segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adam Blake - O Enigma do Mar Morto [Opinião]

Com este livro me estreio nas obras do autor Adam Blake. Com notórias semelhanças a Código da Vinci, este é um thriller baseado na busca por um manuscrito, com revelações incrédulas sobre Jesus Cristo. Um livro que suscitou o meu interesse desde o dia em que li a sua sinopse.

O ex mercenário Leo Tillman e a polícia Heather Kennedy investigam uma série de mortes desconcertantes, aparentemente sem qualquer ligação. Mas as pistas convergem para o Mar Morto e a existência de um manuscrito que contém o segredo de como Jesus Cristo realmente morreu. Tudo indica que as mortes e o manuscrito estão de certa forma, interligados. Não se sabe é como...

Como já referi anteriormente, esta narrativa é bastante semelhante à do Código Da Vinci, incluindo as já temáticas deja vu de sociedades secretas, mistérios antigos e crimes actuais. Quando já se leu esta obra, rapidamente estabelece semelhanças com o que terá sido o pioneiro neste tipo de thriller, Dan Brown.
Ainda assim, o autor tentar distanciar-se de eventuais comparações e, na minha modesta opinião, isso é facilmente detectado na escrita. Adam Blake é bastante espirituoso, incluindo comentários de cariz humorístico em vários diálogos das personagens.

O que mais me fascinou neste livro, foi como o autor formulou as mortes, que inicialmente seriam independentes, mas que acabam por convergir. Casos isolados em locais tão aparentemente aleatórios e sem ligação como o México, a Grã Bertranha e os Estados Unidos acabam por ver conhecido um padrão. Mais do que isso, há toda uma sucessão de acontecimentos quase sobrenaturais que deixarão o leitor literalmente embasbacado.

A história é de facto muito inteligente, e como considero, estes thrillers são quase como quebra cabeças. As revelações surgem em catadupa, e as possíveis explicações, à priori, deixarão o leitor ávido para chegar ao desfecho do livro.
Este é um livro grande, com quase 600 páginas, justificando os pormenores intrínsecos à acção bem como à caracterização das personagens.

A profundidade da pesquisa por parte do autor é deveras impressionante, mostrando perícia na ciência da paleografia. Provavelmente este terá passado algum tempo debruçado sobre manuscritos antigos, pelo que neste ponto desconheço se o próprio não será ele um paleógrafo.

Mais do que uma história frenética, o livro destaca-se sobretudo pelas personagens: Tillman tem uma missão própria: descobrir o destino da sua esposa e dois filhos, desaparecidos há 13 anos. Já Kennedy é uma agente impopular, atormentada pelos seus colegas devido ao seu passado. De certa forma, Kennedy e Tillman constituem uma parceria relutante, afinal de contas são personagens contrastantes e destacadas por conflitos de personalidade, mas é óbvio que eles se complementam muito bem.

Este é definitivamente, um livro altamente recomendado para os fãs de thrillers à moda de Dan Brown. 


domingo, 30 de dezembro de 2012

Simon Tolkien - O Rei dos Diamantes [Opinião]


Simon Tolkien é neto do tão conhecido J.R.R. Tolkien, e os laços mostram que o talento para a escrita se mantém mesmo após duas gerações. Foi a minha estreia na família Tolkien (para ser sincera, o Tolkien avô não apela tanto à minha curiosidade por escrever dentro da categoria do Fantástico).

A história começa em 1958 em Londres, onde David Swain está a ser julgado pelo assassinato de Ethan Mendel, o amante de sua namorada, Katya Osman. O detective William Trave testemunha e Swain é condenado e sentenciado à prisão perpétua. Na noite em que David escapa da prisão, Katya é assassinada, sugerindo uma ligação directa entre os dois acontecimentos. Terá sido mera coincidência ou David terá evadido da prisão para se vingar?

O livro tem como cenário os anos 60, década em que termina o pós-guerra em Inglaterra, uma vez que até então ainda eram geralmente visíveis as marcas dos bombardeamentos alemães. Ora tal contexto histórico-temporal sugere sem dúvida, um ambiente noir e gótico, muito característico de uma Inglaterra remota.
Portanto, este é um livro que inevitavelmente aborda a temática do Holocausto. Não que o assunto seja exaustivamente explorado, não achei que fosse. Mas acaba por resultar, conjugado com a temática do tráfico de diamantes na Antuérpia. Estes são temas que indiscutivelmente dão azo para a formulação de um carácter maléfico de pelo menos uma personagem.

Gostei muito da história que, acima de tudo, foge ao convencional do thriller. Entrelaça a vertente policial (ainda numa linha clean) com o histórico, envolvendo-o numa base de relações pessoais. Este livro, em particular, fez-me lembrar da autora conterrânea de Simon Tolkien, P.D. James. Se o meu caro leitor é fã da autora, certamente irá apreciar O Rei dos Diamantes de Simon Tolkien.
O único ponto negativo prende-se com o facto de, por vezes, ter achado a narrativa algo morosa, trazendo pormenores que pouco contribuíram para a trama.

Dado as circunstâncias temporais da trama, esta é uma história que joga muito com a resolução do crime por lógica e raciocínio. Nos anos 60, ainda era primitiva a investigação do crime por meios forenses. Daí que o inspector Bill Trave, o primeiro responsável pelo caso, seja um homem inteligente e altamente intuitivo.
Mas para não se cingir apenas ao género policial, Simon Tolkien arremessa uma carga sentimental à trama. Além de explorar um suposto triângulo amoroso entre David, Ethan e Katya, há um claro enfoque para um outro caso: Bill Trave é o ex-marido de Vanessa Trave, mulher que agora mantém uma relação com o duvidoso Titus Osman, tio de Katya. Por isso, Bill tem a difícil tarefa acrescida de tentar que a sua intuição sobre Titus não afecte a ex-mulher.

Um livro que, pelas razoes que acima menciono, acaba por ser uma diferente e interessante leitura. Gostei e espero ler mais do autor. Felicito a editora pela publicação deste romance e incentivo a continuação da publicação de mais casos do inspector William Trave.


