Sinopse: Com a família a atravessar uma grave situação financeira, Olivia Hopkins dispõe-se a conseguir uma proposta de casamento do já maduro conde de Salisbury. Contudo, o plano cai por terra quando ela descobre um livro erótico na biblioteca do conde. O livro incendeia o corpo de Olivia, que não consegue pô-lo de lado, até ser apanhada em flagrante pelo diabolicamente bonito filho do conde, um homem que lhe acelera o coração e lhe preenche o imaginário com pensamentos escaldantes… Phillip Paxton não consegue acreditar na sua boa sorte. O facto de ter apanhado Olivia com aquele livro picante confere-lhe a maravilhosa oportunidade de humilhar o pai que despreza. Servindo-se do livro como isco, Phillip atrai Olivia para uma ligação eletrizante que resulta em ardentes lições de paixão. Phillip não esperava apaixonar-se pela sua encantadora aluna, mas o que começa como um esquema libertino em breve se transforma num romance genuíno e que Phillip protegerá a qualquer custo…
Opinião: Sob uma maravilhosa capa, Mais Forte Que o Desejo é, acima de tudo, uma história estereotipada sobre a rapariga encalhada e sem dinheiro que se apaixona pela pessoa errada e entra em jogos eróticos, numa sociedade onde este tipo de atitude era censurada. Algo familiar, não? Contudo, embora assentando sobre bases muito baixas a nível de originalidade, gostei muito deste livro. A autora já me conquistara!
Embora sejam muitos os clichés da presente história, adianto que a mesma se distancia de outros romances eróticos de época por dois motivos.
Primeiro, aborda temas nunca antes vistos neste tipo de livro como a pedofilia, violação e crianças deficientes. Desconheço se na época vitoriana, as práticas de pedofilia eram recorrentes, sem qualquer punição e se as crianças deficientes eram tratadas como entraves. Um coisa é certa, de certa forma estas temáticas quebraram o excessivo ambiente sexual que primam estes livros e acabaram por me chocar... Sei que pensam que leio muitos policiais e como tal, deveria estar habituada a este tipo de temas. Contudo, a leitura sensual é essencialmente um escape das minhas leituras habituais e acabei por ficar surpreendida com a abordagem das temáticas.
Segundo, a história não se cinge num único casal. Aliás, como mencionei acima até existem outras subtramas que não têm necessariamente a ver com sexo. No entanto há um romance paralelo, uma outra história também de cariz romântico/sexual, faz pensar em quão forte é o poder do amor/desejo que possa perdurar anos a fio. A inclusão desta subtrama acabou por descentralizar a história do casal Olivia e Philip, contando uma outra história de amor à qual a leitora não fica indiferente.
A própria Olivia fez-me lembrar um pouco a Cinderela pela forma como se relaciona com a irmã e a madrasta. Por sua vez, Philip segue o estereótipo das personagem masculina. Uma nota: parece que a trama claramente sensual, se preocupa com a definição de relações e se Holt se debruça sobre o relacionamento entre Olivia e a madrasta, também o faz em relação ao de Philip e Edward, evidenciando claramente a filiação bastarda nas fileiras da aristocracia britânica.
Fica o apontamento curioso de que como um local que para mim é tão mágico, a biblioteca, pode ser cenário do desabrochar de uma paixão.
Como é habitual da autora, as cenas voluptuosas e ousadas encaixam muito bem no ambiente histórico que me fascina sempre que enveredo por uma obra de Holt. Apesar de não ser um livro inteiramente original, é deliciosamente cativante, como as demais obras da autora! Esta autora, a par de Jess Michaels, está já na minha lista de preferências no género.
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