Sinopse: AQUI
Opinião: O livro foi publicado em Maio mas passou-me completamente ao lado. A capa não me deixava avistar que estava perante um thriller psicológico alicerçado sobre a obsessão. A trama, essa, é muito ao jeito do afamado Misery de Stephen King. Aliás, na obra encontramos alguns menções ao autor, em jeito talvez de tornar mais aterradora a situação da narradora, uma escritora chamada Delphine, dando a sensação de um registo autobiográfico.
De acordo com a autora, há uma fã que tenta a todo o custo, tornar-se íntima de Delphine. O que de inicio aparenta ser uma situação comum, rapidamente se torna assombrosa a presença de L. na vida da autora. Para mim, o elemento mais desconcertante reside neste facto: na dúvida se esta situação terá ou não derivada de uma situação verídica. Pois na minha opinião, a história é contada de uma forma tão convincente que acreditei que tal situação terá de facto acontecido a Delphine.
O ponto menos forte da trama é a forma como alia uma série de clichés. Fez-me lembrar, várias vezes, a obra de King já referida, não obstante na minha opinião, esta história ser contada de uma forma mais refinada. Apesar da semelhança entre as histórias, foi inevitável a forma como fui sugada para a trama de Delphine pois se há tema que me fascina ver retratado em literatura ou cinema é a obsessão e a maneira como esta conduz as pessoas a agir de forma repreensível.
E de facto a amizade com contornos tóxicos entre a escritora e L. dá que pensar no quão temível pode ser um relacionamento. Até ao final fiquei na expectativa sobre quais seriam os limites das acções de L., surpreendendo pelos requintes de malvadez gradualmente revelados. E a dúvida persiste: esta situação terá, de facto, acontecido mesmo?
Sendo Delphine uma autora conceituada em França, apraz-me muito que tenha sido retratado o universo dos escritores e livros. A minha percepção é que contactei directamente com um escritor e acompanhei os seus dilemas sentidos após a publicação de um bestseller e a pressão associada em escrever uma obra similar.
Já a caracterização de L., a suposta antagonista da história, deixa uma sensação constante de dubiedade. Por mais que tentasse prever, não conseguia visualizar os limites de L.. Daí a trama me ter impressionado e até chocado uma série de vezes. Não só pela maldade dessimulada da personagem que contrastava claramente com a inocência e a boa fé de Delphine que acreditou, até tardiamente, na boa influência de L. na sua vida.
Creio que falei um pouco demais sobre a minha percepção do livro mas não faria sentido não explicitar a montanha russa de sensações que este livro desperta no leitor. Não obstante, e volto a frisar, ser semelhante à obra Misery de Stephen King e, consequentemente, não ser uma obra original. Certo é que me envolveu por completo no desenvolvimento de uma relação de amizade tóxica de consequências aterradoras.
Muito bom!
Sem comentários:
Enviar um comentário