Top10 de 2012


2012 caminha para o final e esta é a altura em que costumo fazer um balanço. Estou neste momento a ler o meu 95º livro e apesar de estar a gostar mesmo muito, não tenho a certeza se o mesmo será daqueles livros inesquecíveis.
Este ano foi bom (se tiver em conta que me desafiei a ler 80 livros) pelo que a minha audácia vai aumentar em 2013 e tentarei ler mais uns quantos. Irei também aderir ao tal desafio do qual vos falei neste post, embora quero reformular melhor esta ideia.
Mas 2012 foi um ano de descoberta. Como sabem, desde há uns anos para cá que me restrinjo muito ao mesmo estilo, não fugindo do policial ou do thriller. Este ano enveredei por algumas leituras diferentes. Sim, estou a falar nos livros marotos, óptimos para desanuviar a cabeça.

Normalmente nomeio as 10 melhores leituras, sem ordem de prioridade.
  • Jess Michaels - Tabu
  • Cheryl Holt - Entrega Total 
 E vocês? Que livros elegem como preferidos de 2012? O que tencionam ler em 2013?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Topseller: "Alex Cross", de James Patterson, nos cinemas a 3 de janeiro

Alex Cross, protagonista da série policial mais vendida em todo o mundo, está de regresso ao grande ecrã, desta vez em “Eu, Alex Cross”. Depois da publicação do livro no passado mês de novembro, dia 3 de janeiro chega então às salas de cinema nacionais o terceiro filme inspirado na coleção bestseller mundial Alex Cross, do autor mais bem sucedido em todo o mundo, James Patterson. Tyler Perry, como Dr. Alex Cross, e Matthew Fox, o vilão, são os protagonistas do filme.

O lançamento do livro Alex Cross rapidamente despertou a memória de quem vibrou com os filmes «Na Teia da Aranha» e «Beijos que Matam», então com Morgan Freeman no papel de Dr. Alex Cross.

Conheça melhor James Patterson e os espantosos números que fazem deste escritor o mais bem sucedido do momento em todo o mundo, e ainda mais alguns pormenores do livro Alex Crossaqui

Os primeiros capítulos do livro estão disponíveis online para ler ou descarregar, aqui.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Jess Michaels - Tabu [Opinião]

A minha incursão pelos ditos romances sensuais continua e desta feita, escolhi Tabu de Jess Michaels, livro que me acompanhou durante dois dias na quadra natalícia que agora finda. 
A Quinta Essência já habituou as leitoras à beleza das capas mas esta para mim, que adoro corpetes, é simplesmente lindíssima com um conteúdo que me deliciou.

À semelhança da literatura sensual de Cheryl Holt ou Kate Pearce, este é um romance de época, ainda que a autora não defina o século onde se passa. Há todo um pano de fundo de conspiração, aparências e amores proibidos frutos de diferentes classes sociais, temáticas que começam a agradar-me nas tramas com contextos históricos.
E dentro disto, há uma história de amor diferente. Diferente porque os protagonistas Cassandra Willows e Nathan Manning já estiveram apaixonados e por circunstâncias apenas desvendadas na recta final do livro, se separaram. A paixão que uniu as personagens quatro anos antes não desapareceu e o encontro de Cassandra e Nathan é simplesmente fulminante.

Gostei imenso deste livro: achei a história simples mas emocionante e acima de tudo, simpatizei com os protagonistas. Em particular, Cassandra, uma costureira com apetências para fabrico artesanal de brinquedos eróticos. E numa sociedade de época, possivelmente haveria muitas represálias e censura quanto à concepção de objectos cuja finalidade seja aumentar o prazer do casal. E decerto que uma senhora nestes moldes, não teria a mais correcta reputação. Porque afinal de contas, a sociedade desta época regia-se muito pelas aparências.
Talvez por isso, a autora dotou esta personagem de uma sensualidade, para mim, acima do expectável. É notório o à vontade de Cassandra face a estes brinquedos originando cenas de sexo, altamente explícitas e bastante atrevidas. Mas acima de Cass, vem a provar ser uma mulher lutadora, que passou por muito, tentando ainda assim, que eventuais traumas a condicionem actualmente.

Abundam as passagens sexuais a dois, com experimentação destes acessórios mas num contexto altamente voluptuoso, sensual e muito excitante.
Embora explícita, a linguagem não adere ao calão nem ao ordinário, tornando estas mesmas passagens provocantes, e num todo, um livro ávido que se lê rapidamente.

A história do livro cinge-se muito à relação dos protagonistas. Não esperem tramas secundárias pois essas simplesmente não existem. Aquela que será uma relação inicial quase de domínio, em resposta à vingança requerida por Nathan uma vez que se julga atraiçoado por Cassandra em não ter comparecido ao seu encontro quatro anos antes, será doravante uma relação pautada pela paixão e luxúria.

Em relação a Nathan, o protagonista masculino, há que registar uma evolução: no início do livro achei-o extremamente arrogante e vingativo mas a pouco e pouco vai deixando transparecer sentimentos por Cassandra, aumentando a minha empatia pelo personagem. Este, embora com título monárquico e bonito acaba por sair dos estereótipos masculinos deste tipo de romance: tudo indica que é um homem fiel e sem ligações a personagens femininas secundárias, ou seja, sem triângulos amorosos e tudo o que poderia influenciar a relação entre ambos acaba por ser o seu pai.

Quem é fã dos ditos romances sensuais não deve perder este Tabu, que juntamente com Entrega Total, foram os meus preferidos até hoje. Fiquei seduzida com o ambiente de época e torci para que os protagonistas voltassem a ficar juntos. Regozijei-me com a magia de uma paixão adormecida e com as cenas altamente provocantes decorrentes deste poderoso sentimento. Em suma, adorei este livro erótico e espero ler A Força do Desejo desta mesma autora em breve.

Vasco Ricardo - O Diplomata [Opinião]


Depois de ter lido A Trama da Estrela, foi com bastantes expectativas que aguardei este Diplomata do escritor Vasco Ricardo. Desde já agradeço a sua disponibilidade em ofertar este exemplar que li praticamente num dia.

Num registo completamente diferente do seu romance de estreia, o Diplomata é um poderoso thriller que se debruça sobre a temática de conspiração. Já assumi publicamente que este não é o meu tema preferido, mas a forma como Vasco Ricardo o expõe é deveras empolgante, daí a ávida leitura.

