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Opinião: Uma Canção de Embalar foi a última obra escrita por Mary Higgins Clark, publicada no início deste ano nos Estados Unidos. Congratulo a editora Bertrand que não tardou em traduzir este livro.
Aquela que é conhecida como a Rainha do Suspense, encontra-se na faixa etária dos 80s e mantém as suas capacidades na escrita de uma trama envolvente. Para quem já conhece e acompanha a suas obras penso que este livro está à altura dos anteriores.
A história começa com uma explosão numa empresa de antiguidades, pertencente à família Connelly de onde resulta a morte do artesão Gus Schmidt e o coma da neta do proprietário, Kate Connelly. Ainda assim, paira no ar um clima de suspeita: será que ela e Gus conspiraram sobre este incêndio?
A sua irmã, Hannah Connelly, é uma designer de moda e tem finalmente a oportunidade de ter a sua própria marca. No entanto vê a sua irmã hospitalizada e o pai, Douglas, adopta algumas atitudes altamente suspeitas. Daí que seja notória a tenacidade de Hannah na investigação do caso, mais do que a própria polícia. Doug foi o único sobrevivente de um acidente de barco que vitimou a esposa Susan Connelly, o irmão Connor e outros quatro tripulantes ainda as filhas eram crianças. Desde então, o viúvo Douglas refugia-se nos excessos de álcool e mulheres mais jovens, fazendo com que a sua relação com as filhas fosse esticada, quase já num ponto de ruptura. A dúvida forma-se sobre as motivações de Douglas em relação aos negócios e o bem estar de Kate.
Esta posição de Kate, embora em estado de coma, é fundamental no deslindar do mistério uma vez que intercalados com a acção, são mencionados alguns flashbacks de eventos do seu passado. As tentativas de expressar para o exterior algumas pistas enganosas do que terá acontecido resultaram: deixaram-me ainda mais curiosa para perceber o que terá motivado este acidente. As circunstâncias já eram por si, bastante suspeitas e com estes estranhos e curtos testemunhos, aumentaram em muito o ambiente de suspense da história. Tão estranho como uma personagem que é uma pária durante grande parte da trama, se torna uma peça fundamental na resolução do mistério. Esta foi uma inovação nas tramas da autora que me nunca me deixam de surpreender.
Embora as circunstâncias do incêndio sejam a questão fulcral da história, a autora incorpora outros sub-enredos sobre pessoas desaparecidas: uma jovem ascendente a uma carreira de actriz e um veterano de guerra sem abrigo, motivado pelos traumas de guerra.
Não esqueçamos claro, como é já fórmula de Higgins Clark, um par com potenciais interesses românticos.
Por ser uma história com muitas personagens, muitas delas desaparecidas até recorrendo à inclusão das suas famílias, estas acabam por ser pouco desenvolvidas. Manifestam, no entanto, estas características tão "humanas" espelhadas nos pontos fracos de cada uma e desenvolvendo temas como a mendicidade ou os traumas de guerra; a inquietação de uma família perante um ente desaparecido ou a tristeza de ser orfão.
Uma Canção de Embalar é um livro que se lê muito bem devido aos capítulos curtos e ao suspense que tão bem a autora doseia nas suas histórias. Surpreendente, intrigante, com muita acção e segredos descobertos na mais aparente honesta das famílias, é um livro que não deixo de recomendar aos leitores.
deixa muita curiosidade para conhecer melhor esta história e o desfecho da mesma :)
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