sábado, 21 de janeiro de 2012

David Fincher - Os Homens que Odeiam as Mulheres (Adaptação Cinematográfica) [Opinião]

Adaptado do primeiro livro que constitui o bestseller mundial, da autoria de Stieg Larsson, este foi um filme bastante esperado da minha parte. Cheguei a contar os dias para que o pudesse visionar no cinema e saciar a minha curiosidade sobre esta versão.
A ideia de passar para o filme as quinhentas e qualquer coisa páginas de um livro que li em menos de nada, não é contudo original. Em 2009, o também sueco Niels Arden Oplev pegara nesta obra de Larsson e transformou-a num filme chocante e impressionante, que catapultou a leitura compulsiva destes livros.
Sim, eu confesso que até ver o filme, não fazia ideia do que estava a perder. E mal o filme terminou no dvd, eu convenci-me que teria que ler a trilogia.

Posto isto, voltemos então a esta nova adaptação cinematográfica. Ora a versão de Hollywood, ao contrário do que eu esperava, está fantástica. Tirando uma cena (a verdade sobre Harriet Vanger), o filme está bastante leal ao filme, dedicando pormenores que Oplev descurou. Falo sobretudo do final do filme. E confesso, revivi os sentimentos que experienciei quando li o livro. Outros detalhes do livro foram contemplados no filme, explicando a longa duração do mesmo. No entanto o filme peca por um pormenor. Reparei que, uma personagem tão importante como a Erika Berger, nunca é referido o seu nome. Claro que quem leu o livro, torna-se óbvia a associação do nome com a personagem. Ainda em relação a esta personagem, penso que nesta versão se torna evidente a natureza do trio Greger/Erika/Mikael.

David Fincher é já um nome conhecido na praça publica. Quem é que aqui ainda não viu por exemplo, 7 Pecados Mortais ou Clube de Combate? O realizador mostra não ter pudor em filmar cenas de nudez e violência. Especialmente o último adjectivo. Pessoas mais sensíveis terão certamente uma repulsa ao visionar algumas das passagens mais impressionáveis do filme.

E se há algo de que não posso esquecer de comentar, é sem dúvida o ambiente nórdico muitíssimo bem conseguido no filme. Desde a neve e o frio gélido, os placards com nomes suecos e evidentemente, a toponímia dos locais. Nada foi deixado ao acaso, e a história do filme, embora com actores americanos, segue com rigor o país sueco. A percepção é: a trama é nórdica mas os intervenientes falam inglês. Se influencia? Não. Penso no filme de Mel Gibson, a Paixão de Cristo, em que os actores aprenderam Latim e Aramaico, e desta forma, foi conseguida uma plena envolvência com o público no filme. Não acredito que trouxesse vantagens a aprendizagem da língua sueca, por parte de Daniel Craig e Rooney Mara pois a envolvente sueca era já por si, bastante intensa.
Conhecia apenas este actor, principalmente dos seus papéis como 007, e sinceramente acho-o brilhante. E reparem como o actor é versátil. Se é um bom James Bond (e notem que o actor, ao contrário de tantos outros, não ficou "agarrado ao papel") mas também dá um excelente vilão (lembram-se do papel deste em Tomb Rider?). Acima de tudo, é fantástica a semelhança deste com Michael Nyqvist (actor que realiza o papel de Blomkvist na versão sueca). E de facto achei que Daniel Craig captou a essência de Mikael Blomkvist.

Não conhecia a jovem actriz Rooney Mara mas fiquei impressionada com a sua versatilidade como actriz. Modificou em muito o seu aspecto para que pudesse mergulhar na personagem de Lisbeth Salander. No entanto, e comparando em termos de fisionomia, há um aspecto em que a personagem não corresponde ao livro, na sua totalidade: a tatuagem do dragão que não se encontra completamente nas costas. Já tinha achado a prestação da Noomi Rapace (Lisbeth Salander sueca) bastante boa pelo que, este papel por parte de Rooney Mara não veio acrescentar admiração extra pela personagem.

Resta-me apenas desejar que Fincher termine o trabalho que iniciou, realizando os dois volumes seguintes desta saga. No entanto, fico desiludida por não haver ainda nenhuma informação alusiva a este desejo no imdb...
Um filme que recomendo vivamente! Corra já para um cinema perto de si!

