segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cheryl Holt - Entrega Total [Opinião]

Depois de ter lido a trilogia de Grey, confesso que o meu interesse pelo género Romance Sensual disparou. E ler um livro destes, é indiscutivelmente a melhor forma de descansar das exigentes leituras que caracterizam o meu género de eleição.

Em Inglaterra de 1812, Lady Sarah Compton tem consciência que a família está arruinada. Embora filha de um falecido conde,o irmão de Sarah, Hugh, perdeu o dote em resposta aos seus vícios. Precisando de mais dinheiro para sustentar o seu modo de vida, Hugh exige a Sarah um marido rico. Mas Sarah decide passar umas férias na casa da sua amiga Pamela. É neste cenário que decorre uma festa repleta de luxúria e ela conhece Michael Stevens, um homem que irá abalar a sua vida, fazendo-a embarcar numa aventura extremamente sensual.

O que me fascinou logo à partida, foi o ambiente histórico em que se insere a narrativa. 
Confesso que aquele ambiente de época com uma compartição bem diferenciada dos vários estratos sociais aliado às formas de pensar e até aos vestuários, sobretudo os femininos, me cativam muito. Sobretudo no século XIX, em que as mulheres da alta sociedade envergam aqueles vestidos lindíssimos compridos com espartilho.
Haverá melhor cenário para uma história de amor? Sim, porque apesar de ter um conceito muito diferente de amor, esta é inevitavelmente uma história romântica. Com muitas passagens sobre os actos físicos que advêm da paixão.
Pessoalmente sobre estas, e tendo apenas como comparação a escrita de E.L. James (ainda sou muito verdinha neste estilo de livros), gostei muito mais. Achei-as igualmente empolgantes, até um pouco embaraçosas para quem é tímido mas melhor escritas, de forma mais madura talvez. Apenas não gostei do nome dado ao órgão feminino (não pretendo fazer spoilers mas Holt dirigia-se constantemente a este como gruta. Terá a autora, alguma pretensão em ser espeleóloga?)

Não só o cariz sexual patente em grande parte da narrativa, Holt aborda as temáticas de conspiração (ainda que aqui assuma pequenas proporções), e outros valores imorais como a traição ou promiscuidade de relações efémeras que se caracterizam fundamentalmente pelos actos sexuais sem compromisso logo no primeiro cenário apresentado.

Cheryl Holt reúne então um leque de personagens diferentes. O personagem masculino é deveras sensual mas tem um lado muito presunçoso. A sua virilidade leva-o na busca de inúmeras aventuras. Porém quando conhece Sarah, inexplicavelmente, há um súbito interesse em protegê-la daquele ambiente promíscuo onde imperam orgias e bacanais dos mais variados tipos. Ele irá incitar Sarah nas vais vertentes sexuais, de uma sensualidade imensa.
Ao longo da leitura denotei que Michael terá sido figurante na anterior obra de Holt, Ligações Perigosas, ao que é mencionado o seu irmão e a esposa. Calculo portanto, que o casal terá tido uma aventura deste estilo, antes de se comprometer. Fiquei extremamente curiosa em conhecer a história de ambos.
E embora este seja um romance, há um vilão, Hugh, que é irmão de Sarah. As suas más intenções espelham-se desde o início do romance e decorre de uma vida de vícios, tornando-o um burguês em decadência.
Por sua vez, adorei a personagem feminina, Sarah Compton, cuja evolução é notória. Desde virgem curiosa, alheada a tantos aspectos sobre a sexualidade até à atitude determinada que ela tem no desfecho do livro, e que me deixou boquiaberta. Daí que a extrema inocência inicial de Sarah tenha um impacto em mim, quase como humorístico. Ela desconhece aspectos básicos da sexualidade, o que entendo perfeitamente, pois tenho consciência que no século XIX o acesso à informação era muito restrito. Por outro lado ela faz muito bem a ponte daquilo que é o conhecimento masculino (que desde cedo frequentam os mais finos bordéis para se instruírem nas artes do amor) face ao saber feminino, que em camadas mais superiores, se reduzia à experiência no casamento.

Este foi o primeiro livro que li da autora, e tive que comprar os anteriores tal era a minha curiosidade relativamente a Cheryl Holt. Claramente destinado a um público feminino, este é um livro que fará com que saia da sua rotina, envolvendo-a num contexto histórico embebido de luxúria. O conselho que eu dou em resposta a este livro: apimente e atreva-se!


5 comentários:

  1. Amiga, eu tenho de ler este livrinho (o último que falta em edição Portuguesa, que já está pela estante à espera de vez [ansiosamente, como sempre], e recomendo novamente os dois anteriores "Noites de Paixão" e "Ligações Proibidas". Adorei a opinião, é bom ver-te a abraçar também novos géneros de leitura, e acredita que acabaste de descobrir um admirável mundo novo. Boas leituras!

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  2. Adorei a opinião! A sério!!! Ainda bem que gostaste! Eu também adoro esta escritora e já li os 3 editados em Portugal :)

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  3. Também adorei!
    Gosto destes livros, não me fazem pensar muito, mas ajudam a desanuviar de tudo a nossa volta :)

    Tal como tu quero ler o anterior, do irmão!

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  4. alguem poderia me enviar este livro em português por e-mail?
    meu e-mail:mariana.mariana.moreira@gmail.com
    desde já agradeço. bjos
    mariana

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  5. Olá Mariana

    Eu li em livro mesmo. Fica o alerta para quem poder ajudar.

    Beijinho e bom ano! Boas leituras

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