A estrutura do livro é extremamente envolvente e regista-se sob a forma de duas narrativas, que inicialmente aparentam ser independentes. Por um lado a vida de Gabriel, um diplomata oriundo dos Estados Unidos, extremamente profissional e dedicado a questões políticas mas ao mesmo tempo um pai e marido extremoso. Ele tem uma faceta desconhecida, a de matar homens. Mas a escolha dos assassínios não é aleatória e os motivos desta, desvendados à medida que a história se desenvolve, tornam a narrativa particularmente interessante.
Por outro lado, a negrito e narrado na primeira pessoa, retratos de uma infância cruel, numa aldeia regida pela ditadura e onde escasseiam alimentos, água e conforto, condicionando toda uma vida em sociedade que, felizmente, é uma realidade desconhecida para nós.

Existe claramente uma notória evolução entre a Trama da Estrela e este Diplomata. Ou talvez seja o meu gosto pessoal, que se inclina para este tipo de livros. Em particular, este agradou-me muito não só pela história e a temática que aborda como os flashbacks a negrito, que achei extremamente emocionantes e realistas.
Uma coisa é certa: o autor é extremamente versátil. A Trama da Estrela é narrada com uma escrita mais juvenil, uma imposição das personagens que, passo a relembrar, eram adolescentes. O Diplomata é munido de uma escrita mais madura, até porque o protagonista é um personagem bem mais complexo do que os jovens Dana, Rohan e Mark.
Não obstante, a Trama da Estrela que diria estar destinada a qualquer público, pelas razões anteriormente apresentadas, O Diplomata sugere um público alvo: os apreciadores de thriller e policial.

Porque está provado que a ficção nacional está ao nível em termos de qualidade dos policiais estrangeiros, esta é a minha sugestão: O Diplomata. Emocione-se com uma dura infância no meio da censura e com o fortíssimo poder da vingança, um dos sentimentos mais intensos que o ser humano experiencia. Felicito o autor Vasco Ricardo pelo seu dom da escrita que se traduziu num momento de leitura extremamente plazeroso.
Aguardo com muitas expectativas pela terceira obra do autor. Gostei muito!

Natal literário

Ho ho ho
Embora tenha alguns livrinhos na biblioteca pessoal, estes são inevitavelmente os melhores presentes que me podem oferecer. A família não oferece mas o marido costuma surpreender-me com presentes literários. E neste Natal os livros não faltaram pelo que a minha biblioteca conta doravante com mais três títulos.
Do Fundo do Coração de MHC já o tinha lido emprestado mas era o único título da Bertrand da autora que me faltava na biblioteca pessoal. Agora já não...
Karen Rose é uma autora de suspense romântico (julgo ser semelhante a Sandra Brown) e já há muito que me suscitava curiosidade. Já o último, A Máscara do Desejo, foi mesmo surpresa. Ando fascinada com os novos romances sensuais e este é mais um para a biblioteca marota.
 
E como gosto de ofertar a mim própria nesta quadra, este ano optei por um acessório de leitura. Uma capa protectora que comprei na biblioteca da escola onde trabalho. Vai ajudar-me a manter os livros impecáveis, uma vez que ando com um sempre na mala e já calhou vincar um pouco a capa, em contacto com outros objectos.


E como o avô deu algum dinheirinho, ainda tenciono comprar um livro que tenho namorado: o último da trilogia de vampiros que gosto, da autoria de Guillermo del Toro e Chuck Hogan.

E vocês? Receberam livros no sapatinho? :)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Boas Festas!

Chega finalmente a época mais mágica do ano (sou e sempre serei uma fã do Natal).
Por isso não poderia deixar de desejar aos que acompanham este singelo blogue, um excelente Natal para vós! Renovo estes votos para as vossas famílias e amigos!
Vou ser positiva e nem pensar nos constrangimentos que actualmente existem no nosso país, por isso desejo de todo o coração que este ano 2013 seja o da concretização de todos os nossos sonhos e projectos!
Aproveito para agradecer o apoio que me têm dado neste simples projecto que se iniciou em 2010, apenas por gozo pessoal, mas que me tem aberto as portas a tanto, nomeadamente à amizade e o carinho que se foi gerando por aqui por cada um de vós! O meu muito obrigado!

FELIZ NATAL!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Mary Higgins Clark - Noite de Paz [Opinião]


O Natal aproxima-se a passos largos e escolhi este livro, fininho, para me acompanhar durante duas noites. Escrito pela rainha do suspense, Mary Higgins Clark, é o livro ideal para a época natalícia, uma vez que, como sugere o nome, se passa precisamente numa noite de véspera de Natal.

Catherine Dornan desloca-se a Nova Iorque com os filhos. O marido, diagnosticado com leucemia, vai ser submetido a uma operação cirúrgica na véspera de Natal. A mãe leva os meninos a ver a árvore de Natal de Rockfeller, quando Brian, o filho mais novo, se apercebe que alguém leva a carteira da mãe e vai atrás dessa pessoa.

Por ser um livro com cento e poucas páginas, é um assombroso conto de Natal que se debruça sobre o desaparecimento de uma criança. A acção desenvolve-se num curto espaço de tempo, recaindo sobre a véspera e o dia de Natal, uma época que ainda hoje considero mágica!

Fiquei impressionada com a coragem do pequeno Brian, que embora tão novo, não se deixa abater sobre o que lhe acontece. Há um vilão, cuja identidade se conhece desde o início, o que atenua o efeito surpresa a que MHC nos tem vindo a habituar nas suas tramas. Embora este personagem seja talvez aquele com maior e mais complexa caracterização pois é um sujeito perigoso e desconhecemos as suas intenções até ao final do livro. Por ser um livro pequeno, semelhante quase a uma short story, denotei que as restantes personagens poderiam estar um pouco mais desenvolvidas.