9 comentários:

  1. O filme está muito bom. Aquele inicio é brutal!

    A música "Immigrant Song" fica que nem ginjas! :)

    Só não gostei da tal cena "a verdade sobre Hariet" (prefiro a versão do livro).

    Outro pormenor foi de que como tal no filme de 2009, a relação entre o Mikael e a Cecilia não acontece como é descrita no livro.
    Mas lá está, é muito difícil ter tempo para fazer um filme de uma obra tão extensa.

    Em relação às Lisbeth's Salander's: Aconselho a ver "Sherlock Holmes: A Game of Shadows", onde entra a Noomi Rapace e se também pode ver a sua transformação. Já a Rooney Mara é ver "The Social Network". Muito diferentes :)

    P.S. - O realizador Niels Arden Oplev é dinamarquês, e não sueco :)


    Luis Silva

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  2. Oi, tudo bem?
    Novamente eu estou aqui do Brasil lendo sua opinião e, em se tratando de Stieg Larsson, não poderia deixar de comentar.

    Eu amo a trilogia Millennium. Li todos os livros faz bastante tempo e achei fantásticos. Devorei os livros, um atrás do outro e quando os filmes suecos foram lançados, procurei em todos os sites algum onde eu pudesse abaixá-los. Quando consegui assistir os filmes fiquei impressionada com a qualidade, as interpretações (principalmente da Noomi Rapace) e como eles foram leais aos livros. Achei-os sensacionais.

    Agora vem a versão americana e confesso a você que estou super ansiosa para assistir e, ao mesmo tempo, morta de medo de me decepcionar. Mas lendo sua opinião você me deu esperança de que eu possa assistir a uma boa adaptação.

    Quanto a filmagem dos demais livros, tenho uma informação de que ambos serão produzidos. O Segundo deve começar a ser filmado no final deste ano ou início de 2013. Se você quiser saber mais detalhes acesse o site http://www.adorocinema.com/cinenews/sequencias-de-millennium-sao-aprovadas-por-estudio-8609/

    Beijos e bom fim de semana!

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  3. Olá Luís Silva

    É verdade, ontem mal vim do filme fui ver ao livro o final, pois já ñ me recordava ao certo sobre a Harriet. E realmente tens razão, nem a relação com a Cecilia foi assim! Bem... e com isto fiquei com uma enorme vontade de reler os livros :)) Já vi o segundo Sherlock, gostei da Noomi lá! Tb dá uma grande cigana :)) E o nosso Mikael Blomkvist sueco dá cartas em Hollywood, mais concretamente no último Missão Impossível :))
    Não sabia que o outro senhor é dinamarquês ehehe

    Beijinhos, bom fim de semana e claro... boas leituras policiais :))

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá IsabelVeronica

    Como estás? Há algum tempo que ñ falávamos! Deste-me uma excelente notícia, eu nem sabia dessa novidade. Vamos aguardar pelo começo das filmagens :))

    Vais adorar o filme americano, mesmo! Está muito mais leal do que o sueco. A sério! Sabes quando estreia no Brasil? Quando o fores ver diz-me :)

    Um grande beijinho, bom fim de semana e boas leituras :))

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    1. Aqui o filme estreia dia 27/01, semana que vem. Assim que tiver um tempo vou assistir. Depois te conto o que achei.

      Beijos!

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  6. Não te preocupes que já falam em sequela porque o filme está fazer sucesso lá fora. Li isto na Empire.:)
    Eu ainda não vi o filme apesar de adorar David Fincher porque quero ler os livros primeiro. Tenho de arranjar uma promoção jeitosa!

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  7. Olá!
    Deixei-te um desafio no blog...acho que até é engraçado;)

    Beijinhos,
    Cristina
    ocalordaaprendizagem1.blogspot.com

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  8. Também já vi esta versão do Millenium.
    Já li os livros e vi a versão sueca, por isso é bocadinho ingrato ver este filme porque eu vou fazer sempre comparações.

    Gostei do filme e compreendo que não é possivel incluir tudo o que aparece no livro, mas houve certas partes (ex. sobre a Cecilia, a verdade da Harriett Vanger) que poderiam ter sido incluidas, especialmente da Harriett que deixou-me meia confusa, se eu já não me lembrava bem do livro, visto o final ser muito diferente do livro...
    A cena final foi mesmo à medida do livro...

    A haver continuação (e espero que sim) espero que seja a mesma equipa a protagoniza-la.

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