Este livro, infelizmente, ainda não publicado em Portugal, foi/está a ser tão falado lá fora que tive que o ler. Conforme fui partilhando nas redes sociais, a experiência de ler esta obra foi diferente (e muito positiva). Confesso que, apesar de me considerar desenrascada na língua inglesa, não tenho vagar em ler neste idioma, no entanto, li Behind Closed Doors em dois dias. Aguardavam-me, de acordo com o audiobook, 8h30 de leitura pela frente.
Ouvir atentamente a história, à medida em que a lia, em ebook, fez-me atentar em todos os pormenores da trama. Não que seja uma leitora distraída mas ouvir a narradora, enquanto acompanhava a história, trouxe uma nova dimensão à experiência de leitura. Recomendo, claro! E hei de ler mais alguns livros nestes moldes. Já tenho alguns debaixo de mira.
A primeira impressão, logo nas primeiras páginas, onde tem lugar um
jantar de convívio de amigos, é que Jack e Grace Angel são um casal
perfeito e feliz. Começava a duvidar do que lera sobre este livro. Iria num rumo de um perturbador thriller psicológico como ouvira? Sim. Nada é como se julga. Agora que revejo mentalmente o primeiro capítulo, sinto que pequenas pistas foram
deixadas por Grace, para nos preparar mentalmente para o terror que se
seguiria.
Já há muito que não estava tão entusiasmada com um livro. Que história espectacular! Não querendo desvendar muito sobre a trama, esperançosa de vos espicaçar (não se deixem, por favor, intimidar pela língua pois este livro vale mesmo a pena), devo dizer que se trata de um casal com uma relação bastante controversa. É uma história assaz perturbadora, tendo-me repugnado diversas vezes.
O curioso é que apenas os livros mais gráficos me deixam desta forma, não obstante Behind Closed Doors não explorar homicídios macabros, acompanhados de detalhes sórdidos. Não há litros de sangue ou mutilação de cadáveres, ingredientes que aprecio por me deixarem estupefacta perante o teor maquiavélico de uma personagem.
No entanto, se há algo tão intenso quanto a violência física é, seguramente, o sofrimento psicológico. O aspecto mais chocante desta obra é a personalidade psicótica do antagonista que não inflige tortura física, mas opta por demonstrar a sua malvadez numa linha mais psicológica. Mais não digo. É a surpresa que este livro me trouxe: quando achava que ele tinha ultrapassado os limites, eis que as suas acções pioram.
Por outro lado, a protagonista feminina, Grace, que é simultâneamente a narradora em dois momentos temporais distintos, surge como uma figura cheia de esperança. A sua bóia de salvação é a irmã, Millie, portadora de Síndrome de Down. Senti uma imediata empatia por Grace e a forma tão maternal como lida com a irmã, personagem por quem também nutri um certo carinho.
Li avidamente esta obra em dois dias, como avancei antes. Quando não lia, pensava nos próximos passos do antagonista e no quão sufocante era a posição da vítima naquela teia tão hábil e toxicamente construída. Fui engendrando inúmeras teorias, o clímax não esteve muito longe disso.
Embora reconheça alguma previsibilidade no desfecho da trama (e foi bastante satisfatório, torço veemente pelos finais felizes), este livro cativou-me tanto pelo desenvolvimento da história, em particular, pela atrocidade dos actos do protagonista/antagonista.
O único aspecto negativo que tenho a apontar e relativo à história é a não resolução de algumas situações. Uma em particular, que provavelmente teria um maior interesse caso fosse esmiuçada: as constantes viagens de Jack à Tailândia. Que propósito teriam?
Enfim, face à estrondosa história acaba por ser insignificante...
O único aspecto negativo que tenho a apontar e relativo à história é a não resolução de algumas situações. Uma em particular, que provavelmente teria um maior interesse caso fosse esmiuçada: as constantes viagens de Jack à Tailândia. Que propósito teriam?
Enfim, face à estrondosa história acaba por ser insignificante...
Em suma, Behind Closed Doors seria, decididamente, uma excelente aposta por parte das editoras portuguesas. Já há muito tempo que não lia um livro tão angustiante como este. Adorei!
Tens de ler o "The Butterfly Garden"... tens MESMO!!
ResponderEliminarBom dia Verovsky, ao ter o teu comentário fiquei com uma dúvida: ao compramos um ebook temos, por assim dizer, direito ao áudio? obrigada
ResponderEliminarOlá! O ebook é uma coisa diferente do áudio. Eu quis optar por ambos por estar um pouco enferrujada o inglês. Creio que me ajudou a experiência nos dois formatos.
ResponderEliminarUm beijinho e boas leituras
Tenho o livro em casa e adorei a sua crítica/opinião sobre o livro. Não posso deixar de concordar consigo.
ResponderEliminarO facto da autora não mencionar a razão das constantes viagens de Jack à Tailândia também me deixaram perturbada por, no final do livro, a minha curiosidade não ter sido respondida...
Continua a ser o seu livro favorito??
Olá! Eu não tenho um livro favorito ehehe tenho alguns que gostei muito mas não dá para eleger um único :) Mas sim, esses são os pontos fracos da história. Fiquei sem fôlego com aquela trama, daí ter gostado tanto. Beijinho e boas leituras :)
EliminarVerovsky, não consegui entender o final do livro, apesar de ter gostado muito!
EliminarO que você achou?
Olá Amanda! Eu adorei este livro :D Mesmo o final (como dizem, karma is a bitch ehehe) Um grande beijinho e boas leituras
EliminarPois...acabei agora o livro e andava a ver justamente se encontrava algures a explicação para tantas viagens à Tailândia. Percebendo que seria um acto de obter prazer no medo, não entendi de que forma, e isso soube-me a pouquinho...
ResponderEliminarPois, esse aspecto nunca foi explicado...
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