sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Marc Pastor - A Mulher Má [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: A Mulher Má é um livro alicerçado na história verídica de uma serial killer espanhola de seu nome Enriqueta Martí que viveu entre o final do século XIX e os inícios do século XX. Pessoalmente desconhecia a existência desta mulher mas não consegui deixar de me sentir inquieta perante os requintes de malvadez para com as suas vítimas. Uma mulher tão maquiavélica que chegou a ser apelidada de vampira. Foi talvez a veracidade da narrativa o facto que mais me impressionou nesta leitura.

Por esse facto e dado haver provas documentais desses acontecimento, confesso gostei da inclusão de algumas páginas apenas fotografias desta assassina em série, bem como de outras personalidades a ela ligadas.
Além disso, a história reflecte o panorama sócio económico espanhol dos anos 10. O súbito desaparecimento de várias crianças associado à inquietação social perante a mendicidade, a fome a as doenças que degeneram em morte trouxe um ambiente de medo, sensação facilmente transponível para o leitor.
Senti-me fascninada por aquele ambiente sombrio e algo gótico de Barcelona da época, já para não falar das inúmeras alusões a autores que valorizo como Edgar Allan Poe e Mary Shelley.

Gostei da escrita do autor que me transportou para aquele ambiente e penso ser consensual que o autor nos cativa, ainda que a trama se foque numa mente tão perversa. Passagens de natureza gráfica não abundam mas as descrições envolvendo as vítimas de tão tenra idade foram suficientes para que ficasse nauseada.
A narrativa vai alternando entre o discurso na primeira pessoa, sob a perspectiva de Martí, e o discurso de narrador omnipresente, permitindo-nos chegar até Enriqueta e, desse modo, assim saber o que se passa com o protagonista. Creio que este é o elemento ficcionado na trama, a existência de Moisés Corvo.

Após citar alguns aspectos que gostei particularmente, tenho que confessar que esperava gostar mais ainda deste livro. Creio que as 250 páginas do livro foram insuficientes para aprofundar mais sobre uma personalidade tão ardilosa, pois sinceramente, gostaria de ter visto muito mais. A minha curiosidade sobre Martí foi tanta que, após a leitura, consultei uma imensidão de artigos na internet sobre a mesma, na ânsia de poder satisfazer um pouco mais a minha curiosidade sobre esta mulher.
Além disso, e na minha opinião, o desfecho foi um pouco abrupto, consubstanciando um ponto menos positivo na obra, embora eu tenha consciência que um romance nunca será uma obra biográfica.

Por ser uma história real e devido à curiosidade que me despertou relativamente à antagonista, achei a trama relativamente linear. Senti falta das afamadas reviravoltas que me surpreendem e me deixam boquiaberta como costumam acontecer com os livros que leio habitualmente.

Em suma, A Mulher Má sendo um livro com poucas páginas, proporcionou uma leitura célere numa tarde chuvosa de domingo. Senti-me transportada para aquele ambiente e simultaneamente inquieta pela presença daquela mulher cuja descrição dos actos me causou algum choque. Por ter trazido ao meu conhecimento uma assassina em série, até agora desconhecida para mim, foi uma leitura interessante e acima de tudo, algo didáctica. Ainda que não me tenha fascinado por completo, gostei.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Steven Saylor - Os Salteadores do Nilo [Divulgação Editorial Bertrand]


Data de publicação: 17 Outubro 2014

               Titulo Original: Raiders of the Nile
               Tradução: Rita Carvalho e Guerra
               Preço com IVA: 17,70€
               Páginas: 376
               ISBN:  9789722528993

Sinopse: Em 88 a. C., o mundo parece estar à beira de uma guerra catastrófica - de Roma à Grécia, e ainda ao Egito, onde vive Gordiano, um cidadão romano. Quando não está a resolver quebra-cabeças, o jovem passa o seu tempo com Bethesda, a sua escrava, esperando que o mundo volte a si.
No dia em que Gordiano faz vinte e dois anos, Bethesda é raptada por bandidos que a confundem com a amante de um homem rico. De modo a salvar a mulher que significa mais para si do que suspeita, Gordiano tem de encontrar os raptores antes que eles se apercebam do seu erro e, usando as habilidades que aprendeu com seu pai, convencê-los a libertarem Bethesda.
Enquanto as ruas de Alexandria mergulham lentamente no caos e os cidadãos se começam a revoltar, depois de rumores sobre uma iminente invasão por parte do irmão do rei Ptolomeu, Gordiano vê-se envolvido numa perigosa trama - o saque do sarcófago de ouro de Alexandre, o Grande. 