E visto que estamos no Natal, época de solidariedade e paz, era previsível que este seria um conto com um desfecho feliz. Ainda assim, tendo em conta um enredo relativamente previsível, desprovido de grandes surpresas mas com muita acção e suspense, pessoalmente gostei muito deste conto. 
Fiquei verdadeiramente angustiada não só com o pequeno Brian como também pela aflição da mãe e a própria doença do pai. Torci pela coragem de Cally, a irmã do assassino, que vive na dicotomia de ser cúmplice do assassino ou entregá-lo às entidades policiais, tudo isto num cenário mágico embebido no espírito de Natal nova-iorquino.

Mais do que um conto de suspense, este é uma valiosa lição de moral sobre o poder da fé. Não conhecia S. Cristóvão mas se há algo transversal a todos é mesmo a crença, especialmente nas alturas mais difíceis. 
Noite de Paz é uma história, embora angustiante, perfeita para ser lida num par de horas de ócio junto da árvore de Natal. Gostei mas sinceramente desejava que o livro fosse mais além do conto emocionante que é. 
Enfim, vou-me "vingar" e ler mais livros da autora!


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Passatempo Olivia Darko - O Filho de Ninguém

Desta vez, e em parceria com da própria autora, Débora Afonso, a menina dos policiais tem para sortear, dez exemplares (sim, leram bem, são 10!) do seu livro de estreia, O Filho de Ninguém, escrito sob o pseudónimo Olivia Darko. Para participar no passatempo, tem apenas de responder acertadamente a todas as questões seguintes.

Regras do Passatempo:
- O passatempo começa hoje dia 19 de Dezembro de 2012 e termina às 23h59 do dia 31 de Dezembro de 2012.
- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.
- O vencedor será contactado via e-mail.
- Apenas poderão participar residentes em Portugal e só será permitida uma participação por residência.
- Se precisarem de ajuda, podem consultar AQUI.
Só me resta desejar boa sorte aos participantes!!! :)



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Passatempo de Natal: Menina dos Policiais [Resultado]


Olá, olá!
Vem um pouco tarde (constrangimentos no emprego que se traduzem em menos tempo por cá), o resultado do passatempo de Natal em que sorteio um livro, um relógio e um marcador de livros.
Tive 141 participações, das quais 123 válidas. Obrigado a todos pela participação!

As respostas correctas eram:
Em que ano começou a actividade do blogue Menina dos Policiais? Em 2010
Qual foi o primeiro passatempo feito pelo blogue? Pele de Mo Hayder

E gerando no random.org, o vencedor é:

100 - Nuno Miguel Soares dos Santos
nome de seguidor do blogue: Nuno Santos

Parabéns ao Nuno! Vou enviar um email ao vencedor para pedir a morada e proceder ao envio do prémio por CTT.

Aos restantes não desanimem. Em 2013 haverá mais passatempos, e se o entenderem posso juntar mais peças de artesanato aos livros.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sylvia Day - Rendida [Opinião]

Rendida é o primeiro volume da série erótica Crossfire de Sylvia Day, da chancela da Porto Editora, 5 Sentidos, exclusivamente dedicada ao tão actual romance sensual.

Após tanto ter ouvido falar neste livro, e depois de o ter lido, ávidamente num dia, a minha impressão final é a seguinte: achei que são várias as semelhanças com a famigerada trilogia Cinquenta Sombras de Grey, mais concretamente com o primeiro volume.
Ora vejamos: Anastasia e Christian conhecem-se no emprego, Eva Tramell e Gideon Cross também; Christian tem um tenebroso passado bem como Gideon. E mais... não é no primeiro livro que a autora (tanto James como Day) desvendam estes traumas que assolam a infância do(s) protagonista(s) masculino(s).
Christian é multimilionário, possuindo empresas das mais diversas naturezas. Que coincidência... é que Gideon também! Chistian não era dado a sentimentos e os casos que foi tendo, não foram mulheres com quem ele tivesse vontade de passar a noite. Ahhh que curioso, acontece o mesmo com Gideon!
A cereja em cima do bolo? Mr. Grey é dominador... e imaginem lá como é o Mr. Cross? Ora que surpresa, é dominador também (ainda que mais discreto). E sim, o termo é dominador e não dominante como é figurado no livro...
E a idade de ambos? 28 anos (personagens masculinas, dominadores, lindos de morrer, multimilionários) que nasceram no mesmo ano. Deveras impressionantes estas coincidências..

No meio de tantas (assombrosas) semelhanças, a autora não ia plagiar E.L. James, até porque nos agradecimentos, refere-se a esta como uma fonte de inspiração. Embora peque pelos contornos irremediavelmente parecidos, Rendida acaba por se destacar por ser uma história mais coesa, o que se estende para os personagens.
Sylvia Day opta por munir a personagem feminina Eva, de uma forte personalidade. Ela tem um melhor amigo, bissexual, Cary Taylor (aqui aponto para a redundância do nome, visto que Taylor era o segurança do 50 Sombras), amigo este comparável à Kate, com o papel de aconselhar a melhor amiga. Por ser um homem bissexual, também este (embora sem grande protagonismo na trama) consegue dar um toque diferente e de certa forma acaba por complementar a já complexidade auferida aos protagonistas.

Não quero de todo, fundamentar a minha opinião de Rendida com as comparações que fui colhendo ao longo da leitura do livro. Mas quer queiramos, quer não, até os nomes das personagens são familiares. Tramell é o apelido de Catherine, em Instinto Fatal, uma mulher enigmática e à vontade com a sua própria sexualidade que acaba por, de novo, ser uma quase faceta da protagonista Eva. Esta não tem qualquer pudor com o NAP (namorado a pilhas), embora pareça contraditório se se tivermos em conta o seu passado também ele tenebroso. Sim, aqui a personagem feminina também tem uns segredos do passado, e que são desvendados ainda antes de sabermos os de Gideon.
Este é dominador, embora muito dissimulado, mas é daquele tipo de homem que gosta de ter tudo sobre controlo, inclusivé as relações. É mais directo e chocou-me particularmente a forma como se dirige a Eva num dos primeiros contactos que as personagens têm.

