Sinopse: AQUI
Opinião: Estava deveras expectante com este lançamento uma vez que o título em apreço está extremamente bem cotado no Goodreads.
Apesar de ser um thriller bem construído e multidimensional que prende, logo nas primeiras páginas, sinto necessidade em fazer uma ressalva relativamente ao género da obra pois, na realidade, categorizá-la como thriller parece-me um pouco redutor: estamos perante um livro de elevada carga dramática e com uns laivos de sobrenatural.
Aponto como um dos elementos mais bem conseguidos da história, uma redefinição do papão, a entidade que assusta as crianças associando-lhe uma catchphrase verdadeiramente arrepiante: "Se deixares a porta entreaberta, ouvirás os sussurros na certa", E, de facto, reconheço que inúmeras passagens são dignas de filmes de terror, tendo-me deixado um pouco apreensiva.
Contudo, não é de terror que vive a obra. Esta trata, inicialmente, de um rapto de uma criança e, à medida que a investigação prossegue, vão sendo encontradas algumas semelhanças entre este caso e um que ocorreu há 20 anos. Há um senão: este serial killer está preso, deixando-me na dúvida se estaríamos perante um discípulo ou apenas um copycat que admira o modus operandi de Frank Carter.
O outro elemento de destaque na trama é, sem dúvida, o pequeno Jake. Ele e o seu pai, Tom, mudaram-se recentemente para a cidade onde ocorre a acção após o falecimento da mãe.
Senti uma afinidade desmesurada pela criança, percepção que talvez atribua ao facto de ser órfão ou pela sensibilidade que vai demonstrando, muito incomum se tivermos em conta a sua tenra idade, fruto talvez da morte precoce da mãe.
Ainda que aprecie o sobredesenvolvimento das personagens, creio que este é um dos factores que explica o ritmo moroso da narrativa. O pai, Tom, tece inúmeras considerações sobre os desafios da paternidade, convidando-nos a um exercício de reflexão sobre esta na condição de viuvez e Pete, o polícia destacado na investigação, também tem fantasmas no passado. Creio que sobre esta caracterização expansiva das personagens possa eventualmente assentar uma continuação ou uma série protagonizada por estas personagens (irei atentar os trabalhos futuros do autor, sem dúvida).
Num momento avançado da leitura, considerei que a trama perdeu o fulgor embora me sentisse intrigada com a identidade do perpetrador, contudo, no que concerne a este elemento, não me senti surpreendida, factor que dever-se-á ao reduzido número de personagens. Considerei, portanto, relativamente fácil deslindar a identidade do antagonista.
Finda a leitura, e no seu cômputo, ainda que identifique alguns pontos menos positivos como os que acabei de mencionar, o ambiente tenso e sombrio da narrativa foi flagrante para que tenha apreciado esta obra.
Além disso, ter uma criança tão especial como o Jake como protagonista fará com que a obra não me saia da retina durante muito tempo.
Olá olá!
ResponderEliminarVou ler este livro num desafio de leitura conjunta de outro blogue e estou ansiosa. A tua opinião ajudou a aumentar as expetativas. Deixa lá ver!!
Beijocas
Que bom, Marisa! Uma excelente leitura para ti e restantes participantes. Grande beijinho
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