Sobre o autor: Steven Saylor é autor da série Roma Sub-Rosa, que tem merecido os mais rasgados elogios da crítica. Os seus romances estão traduzidos em mais de dezoito línguas e o autor tem figurado, na sua qualidade de especialista na política e vida romana em geral, em documentários no Canal História.

Imprensa
«O conhecimento enciclopédico Saylor e a sua atenção ao pormenor estão amplamente expostos, assim como a sua impressionante capacidade de tecer séculos de história numa uma narrativa de entretenimento. [Saylor consegue] a proeza magnífica de contar histórias.»
Historical Fiction Review

«Saylor é um excelente guia através deste submundo fascinante. Um ficção histórica soberba.»
Booklist

 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Anders de la Motte em Portugal

A blogger, Vera Brandão com o autor Anders de la Motte
Anders de la Motte esteve em Portugal para promover os livros O Jogo e Vibração, publicados pela Bertrand. Na manhã do dia 16 de Setembro, a menina dos policiais esteve à conversa com o simpático autor numa conversa deveras interessante, a qual passo a transcrever em seguida. Não deixo de endereçar os meus agradecimentos à Bertrand pela oportunidade fantástica de conhecer o autor.

Verovsky (V): Primeiro gostaria de agradecer a oportunidade de entrevistá-lo e conhecer mais sobre uma trilogia que, dentro do género policial nórdico, destaca-se por ser diferente não só pela trama que apela às novas tecnologias, como acima de tudo pelo carácter das personagens.
Onde encontrou inspiração para criar personagens tão diferentes como Henrik e Rebecca?

Anders (A): Eu comecei a escrever em 2007. Sempre fui um leitor muito ávido antes, lia imensos livros. Na altura trabalhava para a Dell e viajava por toda a Europa, aproveitava e lia muito nas viagens. Nessa altura, a minha esposa perguntou "Quando é que começas a escrever?". Eu já tinha a ideia geral mas precisava que alguém me incentivasse a escrever. Então pus as mãos à obra, dizendo à minha mulher: "A ideia foi tua, se correr mal a culpa foi tua!" (risos). O primeiro romance que escrevi foi um policial tradicional mas não chegou a ser publicado por nenhuma editora. Como sabes, na Suécia e em geral, na Escandinávia existem muitos policiais e temos que ser muito bons para podermos ver publicadas as nossas obras.

V: Mas isso aconteceu depois do Stieg Larsson? Pergunto isto porque cá em Portugal, foi esse o autor que despoletou a onda dos policiais nórdicos.

A: Não, ainda antes. Existem bons autores nórdicos do género ainda antes de Stieg Larsson. Por isso, nós temos que ser muito bons ou escrever algo que seja uma novidade. Então fiz mais uma tentativa, desta vez com uma história diferente. Por isso pensei no herói como alguém que não fosse um polícia, pois essa personagem é comum. Pensei como protagonista, alguém de quem não se gosta e foi assim que surgiu HP. Depois de ter escrito algumas páginas com ele pensei que o livro inteiro não poderia ser só sobre ele, daí ter imaginado a Rebecca. Pensei em HP como a voz no subconsciente que representa uma criança interior. Imagina que estás no elevador com o HP. Ele é a pessoa que vai carregar no botão de emergência sem medo das consequências. (risos)
A Rebecca é o contrário, ela gosta de ter tudo sob controle e obedecer às regras.
Depois pensei na história. Se quero uma história diferente tem que ser moderna e não se resumir à investigação de um crime.

