Sinopse: AQUI
Opinião: Quem leu Pensa num Número e Não Abras os Olhos, já conhece Dave Gurney, um reformado detective que não se vê rogado a novas investigações. Adorei o seu romance de estreia e como tal, há muito que ansiava por um novo livro do autor.
Sob a capa estrondosa, indubitavelmente e na minha opinião, a melhor das três, conta-se uma história que me prendeu e tornou esta leitura bastante ávida.
O enredo do livro tem como ponto de partida uma tese, um trabalho minucioso de análise, assume particular interesse quando o tema é precisamente um serial killer, mais conhecido por o Bom Pastor.
Assim, o leitor usufrui desta pesquisa que analisa os recônditos da mente de um homicida, explorando não só o seu modus operandi como as consequências avassaladoras para as famílias das vítimas, não deixando de, como a sinopse indica, abordar o sensacionalismo dos reality shows. Daí que a trama seja extremamente envolvente, culminando num desfecho surpreendente a que Verdon nos outrora habituara.
Mas esta envolvência da história é também à custa das personagens. Há, como é usual, um suspeito. E este revestido de um lado muito sombrio. Afinal de contas, quem é que não teme um ex-namorado lunático? Surpreenderam-me os inúmeros actos de Robert Meese em resposta ao final da sua relação, embora não me tenham soado exagerados pois transmite o autêntico limite do desespero.
Os capítulos são curtos e ávidos, trazendo constantemente elementos novos para a história, por consequente, o leitor não consegue parar de ler.
Além disso, Verdon despende grande parte da narrativa em enaltecer a personagem principal, Dave Gurney. Um tipo de meia idade, aposentado, casado com Madeleine. Um casamento marcado por algumas divergências porque Madeleine incentiva o marido a aceitar os casos e nos desenvolvimentos dos mesmos, a relação acaba por azedar, precisamente pelo esforço de Gurney na resolução dos casos. Não sei se serei a única leitora a irritar-me com este facto. Além disso, o detective tem um filho de uma relação anterior e as diferenças entre gerações são abismais, intensificadas pelo facto de Kyle ter sido criado pela mãe. Neste livro, o autor consegue harmonizar um pouco a relação pai-filho, que estava mais conturbada na trama antecessora.
Apesar de ser o terceiro livro protagonizado por Gurney, não é estritamente necessário a leitura das obras por ordem. Penso que, ainda assim, o leitor para tirar um maior proveito, deverá ler ordenadamente os seus livros, até para se familiarizar com os personagens residentes das suas tramas: não só Gurney como a sua família.
Ainda que o protagonista seja o mesmo, é de louvar a criatividade nas três histórias que li do autor. Tendo gostado das três, a que menos apreciei foi a do segundo, Não Abras os Olhos. Este é, claro, o meu ponto de vista, tendo constatado que alguns leitores fãs de Verdon elegem precisamente este como o seu preferido. Sem tecer grandes considerações a eleição do meu livro preferido da sua autoria, há que congratular o autor por ter começado a escrever em idade tardia, mostrando uma versatilidade e criatividade invejáveis.
No entanto, uma coisa é certa, John Verdon é, sem qualquer dúvida, um nome a reter nas lides das tramas policiais e como tal, não posso deixar de recomendar a leitura das suas tramas engenhosas. Deixa Dormir o Diabo é apenas mais uma constatação do seu grande talento.
Vera, na sua opinião, os livros de John Verdon são tão bons quanto os melhores policiais nórdicos ? Dei uma olhada no seu top 10 2010, 11, 12, e 13; você poderia filtrar ainda mais fazendo um top 5 destes anos ? Maurilei.
ResponderEliminarOs livros de John Verdon são cativantes... A forma como ele chega ao culpado é brutal... Anseio muitoooooooooo pelo Peter Pan Must Die :D
ResponderEliminarMesmo! Concordo contigo, um autor que já está na lista dos meus preferidos! E agora vem outro que deve ser muito bom da mesma editora, A Mulher de Verde de Arnaldur Indridason :D
EliminarSoube à menos de uma hora essa noticia da Mulher de Verde :)
EliminarMas agora estou a ler, por culpa tua, a Rapariga-Corvo :D
P.S Além do John Verdon também gosto mto do Donato Carrisi. ;)
Bem, eu ando curiosíssima porque adorei O Mistério do Lago desse autor :D Ficaste curioso tb com esse? ;)
Eliminareheheh eu espero que gostes tanto da Rapariga-Corvo quanto eu :D E sim, não poderia concordar mais contigo, Donato Carrisi também é muito bom ;)
Estou sempre curioso para descobrir novos autores deste género especifico...
ResponderEliminarTive a dar uma "vista de olhos" no Goodreads sobre os livros do Arnaldur Indriđason e parece-me um autor a manter debaixo de olho.
Mas primeiro Rapariga-Corvo e depois o livro em inglês do Donato Carrisi:
https://www.goodreads.com/book/show/17333325-the-lost-girls-of-rome?from_search=true
Tenho pena de não haver a tradução mas é o que temos...
P.S. Alguém sabe de algum site que diga " De momento estamos a traduzir este livro. Previsão é de X do ano Y". ?
Em relação a esse site, não acredito que exista... as editoras contam com os tradutores e estipulam prazos. Às vezes ocorrem pequenos atrasos. E depois as editoras apostam nas séries quando os primeiros vendem muito.
EliminarAté lá tens imensos autores que certamente vais gostar, o Arnaldur Indriđason é um deles ;) Sou viciada em policiais nórdicos e até hoje ainda não li nenhum que me desiludisse. Vou aguardar pela tua opinião a esse do Donato ;) (tenho que começar a ler em inglês!)
Um beijinho e excelentes leituras ;)