terça-feira, 16 de julho de 2019

Lars Kepler - Lazarus [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: A minha primeira impressão sobre este título, mal me apercebi que iria ser publicado em Portugal, foi atentar que o nome, Lazarus, tem uma conotação bíblica. Lázaro foi a primeira pessoa ressuscitada por Jesus Cristo. 
Assim sendo, esperava, de certa forma, que a força motriz da narrativa estivesse relacionada, porventura, com algum vilão dos livros antecessores, relembrando que este título é o sétimo da série protagonizada pelo carismático Joona Linna.

Confesso que, uma vez que acompanho atentamente esta série e leio-a à medida que os títulos são publicados, acabei por não ter presente muitos pormenores sobre este "Lázaro". Lembrava-me vagamente dos contornos dos crimes perpetrados por este vilão bem como alguns traços da sua personalidade atroz, factores que, de certa forma, me instigaram a uma releitura da série, um dia mais tarde afim de relembrar todos os pormenores sórdidos.

À semelhança de livros antecessores, o autor preocupa-se com o nível de detalhe, o que, para mim, torna a acção mais palpável, justificando o avolumado número de páginas da obra em apreço.
Apesar de reconhecer que são inúmeras as passagens de descrições exaustivas, não perdi o interesse nesta história de contornos muito peculiares, afinal de contas Joona Linna está atrás de um vilão que, ao que tudo indica, já terá morrido. Por vezes senti que esta caça ao homem poderia ser encurtada, mas compreendo que Kepler queira ter ido mais longe e caracterizar este vilão como um dos mais impressionantes da literatura policial.

Devo referir que, por duas vezes, as passagens de cariz mais perturbador, deixaram-me tão desconfortável ao ponto de sentir necessidade de interromper a leitura para fazer uma actividade que me desanuviasse. 

Apesar de ser uma trama com um clima genuinamente tenso, repleto de cenas arrepiantes e incómodas, não considerei que fosse uma narrativa de violência gratuita. É certo que os homicídios são mórbidos e é preciso ter estômago para ler os detalhes dos vários crimes assim como os contextos de algumas novas personagens, contudo, achei inteligente a forma como o autor alicerçou alguns aspectos na mitologia grega. 

Continuo a ser fã de Joona Linna e, em variadas ocasiões, temi por ele e pelas personagens directamente ligadas ao inspector da polícia. Ainda assim, senti-me destroçada com os destinos trágicos de algumas personagens secundárias com as quais sentia empatia. 

Quanto ao final é, uma vez mais, deixado em aberto para que a saga possa prosseguir, o que me deixa um pouco ansiosa pela publicação do próximo livro. Infelizmente, deve tardar pois, pelo que pude apurar, este título foi o último a ser lançado lá fora.

Em suma, tenho para mim que os fãs do autor não ficarão decepcionados com este Lazarus. Vale pela reunião com um dos mais perturbadores homicidas da série e as sensações despertadas por este encontro. 
Lars Kepler é, indubitavelmente, um dos meus autores de eleição!


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