V: De facto tenho que concordar. HP é dos protagonistas que, embora encontre redenção ao longo do livro, é uma personagem que não se gosta. E no final até achei que fosse ok.
Os leitores já leram O Jogo, saiu em Janeiro. O que podemos esperar agora de Vibração? E do próximo, Bolha?

A: Bem, para já todos os que sobrevivem em O Jogo, aparecem agora em Vibração. (o autor pega nos livros e fita as capas)

V: Gosta das capas? Como são as capas originais dos livros na Suécia?

A: Não são tão giras quanto estas! Bem, elas também são giras. Têm um fundo branco com a parte de trás de um telemóvel, não se vê a parte da frente do telemóvel. Por isso, estas são mais elaboradas. Dá mesmo vontade de agarrar na capa e mexer nestes botõezinhos (risos)
Vibração passa-se dez meses depois dos acontecimentos de O Jogo. HP tem tudo o que quer, dinheiro e liberdade, pode fazer o que quiser. Uma vida muito pacata para uma personagem como ele, que só quer envolver-se em problemas. Ele quer que O Jogo o encontre, vida pacata não é bem o seu género. Este é o ponto de partida de Vibração.

V: Quando escreveu esta trilogia, que referências é que teve dentro deste género? Costuma falar com outros autores suecos?

A: Sim, falamos bastante. Para a próxima semana encontrar-nos-emos numa feira do livro em Gotemburgo. Muitos de nós temos o mesmo agente por isso cruzamo-nos com frequência nestes eventos a fim de trocar algumas impressões.

V: Está cá em Portugal. Está a gostar? Já cá tinha estado? Conhece alguma literatura portuguesa?

A: Já cá tinha duas vezes quando trabalhava para a Dell. Infelizmente nessa altura não vi muito mais que aeroportos, hotel e escritório. Espero explorar Lisboa hoje e amanhã, agora que estou cá de visita. Devia conhecer alguma literatura portuguesa... alguma coisa que recomendes?

V: Talvez José Saramago, creio que é o expoente da literatura portuguesa.

A: Ahhh sim, já ouvi falar. Ele ganhou um prémio Nobel. Já ouvi falar dele. Gostaria de ler alguma obra da sua autoria, agora que se fala nisso... Agora estou a ler Sharp Objects de Gillian Flynn (falámos um pouco sobre esta autora)

V: Teve alguma experiência pessoal que tivesse passado para o livro?

A: Sim! Eu fui agente da polícia durante 8 anos em Estocolmo e trabalhei como segurança numa empresa. Por isso algumas coisas do livro são baseadas em coisas que experienciei no meu trabalho, outras ouvi falar e outras que inventei, exagerando factos da realidade.

V: Perde muito tempo na investigação para os seus livros? Pergunto-lhe isto porque, sabemos que é um thriller e até com algumas coisas baseadas na sua experiência mas há uma componente tecnológica muito forte, deduzo que tenha havido algum tempo dispendido para investigar e tornar a trama convincente.

A: Conheço bem o ambiente de Estocolmo por ter trabalhado por lá. Por outro lado, e no que respeita à tecnologia, quero certificar-me que conheço os detalhes suficientes. Tento manter as coisas mais próximas quanto possíveis quanto possível. Há claro, alguma pesquisa mas também as minhas experiências condicionaram algumas das situações que escrevi. Ainda tenho alguns amigos na polícia ou na segurança e a troca de impressões ajuda a criar melhor os cenários.

V: Planeia voltar a Portugal? Teve azar com o tempo... esta chuva... Talvez quando sair Bolha (a relações públicas da Bertrand confirma que será no próximo ano)

A: Gostaria muito, Portugal é um país acolhedor. Aliás, quando escrevi a cena inicial de O Jogo, baseei-me num local daqui. Escrevi O Jogo em 2009 e sinceramente não me recordo do nome, mas lembrei-me das casas e do ambiente, por isso escrevi umas páginas baseadas no local. Claro que não eram muito apelativas, com tanta descrição e sendo um thriller. Tirei este excerto mas guardei-o pois foi um trabalho de pesquisa sobre um local português.

