quinta-feira, 23 de agosto de 2018

John Douglas & Mark Olshaker - Mindhunter [Opinião]


Sinopse: AQUI

Opinião: Normalmente atribuo 5 estrelas no Goodreads a livros que me ofereçam uma experiência de leitura assombrosa e voraz. No entanto aconteceu-me o contrário com esta obra: que é impressionante, sem sombra de dúvida, todavia o ritmo de leitura foi moroso. Tal dever-se-á ao facto deste título me ter impelido a pesquisar continuamente (levando-me até a ficar viciada num conjunto de mini documentários de um canal de Youtube chamado Freak TV), de forma a complementar toda a informação que John Douglas partilha nesta obra. 
Os testemunhos de Douglas, que trabalhou no FBI na área de desenvolvimento de perfis psicológicos de alguns criminosos são intensos e não há como ficar indiferente a Mindhunter.

Tratando-se um livro de não ficção, tenho notado que este género, embora me impressione mais que os tradicionais romances policiais, me tem atraído mais recentemente. Poder-se-á dizer que este título apresenta igualmente alguns laivos de autobiografia, o que, a priori, poderia parecer que seria maçador, contudo, na minha opinião, John Douglas afigura-se como um indivíduo extremamente fascinante pelo que nem as passagens relacionadas com a sua vida me desinteressaram da leitura. 
Porém o livro tornou-se muitíssimo mais cativante a partir do momento em que o ex-agente especial do FBI se debruçou sobre os mais variados casos de homicídio que ajudou a deslindar. Confesso que conhecia poucas das personalidades que são abordadas na obra e fiquei deveras impressionada sobretudo com Edmund Kemper III.

Como já referi brevemente, esta leitura convidou-me a fazer várias pesquisas. Sempre que John Douglas se referia a mais um caso (ele mencionou sobretudo investigações entre o final dos anos 70 e a década de 80), tive necessidade de ir apurar mais alguns factos sobre estas mentes criminosas. A título de exemplo, cheguei a ver o filme The Frozen Ground, de 2013, o qual relata o caso de Robert Hansen. Também este assassino em série me impressionou com o seu modus operandi tão mórbido e peculiar. 
Recordo-me igualmente da investigação sobre Jerry Brudos... como esquecer que uma parafília tenha escalado para uma situação mais grave. 
Poderia estar aqui a enumerar os serial killers que me chocaram mais, contudo prefiro despertar em vós a curiosidade sobre estas personalidades tão macabras e acima de tudo lanço-vos o desafio de conhecê-los através da perspectiva do homem que conseguiu analisar o perfil de um vasto conjunto de psicopatas, a partir da observação de cenas de crime e algumas entrevistas com os próprios já em situação de detenção.

Ao ler estes relatos, fiquei revoltada com os homicídios e o sentimento intensificou-se com a descrição de crimes perpetrados contra crianças, designadamente de índole sexual. O autor também relata com grande pormenorização algumas cenas cujo conteúdo poderá ser susceptível de ferir a sensibilidade de alguns leitores.
Na minha óptica, esta leitura foi, sem sombra de dúvidas, um desafio à minha própria sensibilidade.

Em suma, embora seja um género de livro ao qual não estou muito habituada (estranhamente é já a segunda obra de não ficção que leio este Verão) Mindhunter é um sério candidato ao pódio dos melhores livros lidos este ano. Impressionou-me, desafiou-me a conhecer mais sobre os homicidas relatados e, acima de tudo, espicaçou ainda mais o meu interesse pela área da Criminologia e da Psicologia Forense. 

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1 comentário:

  1. Uauuu, e eu vou poder ler graças a ti por me teres dado a oportunidade de o ganhar através do teu passatempo :)

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