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Opinião: Febre despertou a minha curiosidade a partir do momento em que tive conhecimento que seria publicado pela chancela da Editorial Presença, Jacarandá, no Verão. E este sentimento intensificou-se quando me apercebi que Febre tem um cognome no Goodreads: "the most gripping thriller you will ever read".
Para ser sincera, é-me difícil hierarquizar os livros que vou lendo mas decerto que Febre foi dos thrillers mais intensos que li ultimamente.
A obra alterna entre três subnarrativas: o desaparecimento de Erica Stroud, uma cientista que tem um projecto em mãos e que deverá ser apresentado numa conferência na Europa; a história desta jovem, alguns anos antes em África, sob a forma de testemunhos organizados num diário e a propagação de uma estranha doença.
Estas ditas subtramas são extremamente cativantes mas confesso que a minha preferida foi a do diário. Achei que os testemunhos foram muito realistas e intensos, providos de alguma violência física e psicológica, ingredientes que, como sabem, valorizo nas minhas leituras. Claro que o misterioso desaparecimento de Erica intrigou-me desde o início e a evolução da doença despoletou a minha faceta hipocondríaca. A minha área de formação é a Ciência e sempre me interessou a área da
microbiologia. Agradou-me muito que a obra tivesse um desenvolvimento
sobre a temática, algo pouco usual no thriller (com excepção das obras de Robin Cook).
Creio que, como puderam constatar, Febre é, portanto, um livro que mexe com o leitor numa amplitude de sensações. Em linhas gerais, consegui identificar algum desconforto em inúmeras passagens do diário de Erica, achei enternecedora a busca incessante de Max pela namorada contudo, a sensação que prevaleceu foi o hipocondrismo.
Apesar de Erica ser a chave que encerra o mistério por detrás de Febre, indiscutivelmente que Max Carver, o seu namorado, assume um papel fulcral na narrativa. Acaba também por ter uma caracterização algo dicotómica: inicialmente é um homem pacífico e sedento por agradar Erica. A busca pela namorada coloca-o sob inúmeras provações e no final, Max é completamente diferente. Há inúmeros segredos sobre Erica que vão sendo desvendados que surpreendem tanto Max quanto o próprio leitor.
Numa fase inicial, o leitor pouco sabe sobre Erica e as informações sobre a personagem acumulam-se na segunda parte do livro. Creio que é algo previsível a ligação entre o diário de Erica e a subtrama relativa à evolução da doença, não obstante, o factor 'imprevisibilidade' recair sobre o desfecho da personagem feminina.
Febre garantiu uma leitura intensa e delirante, como o próprio nome indica. Na minha opinião, é uma história complexa e devidamente organizada em três subtramas inteligentes, pelo que Febre garante uma leitura ávida.
Recomendo vivamente!
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