Houve um aspecto que me irritou, não sei se pela minha filosofia de vida, mas a verdade é que não conheço ninguém que opte por terapia de casais após dias de namoro (mas será mesmo namoro ou uma relação de exclusividade sexual?)
De qualquer das formas, não quero de maneira nenhuma pôr o Grey num pedestral pois no meio de tantas comparações ou ameaças iminentes ao plágio, reconheço aqui uns aspectos bastante positivos para Rendida. Esta história encontra-se muito melhor escrita, não tendo que a autora recorrer à repetição (nem à irritante deusa interior). A história, construída sobre alicerces mais sólidos bem como as personagens que no presente caso, são dotadas de uma maior complexidade, uma vez que há evidentes traumas infantis quer em Eva Tramell quer em Gideon Cross, que condicionam os "estilhaços" nas suas próprias personalidades.

Gostei do magnifico cenário de Manhathan e o glamour que a cidade transmite. Um cenário extremamente propício para a luxúria que imediatamente se apropria entre o casal.
Como já era expectável, as cenas sexuais abundam e são verdadeiramente explícitas sem cair no ordinário. A autora descreve os actos com uma sensualidade muito própria, aliando a um uso da linguagem cuidada, exceptuando o recorrente verbo em calão sinónimo de coito.

Em suma, talvez tivesse apreciado mais Rendida se não tivesse lido anteriormente a trilogia de Grey. No entanto, foi um livro que gostei, como confesso gostar destes recentes romances sensuais. Apenas gostaria que a história fosse um pouco mais original e saísse dos moldes já explanados pela E.L. James. No entanto, e volto a salientar, esta é uma trilogia que tem muito potencial devido à melhor caracterização das personagens bem como os alicerces que sustentam a história, e que para mim, são bastante sólidos.
Estou expectante com a publicação dos próximos volumes pois quero muito acompanhar o resto da história entre Eva e Gideon.



sábado, 15 de dezembro de 2012

Olivia Darko - O Filho de Ninguém [Opinião]

Olivia Darko é o peusónimo de Débora Afonso, uma autora que conheci no Facebook e com quem desde cedo simpatizei devido aos gostos em comum no que concerne à literatura. A autora foi extremamente atenciosa e enviou-me um exemplar do seu romance de estreia, O Filho de Ninguém.
Com menos de 100 páginas, O Filho de Ninguém foi o livro que peguei enquanto esperava ontem pelo marido para jantar. Rapidamente li metade do livro, e concluí-o após a refeição.

O Filho de Ninguém narra a história de Justino, um homem de 26 anos que sempre viveu isolado com a sua mãe, numa terreola. Maria, mãe aos 16 anos, não sabe como ficou grávida, afirmando que o filho seria um presente de Deus. Esta concepção, dentro de uma personalidade quase fanaticamente religiosa, fez com que os anos de Justino fossem exclusivamente dedicados à mãe, excluindo qualquer contacto com a sociedade.

Este livro proporciona um excelente momento de leitura. Por ser pequeno, a autora cinge-se aos aspectos fundamentais da história, Descrições, ela fá-lo sobretudo com locais maravilhosos. Existe uma abundância de diálogos, juntamente com a toponímia portuguesa e a fluidez na escrita da autora, facilita a leitura ávida deste conto.
O livro lê-se em talvez uma hora, e é feito sobretudo com muita curiosidade. Afinal de contas, a acção concentra-se muito num dia, que Justino e Sofia passam juntos. Embora sucinto, é um dia cheio de emoções e revelações por parte da personagem masculina. Este relata flashbacks que incluem uma personagem desconhecida, de seu nome Marta, e que, à priori, desconhecemos sobre a sua veracidade. Demasiado cruéis para uma personagem quase virginal e que vemos o seu desabrochar com Sofia.

Nesta trama há apenas quatro personagens, provando que uma trama intrincada pode ser conseguida a partir de um número reduzido de intervenientes. Esta classifica-se como um poderoso thriller psicológico onde as revelações surgem em catadupa à medida que caminhamos para o final. Ainda em relação às personagens, estas são desprovidas de grande personalidade, e apenas no desfecho é que o leitor consegue fazer juízos de valor correctos sobre as mesmas, contribuindo para um maior efeito surpresa.
É sem dúvida, um livro que se desenvolve a partir dos mecanismos mais complexos da mente humana, da dependência afectiva e a necessidade da interacção em sociedade. Débora Afonso explora com mestria, esta conjunção de temáticas com os instintos primitivos que moram em cada um de nós.

Quanto ao desfecho achei-o surpreendente mas não totalmente original. Fez-me lembrar um filme, um dos melhores de terror que existem, o qual não menciono o título afim de evitar qualquer spoiler.
Para um livro de estreia a autora esteve muitíssimo bem. Este foi um livro que me cativou, tendo lido no meu serão de sexta feira. Deliciei-me com as 97 páginas, mas fechei o livro, querendo mais e mais...
Um nome promissor no thriller psicológico: Olivia Darko, é o exemplo de como a ficção portuguesa consegue estar à altura dos autores consagrados na arte do mistério. Espero que a autora publique mais livros, pois eu fiquei irremediavelmente fã!


Desafios literários

Em 2011 e 2012 que se aproxima do fim, participei em desafios literários. Estes foram no Goodreads e tiveram em conta o número de livros que me propunha a ler num dado ano. Mas estes foram aleatórios, não tendo qualquer tipo de "imposição" (a palavra é muito forte mas não me ocorre de momento um sinónimo mais apelativo).

Fui vendo no mundo da blogosfera, inúmeros desafios que me suscitaram curiosidade, quer pelas temáticas ou pelos autores abordados.
Daí que me baseei um pouco no que fui vendo e olhei para a minha própria biblioteca para elaborar uma espécie de desafio, que equaciono levar a cabo em 2013.