V: Depois desta trilogia, o que podemos esperar de Anders de la Motte?

A: Escrevi agora um quarto livro, um stand alone, sem as personagens Rebecca e HP. Haverá um quinto livro mais tarde. Estes serão uma duologia. O primeiro já foi publicado em Março na Suécia e chama-se MemoRandom. É sobre um inspector da polícia perito em informações secretas e faz muitos relatórios criminais, mantendo-os na memória em vez de os formalizar. Entretanto sofre um enfarte e quando acorda, esquece-se de muitas informações... A sequela deste livro chamar-se-á Ultimatum.

V: Muito obrigada pelo seu tempo e por ter dado a conhecer um pouco mais de si e do seu trabalho.

A: Eu é que agradeço e fico satisfeito por teres gostado do livro.

Os meus exemplares de O Jogo e Vibração, agora autografados

domingo, 12 de outubro de 2014

Claire Kendal - Diário de Uma Obsessão [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Diário de Uma Obsessão é a estreia auspiciosa de Claire Kendal.
Com um ambiente sufocante e simultaneamente cativante, este livro é uma incursão à mente de um stalker, um homem que insiste numa relação quando os sentimentos não são recíprocos e se torna, como o próprio título indica, uma obsessão. Inerente a uma obsessão, surgem naturalmente, comportamentos que vão muito para além da racionalidade.

Apesar de achar que a capa está extremamente bem conseguida (sendo inclusivé foto de capa da página de facebook da autora), tenho que salientar que não gostei da rotulagem do livro, pois creio que a presente trama não é comparável a Gone Girl. O único aspecto que considerei comum às obras foi o tom sombrio da narrativa, bem como a referência a um diário da protagonista. Quanto ao resto da trama,  a mesma afasta-se de Gone Girl pelas temáticas abordadas, como o assédio sexual e o disturbio obsessivo compulsivo.

Penso que grande parte das mulheres já experienciou alguma atenção, ainda que indesejada, por parte de indivíduos estranhos. Ora o Diário de Uma Obsessão amplifica até ao extremo essa experiência, explorando os limites da invasão de privacidade e os comportamentos compulsivos. Penso que é consensual que esta é uma atitude capaz de perturbar o mais seráfico dos mortais.

Posto isto, e como referi, senti algum desconforto interior no decorrer da leitura deste livro, o que, por estranho que pareça, é um aspecto que considero positivo, pois aprecio quando estas sensações do protagonista sejam transpostas para o leitor. Creio também que, a par das personagens (em particular Rafe), a sensação esmagadora de tensão reside muito na estrutura da narrativa. A trama que nos é narrada de forma omnipresente é intercalada com excertos do diário da vítima, Clarissa, cujas sensações de medo são bastante palpáveis, pois tratando-se de um diário, muitas das passagens são extremamente cruas e angustiantes, o que confere grande verosimilhança à narrativa.

Simultaneamente é-nos dado a conhecer o lado profissional de Clarissa. No tribunal, ela é jurada de um caso algo semelhante ao seu. Uma rapariga, Carlotta Lockyer, que terá sido abusada por um grupo de homens. À medida que os contornos deste caso vão sendo desvendados, vão sendo cada vez mais os paralelismos que podemos estabelecer entre a jovem e a protagonista. Confesso que, inicialmente, até fiquei um pouco confusa por achar os casos tão similares.

Achei que, dadas as circunstâncias, muito do carácter de Clarissa está condicionado pela situação actual e também pelo rescaldo de uma situação anterior, uma vez que a protagonista dá a conhecer um pouco da relação que teve anteriormente e a forma como a impossibilidade de engravidar a tornou mais frágil. A presente situação pela qual se tornou um alvo da obsessão de Rafe só veio a expor mais a sua fragilidade emocional.

