Opinião: Jussi Adler-Olsen era um nome que já conhecia através de participações em fóruns de literatura policial nórdica. Por ser um nome frequentemente citado, sempre tive pena de nunca terem investido neste autor no nosso país. Daí que, quando soube que O Guardião das Causas Perdidas iria ser publicado pela Editorial Presença em Junho, fiquei em êxtase!
Enquanto aguardava ansiosamente pelo lançamento do livro, não resisti e vi o filme baseado na obra. Sou sincera, prefiro os livros às adaptações cinematográficas por isso se gosto do filme, é motivo mais que suficiente para ler a obra.
À partida, esta será mais rica em detalhes. É o que de facto se passa com este livro em concreto.
À partida, esta será mais rica em detalhes. É o que de facto se passa com este livro em concreto.
Em grosso modo, o filme está fiel mas o livro está repleto de pormenores que foram descurados no filme, apresentando ligeiras diferenças no enredo.
Olsen relata esta história recorrendo a feedbacks, que alternam entre os anos de 2002, ano do desaparecimento da política Merete Lyngaard e 2007, a actualidade. Carl Mørck é então responsável pelo Departamento Q que visa em retornar aos casos já antigos que nunca foram resolvidos. O leitor tem assim oportunidade de acompanhar o que fora a vida da política contrapondo-se com a investigação actual. Além disso, o leitor é privilegiado por conhecer o paradeiro de Merete, informação que é ocultada aos investigadores como é evidente.
Na sinopse é facultado um pequeno excerto, indicando que esta personagem certamente estará a ser submetida a provações físicas. Acreditem que no decorrer da leitura, estas sensações são mais palpáveis. Mantida em cativeiro, as provações a que Merete é submetida estão pejadas de malvadez e como tal, chocaram-me genuinamente.
O autor enfatiza a componente social, como aliás é usual na literatura nórdica. A vida pessoal de Merete sofreu uma reviravolta ainda em criança, o que terá mudado a sua vida bem como a do seu irmão Uffe.
Carl, o inspector, é uma personagem extremamente sisuda. Separado de Vigga, de quem tenta divorciar-se, parece-me pouco plausível que tenha que ser este o responsável pelo enteado. E pelo hóspede indesejado. Um aparte: este ponto pareceu-me mais convincente no filme, uma vez que Carl é efectivamente o pai de Jesper.
Não sendo controverso, começa a ser hábito incluir uma personagem estrangeira nas tramas nórdicas, reforçando o poder da globalização nos dias de hoje. Há sempre uma interacção diferente entre um autóctone e um estrangeiro, realçando as evidentes diferenças culturais. O árabe Assad protagonizou uma relação dinâmica com Carl. Infelizmente e com o estigma dos muçulmanos serem frequentemente associados ao terrorismo, o facto de Assad ser muçulmano acaba por constituir um mistério, ainda que secundário, sobre a sua legalidade no país.
É praticamente no final que o leitor consegue cruzar as peças que foram deixadas e perceber as motivações para o desaparecimento de Merete. Fiquei estupefacta com a intensidade do clímax e resolução das peças do puzzle. Cinco anos é muito tempo para se manter alguém no estado tão deploratório.
Como sabeis, sou grande fã da literatura nórdica e tenho conhecimento que a série do Departamento Q é composta por mais livros. Como tal, estou muito curiosa com os demais, esperando que a colecção O Fio da Navalha contemple novamente o autor Jussi Adler-Olsen.
Para mais informações sobre o livro O Guardião das Causas Perdidas, clique aqui
Vera, minha amiga, tem exatamente 2h que acabei de ler este livro e ADOREI. Aqui no Brasil, o nome dele é A Mulher Enjaulada.
ResponderEliminarNão sabia que tinha o filme, mas agora, lógico, quero assistir.
Beijos!
Isabel, então foi uma leitura conjunta e nem soubemos heheh
EliminarAdorei o livro! Vê o filme e depois diz o que achaste ;)
Um grande beijinho
Vera, mas o filme é muiiiiiiiiito diferente do livro, né. Apesar da história ser a mesma, a forma de contá-la, personalidades, emoções e fatos foram bastante alterados.
ResponderEliminarNão achei o filme ruim, mas certamente teria gostado mais se não conhecesse a verdadeira história, que é infinitamente melhor.
Beijos!!
Sim, tb notei diferenças entre o filme e a verdadeira história. Eu prefiro sempre os livros às adaptações cinematográficas ;) Adorei esta história! Aí no Brasil há mais livros deste autor? Só espero que por cá publiquem mais...
EliminarUm grande beijinho
Olá, tbm sou do Brasil e não fazia a mínima ideia de que existia um filme desse livro. Li ele faz um mês e achei incrível. Vou arriscar e ver o filme tbm...
ResponderEliminarbjus
reticenciasliterarias.blogspot.com.br