Ainda sem qualquer ordem, pensei no seguinte:
Mês 1: Clássico policial
Mês 2: Livro de autor português
Mês 3: Título com um nome próprio de uma personagem
Mês 4: Livro com adaptação em cinema
Mês 5: Livro com adaptação em série televisiva
Mês 6: Título que inclua um algarismo
Mês 7: Livro escrito por um pseudónimo de um autor
Mês 8: Título que inclua o nome de uma cidade
Mês 9: Título com apenas uma palavra
Mês 10: Livro com menos de 200 páginas
Mês 11: Livro com capa preta
Mês 12: Livro escrito por um autor que use abreviatura no nome

E vocês? Gostam de desafios literários? Pensam em aderir a algum agora em 2013? É a primeira vez que faço algo dentro do género...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

David Hewson - The Killing: Crónica de um Assassínio Vol 1 [Opinião]


Depois de ter visto a série The Killing - Crónicas de um Assassinato, foi com muita expectativa que aguardei por este livro. Felicito a editora Dom Quixote por mais uma aposta nos ditos policiais nórdicos. David Hewson vem de certa forma, juntar-se ao role de carismáticos autores como Jo Nesbo, Camilla Lackberg e Mons Kallentoft.
O primeiro aspecto curioso que o autor explica nas notas introdutórias, foi a forma como este livro nasceu, tendo sido baseado na série, o que por si só, é pouco usual. Portanto, a adaptação televisiva já existia e o livro surge posteriormente, o que, à primeira vista, não trará aspectos novos à trama.

Eu vi a série, no formato americano, e desde logo me apercebi que as semelhanças seriam irrefutáveis com a série original, em dinamarquês. O livro veio constatar esse ponto e a história desde o início foi estranhamente familiar. Não obstante, tal facto não tirou pitada do prazer que foi ler este livro até porque considero que o argumento de The Killing é um dos melhores que existem em matéria de séries de investigação criminal.

 Associar o livro à série televisiva é inevitável mas vou tentar cingir-me ao livro doravante. Este apresenta uma estrutura dinâmica, com muitos diálogos, o que contribui para uma rápida leitura se excluirmos a complexidade de retenção dos nomes das personagens e locais, aspecto intrínseco à toponímia dinamarquesa. O facto da abundância dos diálogos faz pensar se o livro não estaria fiel ao argumento da série.

A narrativa, portanto, assume duas linhas distintas: a forma como a morte de Nanna Birk Larsen abala uma família, uma comunidade escolar e indirectamente, uma vida alheia, a vida de Sarah Lund. Esta, a vicekriminalkommissaer da polícia dinamarquesa, hesita entre o abandono do caso ao ir para a Suécia e permanecer na investigação.
Há portanto, uma questão fulcral que se arrasta até ao final, um pouco à semelhança da série dos anos 90, Twin Peaks (Who killed Laura Palmer), e que inevitavelmente aqui será Who killed Nanna Birk Larsen?
O primeiro volume narra os primeiros onze dias da investigação, levada a cabo por Sarah Lund e por Jan Meyer, investigação esta pautada pelas falsas pistas que vão surgindo aliada ao desvendar de segredos, um pouco por todas as personagens, que directa ou indirectamente se relacionam com Nanna Birk Larsen.
Mas o The Killing é mais do que isso: é a forma como explicita certo abuso de poder, tráfico de influência e corrupção activa, nos cargos políticos. E estes, infelizmente, acabam por ser um pouco transversais a todos os países.

Numa história de conteúdo tão ricos, há pormenores que parecem ser descurados. Falo portanto das personagens, que achei pouco desenvolvidas. Proponho a minha explicação para o facto: no contexto deste livro ser baseado na série e o leitor poder optar por visualizar a mesma. Ou talvez esta seria a verdadeira intenção do argumentista para que os segredos das personagens constituíssem surpresa ao longo do enredo e desta forma surtir o efeito choque tão característico de The Killing.

Para quem visionou a série, como eu, o livro não constitui grandes surpresas uma vez que está fidedigno à adaptação televisiva. Ainda assim, The Killing é uma excelente trama policial, a qual recomendo. Estou desejosa que chegue Janeiro, mês em que estará disponível o segundo (e último) livro da saga. Um livro muito bom!


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Kate Pearce - Escravos do Amor [Opinião]

A minha incursão pelo romance dito sensual continua, e prossegue com este Escravos do Amor, o primeiro volume da saga Casa do Prazer, pela mão de Kate Pearce.

Num registo algo semelhante dos livros que li até hoje, este sobressai pelo conteúdo altamente sexual. Afinal de contas, esta é uma história com um cenário partilhado pela autora, Cheryl Holt, uma Inglaterra do século XIX. 
No entanto, na minha sincera opinião, neste livro não se consegue sentir na íntegra este cenário fantástico pois a narrativa é abafada pela história de Valentin e Sara e a paixão que emerge entre os dois. Ou seja, há uma grande incidência sobre os actos físicos, o que também não me desagradou de todo! Já esperava um romance erótico, e quanto mais forte, para mim, melhor!

Lorde Valentin Sokorvsky foi escravo sexual na Turquia. Ele e Peter são resgatados pelo pai de Sara Harrison e logo vão viver para Inglaterra, numa vida de luxos e satisfações sexuais dentro da Casa do Prazer de Madame Helene. Aí são satisfeitas todas as fantasias sexuais que se possam imaginar... Mas Valentin ainda sente a dor da escravidão de que foi sujeito. Ele terá que casar com uma das filhas de Harrison, e escolhe a menos óbvia, Sara. Uma jovem que vai aprender o quão presente pode estar a luxúria no casamento.

A autora apresenta, ainda que dentro do explícito dos inúmeros actos sexuais, uma linguagem cuidada, sobretudo quando alusiva à designação de órgãos sexuais e outras práticas que poderiam passar por obscenas.
Embora, assumidamente pouco experiente em matéria de romances sensuais, este é, até à data, aquele que considerei mais erótico. É preciso ser open minded para enveredar por esta leitura. Não só que as passagens sobre sexo sejam abundantes, mas há numa variedade sem limites, desde o vouyerismo,  promiscuidade de parceiros ou o recorrer aos brinquedos sexuais, neste livro há de tudo. Portanto Escravos do Amor poderá ferir as susceptibilidades dos mais convencionais.

