Sinopse: Marta, uma jovem mulher nos seus trintas, muda-se para um apartamento com o namorado. Na primeira noite fica sozinha em casa. Tudo está tranquilo até baterem violentamente à porta. É uma das suas vizinhas, que precisa que alguém fique com o filho de 10 anos, Daniel, porque o marido teve um acidente e está no hospital. Marta aceita mas as horas passam e ninguém vem buscar Daniel, cujo comportamento está cada vez mais instável, perturbador e violento. Daniel insiste que há outra criança na casa. Uma que só ele consegue ver...
Da mesma equipa responsável por «The Impossible», esta é a estreia nas longas-metragens de Pau Teixidor depois da curta «Leyenda» (MOTELx 2012) e também a de Oona Chaplin (“Game of Thrones”) como protagonista.
Opinião: Antes de iniciar a minha opinião sobre Purgatorio, devo dizer que sou grande fã do terror espanhol. Lembro-me, assim de repente, de ter gostado muito dos [REC]s, Mientras Duermes, Los Ojos de Julia, El Orfanato e de um conjunto de filmes designados Peliculas Para No Dormir. Daí que estava bastante expectante com Purgatorio.
Contudo as minhas expectativas foram defraudadas. A sinopse, que deixava antever uma trama com uma criança psicopata, gradualmente remeteu para o assunto de assombrações (tema que normalmente excluo dentro do género de terror). Neste prisma, achei que a entidade em questão era bastante previsível bem como o ambiente criado para o efeito: os apagões repentinos, o lusco fusco criado por velas, as aparentes sombras, e por aí adiante.
Aliado a estes clichés, o realizador leva-nos numa direcção que simplesmente não consegui interpretar. Não percebi como se chegou ao final. Sim, eu sou bastante céptica com fenómenos paranormais mas regra geral, consigo absorver as respostas que me vão sendo dadas nos filmes sobre assombrações. Infelizmente isso não aconteceu em Purgatorio. A boa notícia para mim é que vi este filme com o Ricardo e nem ele conseguiu interiorizar o que Pau Teixidor pretendia.
Como ponto forte destaco o trabalho de Oona Chaplin. Só a conhecia de Game Of Thrones, confesso. Desconhecia que a actriz falava espanhol e agradou-me muito o seu desempenho. Em praticamente toda a trama temos apenas dois intervenientes, a Marta e o jovem Daniel que foi obrigado a passar a noite na casa da vizinha. Consegui absorver uma série de sensações de Marta, desde o incómodo inicial em abrigar Daniel, às suas frustrações e ao medo que vai generalizando dentro desta. Decididamente, fruto da interpretação talentosa de Oona Chaplin.
Como filme de assombrações, prima mais pelo suspense psicológico do que propriamente violência explícita, pelo que não existem cenas gore. Essas, para mim, são mais impressionáveis.
Na minha opinião, Purgatorio é um pouco confuso e desenvolve uma ideia que já foi recorrentemente usada em cinema. Não trouxe nada de novo ao género e como tal, infelizmente não me cativou como desejaria.
Sessões MOTELx
11/09 - 19h15
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