As personagens estão muito bem caracterizadas, com especial enfoque no vilão, Rafe. Não querendo entrar em detalhes da história, acho que este antagonista se encontra caracterizado com mestria. Se me perguntarem se acho as atitudes dele exageradas? Direi que pessoalmente não conheço uma história de assédio assim tão vincada mas penso que a mente humana é capaz de agir com bastante irracionalidade, sobretudo num caso de disturbio obsessivo como parece ser o caso.

Finda esta leitura, achei que a história poderá ser uma súbtil chamada de atenção para as entidades policiais que nem sempre conseguem proteger as vítimas de assédio (mulheres na sua maioria), bem como para a dificuldade em arranjar provas neste tipo de crimes.

Em síntese poder-se-á dizer que esta é uma história aterradora por saber que pode acontecer a qualquer um de nós, com especial incidência nas mulheres. É pois uma leitura que causa desconforto mas, ainda assim viciante, na medida em que nos embrenhamos cada vez mais numa espiral de actos tresloucados, sendo de todo, impossível prever o próximo passo de Rafe. Extremamente negro, angustiante e bom, muito bom!


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

James Patterson - Eu, Alex Cross [Divulgação Editorial TopSeller]


Data de publicação: 9 Outubro 2014

               Titulo Original: I, Alex Cross
               Colecção: James Patterson #16
               Preço com IVA: 18,79€
               Páginas: 384
               ISBN:  9789898626738

Sinopse: Um crime macabro. Alex Cross acaba de prometer à família que irá estar mais presente nas suas vidas quando recebe a notícia chocante de que a sua sobrinha foi barbaramente assassinada. Determinado a descobrir o criminoso, depressa percebe que ela estava envolvida num esquema de acompanhantes de luxo que concretizavam as fantasias dos homens mais poderosos de Washington, DC. E ela não foi a única vítima.
Um assassino infiltrado no poder. A caça ao assassino leva o detetive e a sua companheira, a detetive Bree Stone, a entrarem num mundo a que só os mais ricos e poderosos têm acesso. À medida que se aproxima da verdade, Alex Cross descobre segredos que poderão fazer tremer o mundo inteiro. Uma coisa é certa: quem está nesse círculo restrito tudo fará para manter os seus segredos bem guardados.
Conseguirá Alex Cross sobreviver ao seu mais arrepiante e pessoal caso de sempre? Com uma ação alucinante e reviravoltas imprevisíveis, o novo caso do detetive mais admirado em todo o mundo traz-nos momentos de suspense que só James Patterson consegue proporcionar.


Sobre o autor: James Patterson já criou mais personagens inesquecíveis do que qualquer outro escritor da atualidade. É o autor dos policiais Alex Cross, os mais populares dos últimos vinte e cinco anos dentro do seu género. Entre os seus maiores bestsellers estão também as coleções Private: Agência Internacional de Investigação, The Women's Murder Club (O Clube das Investigadoras) e Michael Bennett.
James Patterson é o autor que mais livros teve até hoje no topo da lista de bestsellers do New York Times, segundo o Guinness World Records. Desde que o seu primeiro romance venceu o Edgar Award, em 1977, os seus livros já venderam mais de 300 milhões de exemplares.
Patterson escreveu também diversos livros para leitores jovens e jovens adultos, de grande êxito, entre os quais estão as séries Confissões, Maximum Ride, Escola e Eu Cómico. Em Portugal, James Patterson é publicado pela Topseller (adulto e jovem adulto) e pela Booksmile (juvenil). 


Leia as primeiras páginas aqui



terça-feira, 7 de outubro de 2014

Louise Doughty - Uma Escolha Imperfeita [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Este foi um livro que, a avaliar pela capa, me teria passado ao lado. Numa incursão pelo Goodreads apercebi-me que o mesmo é um thriller, mais concretamente, este livro, está na categoria dos thrillers eróticos, uma vez que abundam as cenas de sexo num contexto de suspense e intriga.

A história é contada por Yvonne Carmichael, uma mulher na casa dos cinquenta anos, com um casamento aparentemente satisfatório e uma carreira de sucesso na área da genética. Até que, conhece alguém a quem vai chamar simplesmente de X e com quem irá viver um tórrido romance cujas consequências serão, de todo, imprevisíveis.