Dentro das personagens, achei que estas poderiam estar um pouco mais desenvolvidas. Não que tenha desgostado das mesmas: as características da arrogância masculina (como tem vindo a ser um dejá vu nestes romances) estão patentes em Valentin, ainda que este tenha sido um escravo com funções restringidas à satisfação sexual de terceiros. O que me parece um pouco contraditório até. Como é que um ex-escravo tem um apetite sexual tão voraz? 
Aliado a claro, uma personagem feminina de forte personalidade, Sara. Apesar de se mostrar emancipada para as mulheres da época, no que concerne por exemplo ao dom que tem para a música, ela parece bastante ingénua, e algo submissa. Também estes um aspecto cliché do romance sensual. Mas não é que resulta mesmo?
Devido à forte atracção que se gera entre ambos, torna-se esta esposa de Lorde Sokorvsky ao invés de uma das suas irmãs. E por falar nestas... o que terá sido feito de Charlotte e Emily? A autora optou por restringir a história às personagens principais, podendo ter desenvolvido tramas secundárias para as irmãs Harrison.
Achei particularmente interessante a personagem de Peter, que apesar de estar encaixado numa sociedade de século XIX, não deixa de ser um estereótipo de quem está confuso sobre a sua sexualidade.
Deixado um pouco em aberto, nomeadamente a personagem Peter, foi com alguma ansiedade que fechei o livro, pretendendo começar a leitura da sequela em breve, Escravos da Paixão.

E sendo este um romance de época, não poderiam faltar as já típicas intrigas que acentuam os sentimentos que unem Valentin e Sara, que aparentemente sexuais, vão mais além da paixão.

Embora um livro de forte cariz sexual, Escravos do Amor apresenta-se como uma leitura ávida e acima de tudo, sem qualquer tabu, para os fãs do erótico. Extremamente gráfico, explanando práticas sexuais deveras ousadas, é um livro que recomendo às fãs do género, embora menos preconceituosas.
Eu, pessoalmente, gostei muito e fiquei extremamente ansiosa em ler Escravos da Paixão.


sábado, 8 de dezembro de 2012

Henning Mankell - Um Homem Inquieto [Opinião]

Sob a chancela da Editorial Presença, chega-nos o título mais recente da série Wallander do famigerado autor sueco Henning Mankell, intitulado Um Homem Inquieto. Um título que se adequa perfeitamente ao conteúdo narrado. Afinal de contas, esta trama relata o súbito desaparecimento de Håkan von Enke, um homem algo agitado quando revela alguns factos passados no dia do seu 75º aniversário. A conversa, em jeito de uma subtil confissão não formulada, fica pendente até que o homem subitamente desaparece.

Este é um livro que se fundamenta num aspecto que eu normalmente não costumo procurar nos livros (e daí nunca ter lido nada de John Le Carré, por exemplo): conspiração a nível político. Há um flashback que remota à quase duas décadas, incidindo no assassinato do primeiro ministro sueco Olof Palme, reflectindo o panorama político na Suécia nos anos 80. A temática é complexa quando se reúnem factos sobre Guerra Fria, associando espionagem e a tensão entre países nesta época.
É portanto uma história bastante interessante, nomeadamente para os apreciadores de História Contemporânea.

Para equilibrar uma temática de foro tão pesado como a referida acima, a narrativa baseia-se muito na vida de pessoal de Wallander. Como li apenas os dois primeiros livros, Assassino sem Rosto e Cães de Riga, tive a sensação que muito se passou entretanto e senti-me completamente alheia a uma série de aspectos da vivência do detective protagonista. Quando o "conheci" ele estaria na casa dos quarenta, separado de Mona, com sérias divergências com o pai senil e a filha adolescente. Aliás, Linda Wallander, a sua filha, tem um papel muito activo na presente trama, se tiver em conta a minha (reduzida) experiência nas obras do autor.

Com 60 anos e cada vez mais perto da morte, este é um Wallander que eu desconhecia completamente: um homem nostálgico e sistematicamente confrontado na trama com as várias experiências que enriqueceram a sua vida. Sim, refiro-me à vida pessoal com Mona e depois mais tarde em Riga com Bieba Liepa. Magistrais lições de vida advêm desta personagem, através de muitas reflexões em conjunto com Wallander.
Há muitos flashbacks decorrentes desta altura o que causam um despertar de sentimentos já muito adormecidos num revivalismo do passado. O que contradiz com os episódios pontuais de amnésia, inexplicáveis à partida, que Wallander tem ao longo da história.
É portanto uma trama com uma carga dramática muito intensa, oscilando entre o término: a morte, e os ensinamentos da vida no que concerne a relações pessoais que balança um lado de espionagem ao mais alto nível.

O desfecho foi para mim muito emocionante, mas ao mesmo tempo deixou-me tão nostálgica quanto o próprio Wallander nesta história. Desconheço se a intenção de Mankell é fechar definitivamente a saga da personagem, mas tudo leva-me a crer que doravante, as tramas policiais do autor terão principal enfoque na sua filha, Linda, que enveredou pela carreira de polícia à semelhança do seu pai. Mankell será sempre uma personagem chave no mundo da investigação policial nórdica, e como tal irei voltar em breve às suas obras.



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Olivia Darko - O Filho de Ninguém [Divulgação de Autor]


Sinopse: Justino viveu isolado do mundo os primeiros 26 anos da sua vida, tendo apenas a mãe por companhia.
Quando faz a transição para a vida em sociedade, os lapsos de memória que sempre o tinham acompanhado recomeçam, mais fortes e menos espaçados, e assaltam-no memórias de vivências que não tem a certeza de serem reais, mas que se tornam cada vez mais vívidas e perturbadoras.
A aproximação de uma mulher, Sofia, provoca um turbilhão de emoções contraditórias que o conduzem a um caminho sem retorno, e o único fim possível acaba por ser a descoberta da terrível verdade que estava enterrada no seu subconsciente.

Sobre a autora: Olivia Darko é o pseudónimo de Débora Afonso, nascida em 1977 na cidade do Funchal.
Filha de actores de teatro, desde muito cedo esteve em contacto com o mundo das artes, nas suas diversas formas. A paixão por livros vem desde sempre, e a partir da adolescência focou-se principalmente no género policial, por influência de escritores como Conan Doyle, Rex Stout e Ruth Rendell.
Ainda durante a adolescência, teve algumas incursões na área da música e da televisão mas acabou por seguir a área das ciências, sendo licenciada em Química.
A par com a leitura, os seus principais hobbies são o cinema e, muito especialmente, passar todo o tempo disponível com a filha de dois anos.
“O filho de ninguém” é a sua primeira experiência literária.

