Sinopse: AQUI
Opinião: O presente título não poderia começar de melhor forma! No prólogo, é relatado que Erin, a protagonista, está a escavar uma sepultura. No meio de considerações repletas de sarcasmo e humor negro, instala-se no leitor uma inquietação e a dúvida da identidade da vítima que Erin tem que "despachar" e como é que escalou àquela situação.
A acção recua alguns meses. Erin, realizadora de documentários, está noiva. Encontra-se numa excelente fase da vida tanto no nível profissional como pessoal, uma situação que não se aplica a Mark, o seu noivo, uma vez que está desempregado.
Confesso que, após um prólogo tão bombástico, esperava que os capítulos seguintes me tirassem o chão. Fiquei um pouco decepcionada pois, a meu ver, toda a organização do casamento de Erin foi demasiado exaustiva e eu simplesmente queria chegar à situação que despoletara o acontecimento das páginas iniciais.
Apesar de considerar que a trama se tornara, de certa forma, algo maçuda, devo reconhecer que a autora estruturou a história de uma forma extremamente inteligente. Não há como não ficar indiferente ao primeiro capítulo, aquela informação inicial é tão importante que estamos expectantes com o culminar daquele acontecimento.
Também os detalhes sobre a actividade profissional de Erin me deixaram um pouco entediada, contudo, finda a leitura, reconheço que estes foram importantes para atar algumas pontas soltas da narrativa.
É na lua de mel de Erin e Mark que a acção toma fôlego e eu rendi-me, finalmente, à história. O que mais apreciei nesta obra foi a complexidade da trama e a forma como esta me surpreendeu. Os twists mantiveram-me em suspense no decorrer da leitura.
Ainda que seja um thriller, penso que este é um livro propenso à reflexão sobre os valores morais e éticos. Também fiz o exercício de me colocar na pele de Erin e pensar como agiria numa situação semelhante. Creio que a história acaba por funcionar, desta forma, como um desafio ao leitor convidando-o a priorizar e pesar certos aspectos na vida.
Apesar do casal ser, claramente, a força motriz da história, sem dúvida de que Erin se destacou mais pela sua forma de ser tão eufórica e plena em tiradas de humor negro. Ainda que discorde de algumas acções desta personagem, é impossível não gostar de Erin. A leveza da protagonista foi também um aspecto muito positivo e afigura-se uma característica pouco usual se tivermos em conta que este título é um thriller.
Apesar de ter alguns capítulos detalhando pormenores que, a meu ver, seriam dispensáveis para a trama, Há Algo Estranho na Água acabou por me cativar muito. Como referi, esta minha percepção prende-se essencialmente com o efeito surpresa sobre a natureza do achado na água bem como o desenvolvimento a partir deste acontecimento.
Por motivos óbvios, omitir-vos-ei este elemento para que possam desfrutar da obra tanto quanto eu. Recomendo!
Para mais informações sobre o livro Há Algo Estranho na Água, clique aqui
Para mais informações sobre a Editorial Presença, clique aqui
Sem comentários:
Enviar um comentário