Grande parte da acção desenrola-se em tribunal o que nos faz subentender que esta obra para além de um thriller erótico, conforme referi, coloque também um pé do subgénero do thriller jurídico, bastante popularizado por nomes como John Grisham, sendo também um género que aprecio embora o mesmo não seja consensual entre os leitores.

O facto de a narrativa se iniciar logo em tribunal faz com que o leitor vá descobrindo gradualmente a razão pela qual Yvonne lá se encontra, através de várias analepses que percorrem a obra. Embora esta estrutura da narrativa confira alguma dinâmica à leitura, não achei que houvesse grandes surpresas, considerando mesmo que a narrativa se torna, a certa altura, demasiado linear.

Com muita sinceridade afirmo que não apreciei particularmente a personagem de Yvonne, pois não me pareceu verosimil que uma mulher daquela idade tivesse actos tão irreflectidos que a enredassem numa teia e a conduzissem a resultados desastrosos, parecendo-me que tais atitudes são típicas de adolescentes. Não sendo explícito se Yvonne é ou não uma mulher mal vivida a verdade é que a sua situação em tribunal acaba por despertar alguma compaixão no leitor. Por outro lado, considero que a personagem do marido de Yvonne, Guy, poderia estar mais desenvolvida uma vez que o seu papel na narrativa é meramente periférico.

Um aspecto que considerei curioso no livro é o facto de o mesmo se encontrar dividido em três partes, cada uma delas contendo uma designação relacionada com a genética, que é justamente a área profissional de Yvonne.
  
Em síntese poder-se-á dizer que é um livro de fácil leitura e simultaneamente envolvente, dada a temática em questão, a infidelidade e as paixões furtuitas, contudo, é um livro demasiado linear e desprovido de reviravoltas que tão bem caracterizam este género de thriller.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

David Fincher - Em Parte Incerta [Opinião Cinematográfica]


Ontem fui à ante-estreia do filme Em Parte Incerta, baseado na obra homónima de Gillian Flynn. Antes de mais, endereço os meus agradecimentos à Bertrand pela oportunidade de visionar este filme.

Já há muito que não escrevo nesta rúbrica de opiniões cinematográficas mas achei que o filme Em Parte Incerta de David Fincher merecia que tecesse algumas considerações sobre o mesmo.
Em primeiro lugar, estou um pouco chateada com o realizador e note-se que Fincher realizou um dos meus filmes preferidos, Seven - 7 Pecados Mortais. A minha desavença prende-se com o facto de achar que o próximo filme realizado por Fincher depois de Os Homens que Odeiam as Mulheres seria a sequela da afamada trilogia de Stieg Larsson.
Todavia não me posso mostrar muito desagradada com o trabalho actual do realizador. Em Parte Incerta está fiel ao livro, embora não tenha idealizado Amy Dunne com o ar tão angelical de Rosamund Pike.

No que diz respeito ao livro, devo dizer que nunca vi uma obra cujas opiniões fossem tão pouco consensuais como acontece em Em Parte Incerta. Se porventura alguns leitores deliraram com a história, outros simplesmente detestaram-na. Eu incluo-me no primeiro grupo, achei que a profundidade sombria das personagens, tal como acontecera no primeiro livro que li da autora, Objectos Cortantes, dá um toque muito especial à obra.

Não conheço o trabalho de Rosamund Pike, contudo valorizo o seu desempenho como Amy Dunne. Volto a salientar que para mim, a dificuldade de realizar este filme seria dar o toque sombrio às personagens, com especial incidência na personagem feminina. À primeira vista, Pike com o seu look angelical, teria uma árdua tarefa pela frente. No entanto, a prova foi superada! Ao longo do filme senti-me arrepiada, como acontecera no decorrer da obra.
Já vi alguns filmes de Ben Affleck e recordo-me por exemplo do carisma que senti em Good Will Hunting. Ben Affleck é, e o presente filme confirma-o, um bom actor. No seu reportório constam não só comédias românticas e estou a recordar-me por exemplo de Gigli, mas também alguns papéis mais fortes. Já para não falar das suas realizações. O actor deixou-me rendida com o Gone Baby Gone.