Mais informações no Facebook da autora aqui


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cheryl Holt - Entrega Total [Opinião]

Depois de ter lido a trilogia de Grey, confesso que o meu interesse pelo género Romance Sensual disparou. E ler um livro destes, é indiscutivelmente a melhor forma de descansar das exigentes leituras que caracterizam o meu género de eleição.

Em Inglaterra de 1812, Lady Sarah Compton tem consciência que a família está arruinada. Embora filha de um falecido conde,o irmão de Sarah, Hugh, perdeu o dote em resposta aos seus vícios. Precisando de mais dinheiro para sustentar o seu modo de vida, Hugh exige a Sarah um marido rico. Mas Sarah decide passar umas férias na casa da sua amiga Pamela. É neste cenário que decorre uma festa repleta de luxúria e ela conhece Michael Stevens, um homem que irá abalar a sua vida, fazendo-a embarcar numa aventura extremamente sensual.

O que me fascinou logo à partida, foi o ambiente histórico em que se insere a narrativa. 
Confesso que aquele ambiente de época com uma compartição bem diferenciada dos vários estratos sociais aliado às formas de pensar e até aos vestuários, sobretudo os femininos, me cativam muito. Sobretudo no século XIX, em que as mulheres da alta sociedade envergam aqueles vestidos lindíssimos compridos com espartilho.
Haverá melhor cenário para uma história de amor? Sim, porque apesar de ter um conceito muito diferente de amor, esta é inevitavelmente uma história romântica. Com muitas passagens sobre os actos físicos que advêm da paixão.
Pessoalmente sobre estas, e tendo apenas como comparação a escrita de E.L. James (ainda sou muito verdinha neste estilo de livros), gostei muito mais. Achei-as igualmente empolgantes, até um pouco embaraçosas para quem é tímido mas melhor escritas, de forma mais madura talvez. Apenas não gostei do nome dado ao órgão feminino (não pretendo fazer spoilers mas Holt dirigia-se constantemente a este como gruta. Terá a autora, alguma pretensão em ser espeleóloga?)

Não só o cariz sexual patente em grande parte da narrativa, Holt aborda as temáticas de conspiração (ainda que aqui assuma pequenas proporções), e outros valores imorais como a traição ou promiscuidade de relações efémeras que se caracterizam fundamentalmente pelos actos sexuais sem compromisso logo no primeiro cenário apresentado.

Cheryl Holt reúne então um leque de personagens diferentes. O personagem masculino é deveras sensual mas tem um lado muito presunçoso. A sua virilidade leva-o na busca de inúmeras aventuras. Porém quando conhece Sarah, inexplicavelmente, há um súbito interesse em protegê-la daquele ambiente promíscuo onde imperam orgias e bacanais dos mais variados tipos. Ele irá incitar Sarah nas vais vertentes sexuais, de uma sensualidade imensa.
Ao longo da leitura denotei que Michael terá sido figurante na anterior obra de Holt, Ligações Perigosas, ao que é mencionado o seu irmão e a esposa. Calculo portanto, que o casal terá tido uma aventura deste estilo, antes de se comprometer. Fiquei extremamente curiosa em conhecer a história de ambos.
E embora este seja um romance, há um vilão, Hugh, que é irmão de Sarah. As suas más intenções espelham-se desde o início do romance e decorre de uma vida de vícios, tornando-o um burguês em decadência.
Por sua vez, adorei a personagem feminina, Sarah Compton, cuja evolução é notória. Desde virgem curiosa, alheada a tantos aspectos sobre a sexualidade até à atitude determinada que ela tem no desfecho do livro, e que me deixou boquiaberta. Daí que a extrema inocência inicial de Sarah tenha um impacto em mim, quase como humorístico. Ela desconhece aspectos básicos da sexualidade, o que entendo perfeitamente, pois tenho consciência que no século XIX o acesso à informação era muito restrito. Por outro lado ela faz muito bem a ponte daquilo que é o conhecimento masculino (que desde cedo frequentam os mais finos bordéis para se instruírem nas artes do amor) face ao saber feminino, que em camadas mais superiores, se reduzia à experiência no casamento.

Este foi o primeiro livro que li da autora, e tive que comprar os anteriores tal era a minha curiosidade relativamente a Cheryl Holt. Claramente destinado a um público feminino, este é um livro que fará com que saia da sua rotina, envolvendo-a num contexto histórico embebido de luxúria. O conselho que eu dou em resposta a este livro: apimente e atreva-se!


Passatempo de Natal: Menina dos Policiais

Estamos em Dezembro e o Natal aproxima-se a passos largos. Confesso que adoro a época natalícia, e como tal, gostaria de premiar um(a) seguidor(a) aqui do blogue.

Muitos de vós não sabem, mas eu tenho um outro passatempo para além dos livros. Sou, aquilo que podem chamar de artesã. Embora seja um hobbie ultimamente mais esquecido, lembrei-me que poderia oferecer um conjunto elaborado por mim para brindar áquelas que como eu, adoram livros e bijuteria.

Assim, escolhi da minha biblioteca um título repetido mas de excelente leitura: um livro de uma das minhas autoras favoritas no que concerne a policiais, Mary Higgins Clark.
Da minha caixa de produtos finais saltou este marcador de livro em formato de golfinho.

 
Como sei que qualquer uma de nós gosta de se perder num bom livro sem ligar aos horários, ainda junto ao pack este relógio. Para usar ao pescoço, é a forma ideal de controlar as horas que se lêem... Como desconheço a identidade da vencedora, mantive-me na linha da simplicidade. Público masculino, não se acanhem de participar, quiçá ganhem um presente para oferecer à mãe, tia, prima, amiga, namorada ou esposa...


 Em detalhe, é assim (espero que gostem de mochos, eu adoro!)


Gostaram? Agora para participar é muito simples.
Basta serem seguidores do blogue ou fazerem gosto na página de facebook e responder ao formulário. Findo o passatempo, entrarei em contacto com o(a) vencedor(a), para pedir a morada e proceder ao envio por CTT. O passatempo decorre desde dia 3 de Dezembro e termina às 23h59 do dia 16 de Dezembro.

Resta-me desejar boa sorte!