quarta-feira, 4 de junho de 2014

Douglas Preston & Lincoln Child - A Relíquia [Opinião]


Sinopse: Quando uma equipa de arqueólogos é selvaticamente massacrada na bacia do Amazonas, tudo o que resta da expedição são algumas caixas contendo amostras de plantas e a estátua de um deus misterioso.Viajando de barco em barco e de porto para porto, as caixas acabam por chegar ao Museu de História Natural de Nova Iorque, apenas para serem fechadas numa cave e esquecidas.
Mas o coração negro da Amazónia nunca esquece. Algum tempo depois, quando o museu decide expor a arrepiante estátua, alguém ou algo começa a vaguear pelos corredores e galerias poeirentas do museu. E é então que se dão as mortes brutais. Mas quem será o responsável? Um louco... ou algo muito mais inexplicável?
A Relíquia é um romance arrepiante onde se entrelaça o dia a dia de um enorme museu com factos científicos, personagens poderosas e um enredo que arrebata o leitor da primeira página até à reviravolta final.

Opinião: A Relíquia é o primeiro livro da série protagonizada por Pendergast, uma personagem carismática no universo das tramas da dupla Preston e Child. É uma série que já conhecia pois já li alguns livros protagonizados por Pendergast e D´Agosta. Com excepção da trilogia Diogenes, os casos são completamente independentes. Também sei que estas histórias pertencem ao género do thriller ou até policial uma vez que a dupla de protagonistas investigam um ou mais homicídios, por vezes num contexto sobrenatural, embora de resolução racional.
Há excepção: A Relíquia. O livro relaciona-se mais com os géneros fantástico e terror, por isso descredibiliza qualquer explicação lógica.
Ainda assim, ocorrem inúmeros homicídios (e atenção que Douglas Preston e Lincoln Child não se coíbem nos pormenores violentos e circunstâncias em que ocorrem estas estranhas mortes), pelo que o livro se torna bastante intrigante.

Outro ingrediente que me agradou particularmente neste livro foi o cenário. Grande parte da acção tem lugar no museu de História Natural em Nova Iorque, um local que efectivamente existe e que tem um efeito de realismo na história. Claro que esta é ficcionada. Apenas devo admitir que fiquei um pouco baralhada com tantas passagens secretas subterrâneas por baixo do museu. Talvez se tivessem inserido um croqui, como tantos autores o fazem, simplificaria a ideia dos espaços físicos onde ocorrem a acção.
Ainda assim, para quem aprecia os museus como eu, acaba por ser estimulante ler uma história em que contextualize a rotina destes pontos de interesse.
Falando ainda no outro ingrediente que constatara noutras tramas destes autores, é a forma como eles usam a Ciência, fornecendo bases verossímeis em que assenta a história. Sim, achei as explicações científicas algo abundantes e bem explanadas mas eu sou aficionada pela Ciência e sou suspeita, gostei bastante dessas passagens. Por isso os amantes da genética e da antropologia sentir-se-ão particularmente fascinados com a trama.

Já conhecia as personagens Pendergast e D´Agosta. Pendergast, que costuma ter um humor negro e julgo ser uma personagem sarcástica, não mostrou esta característica no presente livro. De cariz mais sério, Pendergast é, ainda assim, uma personagem cativante. Emparelha com D´Agosta e já neste primeiro volume se sente a empatia do seu trabalho conjunto.
Margo Green, a antropóloga que participa noutras tramas dos autores, também tem um papel de destaque em A Relíquia, uma vez que trabalha neste museu.

A Reliquia está ao nível das grandes obras de terror de Stephen King. Um livro que oferece duas personagens cativantes, uma dose abundante de acção, terror e explicações científicas bem interessantes. Uma leitura que acaba por fugir aos parâmetros do que costumo ler e por isso, gostei bastante!


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