Contudo, há uma personagem secundária que merece destaque. Falo da fabulosa interpretação de Neil Patrick Harris. Decerto que os meus leitores estão habituados a vê-lo como Barney de How I Met Your Mother, uma das personagens mais carismáticas da série. Em 'Em Parte Incerta', o actor encarna Desi Collings. Sem querer levantar o pano sobre esta personagem, devo dizer que é completamente diferente de Barney e este papel vem comprovar a versatilidade de Harris como actor.

Para mim, um dos aspectos que apreciei no livro e voltei a senti-lo no filme, foi a forma como não se conseguem descernir os vilões dos bons da fita. Os protagonistas têm um carácter ambíguo e é difícil nutrir alguma empatia com os mesmos.

Em suma, Em Parte Incerta acaba por ser uma excelente adaptação cinematográfica, ainda que morosa. A película tem 149 minutos de momentos tensos e entusiasmantes, não descurando os pequenos detalhes do livro. No entanto, não deixo de salientar o tom soturno já característico nas obras de Flynn se dilui um pouco na adaptação. 

A Bertrand reedita o livro já na próxima sexta feira, com a capa alusiva ao filme, deixando-me na dúvida sobre a minha preferência. Em Parte Incerta promete duas horas e meia de cinema de qualidade, baseando numa obra que para mim, é deveras estonteante.



 

Podem ler a minha opinião sobre o livro aqui

Derek B. Miller - Um Estranho Lugar Para Morrer [Divulgação Editorial ASA]


Data de publicação: 21 Outubro 2014

               Titulo Original: Norwegian By Night
               Preço com IVA: 16,00€
               Páginas: 304
               ISBN: 9789892328591

Sinopse: Sheldon, um judeu americano, parece ter chegado ao fim da linha. É viúvo, tem 80 anos, e revela sinais de demência. A filha, preocupada, decide levá-lo para Oslo, onde vive com o marido. Um dia, quando o deixa sozinho no apartamento, Sheldon ouve ruídos na escada. Percebe que é uma vizinha a ser perseguida, a tentar proteger desesperadamente um filho pequeno. A mulher acaba por ser morta selvaticamente. Mas o octogenário consegue, in extremis, esconder a criança dos perseguidores. É o ponto de partida de um romance onde tudo nos surpreende. Aos poucos, juntamos as peças do puzzle. Sheldon é afinal um ex-veterano da Guerra da Coreia, que há décadas vive num secreto inferno, a tentar expiar um crime involuntário. Num último esforço para se redimir, assume como missão salvar o filho da vizinha. Numa terra desconhecida para ambos, começa uma fuga épica, que os levará aos confins da Noruega - e uma perseguição implacável, movida por um gangue kosovar.
Um estranho lugar para morrer, considerado o melhor romance do ano por uma série de publicações, desafia qualquer definição. O ritmo e a tensão absolutamente sufocantes remetem para o thriller moderno, do mais fino recorte escandinavo. Mas o autor, um ativista do desarmamento e dos direitos humanos, usa a dramática epopeia de Sheldon para pôr a nu a violência latente na cultura ocidental.

Peter Lovesey - Um Caso de Espíritos [Divulgação Editorial ASA]


Data de publicação: 21 Outubro 2014

               Titulo Original: A Case of Spirits
               Colecção: Crime à Hora do Chá
               Preço com IVA: 13,90€
               Páginas: 240
               ISBN:  9789892328645   

