anos, depois de uns 3 ou 4 anos sem qualquer autor que me despertasse interesse. Foi um amigo meu que me recomendou e iniciei por Intenção Criminosa... adorei, continuei durante anos. Mutação foi o que mais gostei, infelizmente é o único que comprei e não o tenho devido a um empréstimo. Tenho-os guardados, infelizmente a qualidade do papel é péssima e estão bem amarelos, deixei de os comprar a partir do volume Esfinge. Adoro a sua escrita, mesmo quando faz referências médicas é bastante claro para um leigo. Qualquer dia compro um dos mais atuais para matar saudades.
ResponderEliminarOlá Cle,
ResponderEliminarEntão recomendas Intenção Criminosa, está visto! :D Eu adorei este mutação e o Anjo da Morte, até agora são os meus favoritos. Tenho aproveitado as promoções da PEA para completar a minha colecção do Robin Cook, estão com descontos de 50% :D Ainda estou nos mais antigos (e são bastantes já!)
Um beijinho grande, boas leituras