Numa cidade sem nome e chuvosa, Charles Unwin trabalha como administrativo numa grande agência de detectives, Tudo que ele sabe sobre a resolução de mistérios vem a partir dos relatórios que ele pediu ao ilustre detective Travis T. Sivart. Quando este desaparece, Unwin é subitamente promovido a detective, um posto para o qual ele não tem habilidades. A sua orientação vem apenas da sua assistente (que tem um distúrbio do sono) e do Manual do Detective.
Devo confessar que me custou a entrar no livro. Não o considero um thriller. É um livro carregado de surrealismo e é extremamente subjectivo (não há informações explícitas sobre o nome da cidade, o tempo onde se passa a acção...etc etc) e mistura elementos de vários géneros. desde ficção, mistério e fantasia. Se bem que a incorporação de objectos como gramofones ou máquinas de escrever induzem uma acção temporal que decorre, tenho a ousadia de aferir, nos finais do sec XIX/inícios do séc XX.
Estes adjectivos enquadram-se da mesma forma nas personagens que são marcadas pelo excêntrico e surreal. Praticamente todas as personagens, não importa o quão insignificantes possam parecer, são mais do que aparentam e são distinguidas por um atributo característico. Edwin Moore, o funcionário do museu, utiliza uma técnica para fazê-lo esquecer as coisas, os gémeos Rook que não dormem há 17 anos; Enoch Hoffman possui a capacidade de imitar a milhares de vozes. Não esquecer a falta de experiência de Unwin, no seu novo papel como detective. E reparem na ironia do nome Unwin (un é o prefixo, em inglês, para indicar antónimos de palavras e win significa ganhar).
Apesar de tudo achei que as personagens mantêm-se muito distantes do leitor, talvez por não ter encontrado aquele realismo que dota as personagens, vulgar na literatura, e que ocasiona uma maior proximidade com quem lê o livro.
Assim, de um modo geral, não achei o livro muito fácil de ler. Há que estar atento a uma série de pormenores e encaixa-los nos cenários surrealistas que o autor apresenta. Pormenores estes que se constatam na formulação das personagens e nos cenários do livro. As paisagem são ricas em detalhes de estações ferroviárias, becos das ruas (ainda que chuvosos), mansões abandonadas no topo da colina , mas habitadas por criminosos e o aparecimento de femme fatales nos bares fazem recordar os míticos filmes americanos a preto e branco.
No entanto adorei a estrutura do livro, cada capítulo rege-se pelo nome dos vários capítulos do manual do detective, a partir de elementos comuns de gestão de várias técnicas de vigilância e métodos de interrogatório.
Um livro muito distinto, O Manual do Detective envolve o leitor num drama corajoso e complexo, mas de outro mundo com uma sensação de filme noir e conotações infinitas. Sendo uma leitura que foge aos meus parâmetros preferidos, não a recomendaria aos ávidos de acção e crime propriamente dito. No entanto constitui uma leitura agradável, principalmente àqueles que apreciam o género da fantasia!
Devo confessar que me custou a entrar no livro. Não o considero um thriller. É um livro carregado de surrealismo e é extremamente subjectivo (não há informações explícitas sobre o nome da cidade, o tempo onde se passa a acção...etc etc) e mistura elementos de vários géneros. desde ficção, mistério e fantasia. Se bem que a incorporação de objectos como gramofones ou máquinas de escrever induzem uma acção temporal que decorre, tenho a ousadia de aferir, nos finais do sec XIX/inícios do séc XX.
Estes adjectivos enquadram-se da mesma forma nas personagens que são marcadas pelo excêntrico e surreal. Praticamente todas as personagens, não importa o quão insignificantes possam parecer, são mais do que aparentam e são distinguidas por um atributo característico. Edwin Moore, o funcionário do museu, utiliza uma técnica para fazê-lo esquecer as coisas, os gémeos Rook que não dormem há 17 anos; Enoch Hoffman possui a capacidade de imitar a milhares de vozes. Não esquecer a falta de experiência de Unwin, no seu novo papel como detective. E reparem na ironia do nome Unwin (un é o prefixo, em inglês, para indicar antónimos de palavras e win significa ganhar).
Apesar de tudo achei que as personagens mantêm-se muito distantes do leitor, talvez por não ter encontrado aquele realismo que dota as personagens, vulgar na literatura, e que ocasiona uma maior proximidade com quem lê o livro.
Assim, de um modo geral, não achei o livro muito fácil de ler. Há que estar atento a uma série de pormenores e encaixa-los nos cenários surrealistas que o autor apresenta. Pormenores estes que se constatam na formulação das personagens e nos cenários do livro. As paisagem são ricas em detalhes de estações ferroviárias, becos das ruas (ainda que chuvosos), mansões abandonadas no topo da colina , mas habitadas por criminosos e o aparecimento de femme fatales nos bares fazem recordar os míticos filmes americanos a preto e branco.
No entanto adorei a estrutura do livro, cada capítulo rege-se pelo nome dos vários capítulos do manual do detective, a partir de elementos comuns de gestão de várias técnicas de vigilância e métodos de interrogatório.
Um livro muito distinto, O Manual do Detective envolve o leitor num drama corajoso e complexo, mas de outro mundo com uma sensação de filme noir e conotações infinitas. Sendo uma leitura que foge aos meus parâmetros preferidos, não a recomendaria aos ávidos de acção e crime propriamente dito. No entanto constitui uma leitura agradável, principalmente àqueles que apreciam o género da fantasia!
Tenho alguma curiosidade relativamente a este livro, pois foi-me aconselhado por um amigo que diz ter gostado bastante. Ler a tua crítica foi bom, para não me levar a ter expectativas tão altas e para ir preparada para uma narrativa diferente...
ResponderEliminarParabéns pelo blogue e pela crítica. Beijinhos. :)
Obrigado pelas tuas palavras Rita! Se estiveres à procura de algo diferente que ñ seja um policial "duro", recomendo sim! Beijinhos e boas leituras!
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