Sinopse: Na era vitoriana, as sessões espíritas são a grande sensação entre os britânicos. De respeitáveis senhoras da alta sociedade a académicos céticos ou improváveis homens de negócios, ninguém parece resistir a conversar com o Outro Lado. Também a Scotland Yard acaba por participar desta nova moda, ainda que de forma indireta. Quando, após uma sessão em casa da abastada família Probert, desaparece uma obra de arte, o sargento Cribb e o guarda Thackeray são chamados a investigar. Tudo parece simples… até acontecer uma morte. Para complicar a investigação, todos os presentes têm motivos para odiar a vítima. Os dois detetives debatem-se com o excêntrico grupo de suspeitos e uma médium assustadoramente convincente. E à medida que se vão movimentando neste mundo perturbador e obscuro, a verdade parece iludi-los a cada passo.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Louise Doughty - Uma Escolha Imperfeita [Divulgação Editorial Porto Editora]


Data de publicação: 3 Outubro 2014

               Titulo Original: Apple Tree Yard
               Tradução: Cláudia Ramos
               Preço com IVA: 16,60€
               Páginas: 376
               ISBN: 9789720047021  

Uma decisão impensada pode mudar o curso de uma vida para sempre. Uma decisão impensada pode mudar o curso de uma vida para sempre. 
É essa a mensagem de Uma escolha imperfeita, romance de Louise Doughty, que a Porto Editora publica a 3 de outubro. 
Esta é uma história sobre as relações, a verdade e a moralidade de uma sociedade que nos aprisiona, escrita num tom intimista, pleno de emoção, erotismo e com um grau de suspense de tirar o fôlego. 
Louise Doughty foi nomeada para prémios importantes, como o Costa Novel Award e o Orange Prize for Fiction. É uma autora respeitada e em ascensão. Confirma-o, por exemplo, Hilary Mantel: «Louise Doughty, cada vez mais segura na sua escrita, leva o inquieto leitor a um território sombrio. Um livro irresistível e cheio de coragem». Também o The Guardian afirmou que a autora possui um «talento especial para histórias inquietantes».

Sinopse: Yvonne Carmichael trabalhou arduamente para conquistar a vida que sempre quis: uma invejável carreira na área da genética, uma casa fantástica, uma boa relação com o marido e dois filhos crescidos de quem se orgulha. 
Um dia, ela cruza-se com um desconhecido e, num impulso, começa uma tórrida aventura amorosa – uma decisão que acabaria por colocar em causa tudo o que ela sempre valorizou. Yvonne acredita que conseguirá manter a relação extramatrimonial sem que tal venha a interferir na sua vida, tal como ela é. Só que, na verdade, ninguém consegue controlar o que acontecerá a seguir. 
De conceituada e respeitada cientista a adúltera acusada dos mais variados crimes, Yvonne vê todos os seus planos desmoronarem-se numa espiral de desilusões e violência.

Sobre a autora: Louise Doughty é autora de sete romances. Uma escolha imperfeita (cujos direitos estão vendidos para 21 países) é o primeiro título a ser publicado depois de Whatever You Love, que foi finalista do Costa Novel Award e do Orange Prize for Fiction. Vencedora de vários prémios na área da escrita para rádio e contos. Doughty publicou também um trabalho de não-ficção, A Novel in a Year, baseado numa coluna de opinião escreve para um jornal. É ainda autora de vários artigos de fundo para jornais e revistas como The Guardian, The Independent, The Daily Telegraph, The Mail on Sunday e a sua carreira na rádio inclui trabalhos em emissoras como a BBC. Vive em Londres. 

Imprensa
«Não há uma única mulher que não tenha percebido alguma vez, num momento de pânico, que está no lugar errado, na hora errada, com o homem errado. Louise Doughty, cada vez mais segura na sua escrita, leva o inquieto leitor a um território sombrio. Um livro irresistível e cheio de coragem» 
Hilary Mantel  

«A cena de abertura deixa prever que as coisas não vão correr bem para Yvonne. E será fascinante ver como uma mulher brilhante destrói a sua vida com apenas algumas decisões impulsivas. Pela mão de Doughty, as atitudes de Yvonne são simultaneamente chocantes e inacreditavelmente compreensíveis.»
Entertainment Weekly

«Doughty tem um talento especial para histórias inquietantes que nos fazem questionarmo-nos sobre nós próprios, as nossas relações e escolhas (...). Uma leitura absolutamente emocionante.»
The Guardian