Opinião: Terminei anteontem o magnífico livro que encerra a trilogia sobre pessoas desaparecidas de Sara Blaedel. Note-se que a protagonista, Louise Rick ascende a um novo cargo dentro das forças policiais, cargo esse que remete para outro tipo de casos que não o de pessoas desaparecidas.
Pessoalmente faço votos de que a série continue a ser publicada por cá. Gostaria de ver Louise nos meandros de outras investigações que não a de desaparecimentos.
Para mim, A Mulher Desaparecida é o livro mais bem conseguido da autora. Esta minha percepção prende-se com o facto de a protagonista estar numa rede directamente ligada ao caso. Isto porque há um homicídio de uma dinamarquesa que vive no Reino Unido e cujo passado entrelaça com o de Eik e este, bem, está a sair com a Louise. Nas outras tramas, apesar de intrigantes, havia um certo distanciamento entre a protagonista e os casos de investigação. Considero que esta obra supera as anteriores.
A Mulher Desaparecida proporcionou-me uma leitura ávida (e teria sido mais veloz caso a Feira do Livro não se intrometesse). Estava bastante intrigada com a relação de Sofie, a jovem assassinada, com Eik, dinâmica que vem sendo explicada também através de flashbacks que remotam a 1996, levando a que o leitor conheça um pouco do passado da vítima.
Creio que o ingrediente mais aliciante é, sem dúvida, o ritmo do enredo: ágil, com grandes reviravoltas. Na minha opinião torna-se apenas óbvia a história familiar da personagem de Stephanie e exceptuando essa, fui constantemente surpreendida pelas várias reviravoltas da história.
Devo confidenciar-vos que tive uma percepção muito particular na leitura deste thriller. Creio ser consensual, quando lemos uma obra deste género, procuramos sempre identificar o antagonista. Contudo, nesta leitura, estava tão absorta nas possíveis ligações de Eik neste caso que não me concentrei devidamente na identidade do homicida de Sofie. Acabei por ser surpreendida com a resolução do puzzle, embora estivesse ciente que a resposta residia no passado da vítima.
A obra levanta questões interessantes, sendo a mais preponderante, a prática do suicídio assistido. Desconhecia ou melhor, confundia este fenómeno com o mais geral, o da Eutanásia, mas creio que a autora tratou a temática de uma forma isenta de qualquer polémica, tornando-a bastante interessante na explicação do caso. Mais não posso relatar, deixo à vossa consideração.
Sendo uma série, A Mulher Desaparecida não fecha completamente a história de Louise. Esta poderá ser desenvolvimentos interessantes nos livros seguintes no que concerne à sua vida pessoal. Tendo avaliado este livro como o melhor dos três, nesta fase, gostaria mesmo muito de enveredar pelas restantes obras da autora.
Sara Blædel reforça o meu entusiasmo pela literatura nórdica policial, sem margem para dúvidas!
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