domingo, 23 de fevereiro de 2014

Michael Connelly - Lua Vazia [Opinião]


Sinopse: Cassie Black nunca olhou para trás. Afastou-se da sua vida de ladra de jogadores milionários de Las Vegas depois de uma noite de pesadelo em que o homem que amava morreu e a sua vida ficou destruída. Agora trabalha num stand de automóveis a vender Porsches aos novos-ricos de Hollywood. Apesar de tudo foi sempre capaz de seguir em frente, apoiando-se na única coisa boa que lhe restava, o seu maior segredo, mais importante para ele do que a própria vida.

Opinião: Astrologicamente falando, a Lua Vazia corresponde ao momento em que a lua se move de uma casa para outra. Com algumas alusões à astrologia, é certo, mas Lua Vazia é um thriller espectacular. 
Este foi um dos últimos livros que li no ano transacto. Outros se seguiram mas ainda me recordo tão bem da história que me deixou empolgada e resultou numa leitura ávida!
Este é um thriller diferente do que tenho lido. E bom, muito até! Ao ponto de estar republicado, desta feita pela Editorial Presença sob o título de A Sombra da Lua.
Apesar de Michael Connelly ser conhecido pela série de thrillers judiciais protagonizados por Mickey Haller, Lua Vazia é um stand alone, relacionando-se com um grande golpe a um casino. É neste ponto que a história se distancia dos livros que tenho lido: a acção, descrita ao pormenor, debruça-se sobre esta falcatrua levada a cabo por Cassie Black.

Confesso que estava muito céptica ao iniciar a leitura deste livro: a sinopse é algo vaga e achei que a história estaria muito em torno da vida loca tão característica de Las Vegas. Como estava errada! O ambiente da jogatina dos casinos é propício para a história de ambição e vingança que se segue.

É com um flashback que esta começa, sem que percebamos a ligação desta com a história actual. O presente debruça-se sobre um novo golpe por parte de Cassie, uma personagem do tipo anti-herói. Ela já esteve presa por um assalto mal sucedido e que custou a vida do amor da sua vida, Max. Após ter cumprido a sua pena, Cassie é liberta sob condicional e tenta organizar a sua vida. Mas Leo persuade-a numa tentativa de um novo golpe. É preciso bastante coragem, não?
No entanto e na minha opinião, algumas das suas acções não foram coerentes. Não querendo entrar muito em pormenor, para uma ladra tão experiente, houve momentos em que a personagem esteve menos bem. Terão sido nervos? Provações para deixar o leitor ainda mais tenso?

Se este golpe é já algo arriscado, então a tensão intensifica-se quando entra em cena Jack Karch. Uma personagem dúbia, a quem foi pedido para investigar o roubo de um quarto no casino, a mando do gerente. Karch identifica Cassie como a ladra e inicia-se então uma perseguição cerrada. 
Extremamente descritivo, este é um livro que funcionaria na perfeição se houvesse uma adaptação cinematográfica. O nível de pormenorização debruça-se essencialmente sobre a premissa do livro, o golpe que é efectuado no casino. 
É portanto um livro muito tenso, dadas as provações a que Cassie é submetida para ser bem sucedida aliado a uma acção frenética consequente do conflito entre esta e Karch. A trama torna-se mais emocionante quando o leitor finalmente percebe a motivação de Cassie, explicado em grande parte pelo flashback inicial, como se tratasse da peça do puzzle final. 
Ainda bem que a Editorial Presença republicou este livro. Proporcionou-me uma excelente leitura e não duvido que gostareis também.

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