Opinião: Envolto numa aliciante campanha de marketing, A Rapariga de Antes é a nova aposta da Suma de Letras em matéria de thriller psicológico, um género que tenho vindo a abraçar com mais entusiasmo nos últimos tempos (por falar nisso, está a decorrer o Especial Thrillers Psicológicos, estejam atentos aos blogues participantes).
O livro será publicado no próximo mês, embora a blogosfera/imprensa tivesse tido acesso atempadamente, permitindo-me ler quase um mês antes da sua edição. Antes, fora espicaçada com uma carta contendo algumas perguntas que constam de um inquérito, peça fulcral na trama.
Agradeço, novamente, à editora pela oportunidade.
Agradeço, novamente, à editora pela oportunidade.
A trama suscita um imediato interesse. O nº1 de Folgate Street em Londres, uma casa imbuída pela filosofia minimalista, tem uma renda de módica quantia. Os candidatos a arrendatários têm que se submeter a um vasto (e peculiar) questionário onde são avaliadas as competências sociais e psicológicas. O grau de complexidade destas perguntas era elevado. Nem eu conseguia responder às mesmas e, na posição das personagens, sentir-me-ia dividida entre responder o politicamente correcto ou o mais sincero possível.
Logo por aqui, torna-se evidente que este thriller teria tudo para se destacar dos demais. Estamos perante uma obra cujo cenário tem um grande impacto no leitor, e, numa primeira análise, parece ser a casa o elemento detentor de maior suspense. Até porque algo de anormal se passava numa habitação onde é tudo praticamente informatizado e as regras são rígidas a ponto de, a título de exemplo, não poder conter livros (eu, claramente, falharia nos testes para viver no nº1 de Folgate Street).
Além do cenário, o segundo elemento mais bem conseguido da trama é a caracterização das personagens, em camadas. A história é narrada por duas personagens, em momentos temporais distintos: a rapariga de antes, Emma, que viveu no nº1 de Folgate Street com o seu namorado, Simon e, nos tempos posteriores, é Jane que ocupa a casa. Aos poucos, somos presenteados com alguns segredos de Emma estabelecendo um paralelismo com a moradora actual.
O outro elemento que merece ser destacado é a forma como o autor interage com o leitor, puxando-o para a história, através do confronto com as perguntas que constam do inquérito. Por vezes senti-me na pele de Emma ou Jane e fazia uma nota mental de como responderia àquela questão. Não encontro muitas obras que funcionem neste sentido.
Sem querer desvendar nada sobre a trama, rapidamente o leitor se apercebe que existe uma relação de obsessão. Denotei que a linha que separa o herói da trama do antagonista é muito ténue. Como referi, as personagens têm imensas camadas, impossibilitando-nos de, numa primeira análise, avaliar o seu carácter.
A trama debruça-se, em grande parte, neste aspecto, tornando um pouco previsível, por exemplo, os planos das protagonistas com Edward Monkford, um personagem masculino com um papel fulcral na narrativa.
À medida que as peças do puzzle se iam encaixando, a meu ver, a história perdia o fulgor. Tinha a sensação que as personagens femininas eram tão semelhantes que se fundiam e reagiam de forma semelhante.
Além disso, o círculo tão restrito de personagens, fez com que o desfecho não fosse propriamente uma surpresa. Já me tinha passado pela cabeça que a chave da resolução do puzzle passaria por ali.
Só queria deixar aqui um comentário relativamente à sinopse. Sem saber como é a sinopse original, pessoalmente, teria omitido da mesma que Emma acaba por morrer. Creio que teria consubstanciado uma reviravolta inesperada e deixaria o leitor, numa primeira análise, numa incerteza sobre o paradeiro da personagem feminina.
Ainda assim é um thriller interessante e, segundo averiguei, é o primeiro do género do autor.
Merece ser atentado até porque, segundo o que sei, esta obra fez furor na feira de Frankfurt em 2015 e foi ambicionado por diversas editoras de vários países por lá. Numa escala de 1 a 10, querem saber porquê? A resposta estará disponível nas livrarias já no próximo dia 5 de Abril.
Se já andava curiosa com este livro, agora depois de ler esta opinião ainda fiquei mais!! 😍 Acho que vou mandar o meu book Buying Ban às urtigas e dia 5 vou logo à Bertrand comprá-lo! Ainda por cima estou de férias nessa altura... 😂🙈
ResponderEliminarBeijinhos,
Carolina - leiturasdacarolina.blogspot.pt
Na wook online consegui comprar com oferta Doce Tortura de Rebeca James ;-)
EliminarAi, ai, a minha resolução de comprar menos livros este ano.... Super mega curiosa com este livro!! :D
ResponderEliminarFoi perdendo fulgor... concordo. Gostei, mas não adorei! Filme com este argumento? Tem que ser muito bem feito... Força, Ron!
ResponderEliminarTal e qual Isabel ;) Um grande beijinho, boas leituras
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